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Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário que geralmente não causa sintomas, entretanto, é preocupante em grávidas e pessoas com sistema imune comprometido.

Toxoplasma gondii é o agente etiológico da toxoplasmose.
Toxoplasma gondii é o agente etiológico da toxoplasmose.
Crédito da Imagem: shutterstock
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A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário, o Toxoplasma gondii, o qual apresenta felinos como hospedeiro definitivo e o homem, além de alguns outros animais vertebrados, como hospedeiros intermediários. É uma doença com distribuição geográfica mundial, sendo uma zoonose bastante difundida. Geralmente, é uma doença assintomática em pacientes sem imunidade comprometida, entretanto, mostra-se especialmente perigosa em casos de gravidez.

Leia também: Doenças causadas por protozoários

Tópicos deste artigo

Ciclo de vida do Toxoplasma gondii

O Toxoplasma gondii é um protozoário que infecta diferentes tipos de animais homeotérmicos, incluindo aves e mamíferos. Felinos, por exemplo, o gato doméstico, são seus únicos hospedeiros definitivos, porém outras espécies de vertebrados podem atuar como hospedeiros intermediários, sendo esse o caso do homem.

Durante o ciclo do Toxoplasma gondii, observamos três estados infectantes: oocistos, taquizoítos e bradizoítos. Os oocistos, que contêm os esporozoítos, são estágios formados no ciclo intestinal do protozoário que ocorre no trato intestinal dos felídeos. O estágio de taquizoíto é encontrado durante a fase aguda da infecção. Já o estágio de bradizoítos é encontrado dentro de cistos teciduais na fase crônica da doença.

Os felinos são os únicos hospedeiros definitivos do Toxoplasma gondii, portanto, desempenham um papel fundamental na transmissão da toxoplasmose.

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Os felinos são infectados, geralmente, quando ingerem tecidos do hospedeiro intermediário, como roedores e aves, com bradizoítos ou ainda quando ingerem oocistos esporulados de ambientes contaminados. No tubo digestório dos felinos, os cistos teciduais são rompidos e os bradizoítos liberados.

Posteriormente, os bradizoítos invadem a mucosa do intestino, diferenciam-se e reproduzem-se. O oocisto é formado e eliminado de forma imatura nas fezes. Logo após eliminado, inicia-se o processo de esporulação, que resulta no oocisto infectante.

Os hospedeiros intermediários infectam-se ao ingerir o oocisto o qual pode estar contaminando o solo ou alimento. O hospedeiro intermediário pode também ingerir tecido de hospedeiros intermediários contaminados. As formas parasitárias ingeridas rompem-se e liberam esporozoítos (quando foi ingerido oocisto) ou bradizoítos (quando foi ingerido tecido com cistos teciduais) que invadem células nucleadas.

Cada parasita no interior da célula é um taquizoíto. O taquizoíto, então, divide-se várias vezes de forma assexuada até ocasionar o rompimento da célula. Esse processo ocorre sucessivas vezes e os taquizoítos migram para vários órgãos pelo sistema vascular.

Observe a invasão do Toxoplasma na célula e sua posterior replicação.
Observe a invasão do Toxoplasma na célula e sua posterior replicação.

A formação dos bradizoítos ocorre quando o hospedeiro intermediário começa a desenvolver imunidade. Com o desenvolvimento da resposta imunológica, os taquizoítos transformam-se em bradizoítos e apresentam uma divisão mais lenta e passam a formar os cistos teciduais.

Leia também: Protozoários

Transmissão da toxoplasmose

A toxoplasmose é transmitida para o homem, principalmente, devido à ingestão de oocistos, os quais podem estar presentes no solo, água e alimentos de origem vegetal, ou por meio da ingestão de carne apresentando cistos teciduais. No caso do homem, não podemos deixar de citar que a transmissão pode ser também congênita, ou seja, passada da mãe para o bebê durante a gestação.

As fezes do gato são responsáveis por liberar oocistos no meio ambiente.
As fezes do gato são responsáveis por liberar oocistos no meio ambiente.

