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Febre aftosa

Febre aftosa é uma doença viral grave e muito contagiosa que afeta animais, como bovinos e suínos, desencadeando o surgimento de vesículas na boca e nos pés.

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A febre aftosa é uma doença provocada por vírus, que, diferentemente do que muitos pensam, não afeta apenas os bovinos, acometendo também animais como suínos, ovinos e caprinos. Os animais que apresentam febre aftosa desenvolvem sintomas como perda de peso, febre e surgimento de vesículas, erosões e úlceras. O primeiro registro oficial de febre aftosa no Brasil ocorreu em 1895, na região do Triângulo Mineiro, e o último caso registrado no Brasil foi no ano de 2006.

A febre aftosa causa muito prejuízo econômico, afetando de maneira negativa a pecuária. Desencadeia problemas na produção de carne e leite, além de problemas com a comercialização de seus produtos e subprodutos. Quando há casos registrados da doença em uma região, verifica-se, por exemplo, o surgimento de barreiras comerciais, as quais acabam restringindo a exportação da carne.

Leia mais: Pecuária brasileira – tem grande relevância na exportação do país, além de abastecer o mercado interno

Tópicos deste artigo

O que é a febre aftosa?

A febre aftosa é uma doença infecciosa viral que acomete animais, como bovinos, caprinos e suínos.
A febre aftosa é uma doença infecciosa viral que acomete animais, como bovinos, caprinos e suínos.

A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa desencadeada por um vírus. Ela afeta bovinos, ovinos, caprinos, suínos, camelídeos, elefantes e ruminantes silvestres. Em casos raros, o ser humano pode também ser acometido pela doença.

A febre aftosa ocorre em diferentes partes do mundo, sendo conhecidos casos na África, parte da Europa, Ásia, e em grande parte da América do Sul, incluindo o Brasil. Vale salientar, no entanto, que o último caso de febre aftosa no Brasil foi registrado em 2006.

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O que causa a febre aftosa?

A febre aftosa é uma doença causada por um vírus da família Picornaviridae e gênero Aphthovirus. Já foram identificados sete tipos do vírus da aftosa: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e ASIA1. Dentro de cada um desses tipos, existem subtipos dos vírus. Na América do Sul, observa-se a ocorrência de três tipos de vírus da aftosa A, O e C.

O vírus causador da febre aftosa é muito resistente às condições ambientais normais, podendo permanecer ativo por longos períodos. Entretanto, são inativados rapidamente em situações de alto ou baixo pH, luz solar, temperaturas elevadas e determinados desinfetantes.

Como a febre aftosa é transmitida?

A febre aftosa é transmitida pelo contato de animais doentes com animais suscetíveis ou, ainda, pelo contato com objetos, água e alimentos contaminados. O animal doente elimina o vírus por saliva, leite, urina, fezes e sêmen, o que leva à contaminação do ambiente.

Geralmente a entrada do vírus no corpo do animal ocorre pelas mucosas das vias digestórias, quando esse animal se alimenta de água ou alimentos contaminados, ou pela via respiratória, quando o animal doente libera gotículas com o vírus.

Leia também: Existem doenças que ocorrem tanto em seres humanos quanto em outros animais?

Quais os sintomas da febre aftosa?

A febre aftosa é altamente contagiosa, entretanto, não apresenta alta mortalidade. Em animais adultos, a mortalidade fica em torno de 2%, enquanto, em rebanho jovem, ela é de cerca de 20%. A mortalidade em animais mais jovens decorre do surgimento de lesões cardíacas. Apesar da maioria dos animais não morrer em consequência da doença, eles ficam muito debilitados.

O sinal clínico mais conhecido da doença é o surgimento de vesículas (aftas) na região da boca e pés. Em bovinos, verifica-se salivação excessiva, dificuldade para alimentar-se, febre, inquietação, redução na produção de leite, dor nos tetos ao amamentar ou ordenhar, e emagrecimento.

Nos ovinos e caprinos, os sinais clínicos na boca ocorrem com menor frequência, sendo observado febre e severa laminite (processo inflamatório que afeta o casco). Em suínos os sintomas incluem dificuldade para mastigar e engolir, febre, inquietação e laminite. Nesses animais, os sinais na boca são menos visíveis, mas podem surgir lesões na língua e focinho.

A febre aftosa tem tratamento?

A vacinação é um processo importante para conseguir-se a erradicação da doença. [1]
A vacinação é um processo importante para conseguir-se a erradicação da doença. [1]

A febre aftosa é uma doença que não tem tratamento, sendo observada a recuperação natural do animal entre duas e três semanas. Entretanto, todos os animais com aftosa devem ser sacrificados a fim de evitar a disseminação da doença. Sendo assim, a partir do momento que o proprietário do animal suspeite de um caso de aftosa, ele deve comunicá-lo rapidamente ao serviço veterinário para confirmação do diagnóstico e para que as medidas sanitárias adequadas sejam tomadas.

Como é feita a prevenção da febre aftosa?

A febre aftosa é prevenida por meio da vacinação, a qual se iniciou no Brasil no início da década de 1960. A vacina contra aftosa utilizada na América do Sul é inativada trivalente contra os tipos A, O e C.

Atualmente a vacinação contra febre aftosa é feita na maioria dos estados brasileiros, existindo apenas algumas regiões, consideradas zonas livres da doença, sem vacinação, onde a vacina não é mais necessária. A expectativa é suspender a vacinação em todos os estados brasileiros até 2026.

Crédito editorial:

[1] Joa Souza / Shutterstock.com

 

Por Vanessa dos Santos
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Febre aftosa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/febre-aftosa.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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