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Toda mulher quando fica grávida espera ansiosa a chegada do bebê, mas uma das dúvidas que muitas mulheres têm é: “Fazer parto normal ou cesariana?”.
O parto normal tem muitas vantagens sobre a cesariana, pois o corpo da mulher foi preparado para isso, portanto a recuperação é mais rápida e as chances de surgirem hematomas e infecções na mãe e no bebê são muito menores, pois o parto normal é o término natural de uma gravidez. “O ideal é que o bebê escolha o dia em que quer nascer”, diz o obstetra Luiz Fernando Leite, das maternidades Santa Joana e Pro Matre, em São Paulo.
Por vezes podem ocorrer algumas complicações que colocam em risco a vida da mãe e do bebê, por isso muitas vezes a cesariana é a saída, “Mas quando a cirurgia é agendada com muita antecedência, corre-se o risco de a criança nascer prematura, mais magra e com os músculos ainda não completamente desenvolvidos”,afirma Leite. Há alguns fatores que podem fazer o médico optar por uma cesariana, como é o caso de hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, insuficiência placentária, problemas do coração e do rim, entre outros.
Quando a mãe começa a sentir algumas contrações não dolorosas, mas frequentes, é sinal de que o bebê já está querendo vir ao mundo e já é hora de ir para o hospital. No hospital serão feitos alguns procedimentos de rotina e o médico obstetra irá avaliar a dilatação do colo do útero e a posição do bebê. Se o colo do útero estiver dilatado e a criança estiver em posição cefálica (de cabeça para baixo), o parto normal poderá acontecer. Em algumas mulheres a dilatação do colo do útero deve ser induzida. Para isso, usa-se o hormônio sintético ocitocina, que é produzido naturalmente pela gestante durante o trabalho de parto.
Quando as contrações começam com um ritmo constante e regular, inicia-se o trabalho de parto. Muitos médicos, para aliviarem a dor das mamães, recorrem a uma anestesia que associa a anestesia raquidiana usada na cesárea com a anestesia peridural. “A paciente não sofre, mas também não perde totalmente a sensibilidade na região pélvica”, afirma a anestesista Wanda Carneiro, diretora clínica do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Sendo assim, a mãe consegue fazer a força necessária para impulsionar a criança para fora.
Quando o bebê passa pelo canal vaginal, ele tem todo o seu corpinho comprimido, inclusive o seu tórax, mas não pense que isso é ruim para o bebê, pelo contrário: “Isso garante que o líquido amniótico de dentro dos seus pulmões seja expelido pela boca, facilitando o primeiro suspiro da criança na hora em que nasce”, explica Rosangela Garbers, neonatalogista do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Outro fato que ocorre durante o parto normal é o estresse que o bebê sente ao sofrer as contrações. Ao passar por esse estresse, o organismo do bebê irá liberar o hormônio cortisol. No organismo infantil a liberação desse hormônio faz com que seus pulmões funcionem muito bem, podendo até evitar futuras pneumonias. Após a saída do bebê, o útero irá se contrair mais uma vez para expulsar a placenta.
Durante o trabalho de parto, o médico pode optar por fazer uma pequena incisão no períneo (região entre a vagina e o ânus), chamada de episiotomia. Essa incisão é feita quando o espaço é pequeno e não dá para a criança passar. Após o parto, o corte é suturado e cicatriza em poucos dias.
Quando em trabalho de parto, o organismo da mamãe já está produzindo ocitocina e prolactina, hormônios naturais que aceleram a descida do leite, portanto, assim que vem ao mundo o bebê já pode ser amamentado pela mãe. Após 48 horas do parto normal, mamãe e bebê já podem ir para casa.
Paula Louredo
Graduada em Biologia