Sintomas da toxoplasmose

Na maioria dos casos, a toxoplasmose é uma doença assintomática, ou seja, que não causa sintomas. Entretanto, em uma menor quantidade de indivíduos, podem ocorrer algumas manifestações clínicas, como fraqueza sem febre e linfadenopatia (alteração nos linfonodos).

A linfadenopatia pode ser acompanhada de febre, dor muscular, mal-estar, dor de cabeça, dor durante a deglutição do alimento, irritação na pele e hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço). Em pacientes imunocomprometidos, podem ser observadas a encefalite (inflamação no cérebro), miocardite (inflamação no músculo do coração) e pneumonite (inflamação no pulmão).

Toxoplasmose ocular

A toxoplasmose ocular é ocasionada pelo Toxoplasma gondii ao infectar a região do olho. O que se observa muitas vezes nessas situações é que o protozoário ao infectar essa área desencadeia cicatrizes que resultam em uma diminuição da clareza da visão (reduz a acuidade visual).

O indivíduo com toxoplasmose ocular pode apresentar ainda dor nos olhos e ter a pressão intraocular elevada, além do surgimento das moscas volantes (manchas na visão). Vale salientar que, algumas vezes, a toxoplasmose ocular manifesta-se de maneira atípica, o que pode dificultar o disgnóstico correto. O tratamento depende da lesão no olho e da saúde do paciente.

Toxoplasmose na gravidez

Na gravidez, a infecção por Toxoplasma gondii pode causar sérios problemas para a criança, uma vez que a mãe pode infectar o feto. Na toxoplasmose congênita, o Toxoplasma gondii é passado por transferência transplacentária ao bebê, desencadeando uma série de problemas, principalmente, naqueles infectados nas fases iniciais da gestação.

Estima-se que aproximadamente 40% das gestantes que apresentam toxoplasmose aguda transmitem o Toxoplasma ao bebê.


A toxoplasmose congênita pode desencadear, por exemplo, anormalidades visuais e neurológicas, restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, macro ou microcefalia, icterícia, entre outros problemas. Vale salientar que a maioria dos bebês com toxoplasmose congênita nasce sem sintomas, porém, sequelas tardias são frequentes na toxoplasmose congênita que não foi tratada.

Devido aos riscos que a toxoplasmose pode causar na gravidez, é essencial realizar exames durante o pré-natal. Esses exames permitem a detecção do problema e a realização de um tratamento que pode evitar a contaminação do feto.

Leia também: Microcefalia

Tratamento da toxoplasmose

A toxoplasmose não é tratada em pacientes que não apresentam a saúde debilitada. Em gestantes, faz-se o uso da espiramicina, que reduz as chances de transmissão de toxoplasmose para o bebê. Quando há a confirmação da infecção fetal, o tratamento é baseado no uso de sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Pacientes com a imunidade comprometida ou que desenvolveram complicações também necessitam de atenção especializada.

Prevenção da toxoplasmose

Durante a gestação, recomenda-se que a mulher não limpe a caixinha de areia com fezes do gato.
Durante a gestação, recomenda-se que a mulher não limpe a caixinha de areia com fezes do gato.

A toxoplasmose pode ser prevenida com algumas medidas bastante simples, tais como:

  • Higienizar bem as frutas, legumes e verduras.

  • Beber água tratada ou fervida.

  • Cozinhar bem os alimentos.

  • Não comer carne crua ou malpassada.

  • Congelar a carne a uma temperatura interna de -12º C.

  • Não utilizar os mesmos utensílios domésticos utilizados em carne para preparar vegetais.

  • Evitar contato com fezes de felinos.

  • Alimentar felinos com ração para evitar infecção. É importante nunca alimentar gatos com carne crua ou malpassada.

  • Mudar a caixinha de areia dos gatos diariamente.

  • Grávidas e indivíduos com a imunidade debilitada devem manusear o solo apenas com luvas.

  • Lavar sempre bem as mãos após manipular areia e gatos.

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Toxoplasmose"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/toxoplasmose.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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