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Impressionismo é um movimento estético surgido na França por volta de 1874. Está, acima de tudo, associado à pintura. Mas exerceu influência na literatura simbolista e na música do compositor francês Claude Debussy. As pinturas impressionistas retratam paisagens, com contornos imprecisos e pinceladas rápidas.
Os principais pintores impressionistas são os franceses Claude Monet, Edgar Degas, Édouard Manet e Pierre-Auguste Renoir. Em extensão ou oposição ao impressionismo, surgiram movimentos como o pós-impressionismo, o neoimpressionismo e o expressionismo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o impressionismo
- 2 - Características do impressionismo
- 3 - Artistas do impressionismo
- 4 - Pintura impressionista
- 5 - Literatura impressionista
- 6 - Música impressionista
- 7 - Impressionismo no Brasil
- 8 - O contexto histórico e a origem do impressionismo
- 9 - Impressionismo e expressionismo
- 10 - Pós-impressionismo e neoimpressionismo
- 11 - Exercícios resolvidos sobre o impressionismo
Resumo sobre o impressionismo
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As principais características do impressionismo são os contornos imprecisos e o caráter paisagístico.
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Os artistas impressionistas mais conhecidos são os franceses Monet, Degas, Manet e Renoir.
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Impressão, nascer do sol, de 1872, foi a tela de Claude Monet que deu nome ao movimento.
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No Brasil, artistas como Giovanni Castagneto, Antônio Parreiras e Eliseu Visconti divulgaram a nova estética.
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O impressionismo na literatura está relacionado ao estilo de época simbolismo.
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A música impressionista tem como principal representante o compositor francês Claude Debussy.
Características do impressionismo
As obras impressionistas:
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retratam paisagens comuns;
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apresentam contornos imprecisos;
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possuem caráter antirrealista;
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trazem impressões acerca do ambiente retratado;
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sugerem o movimento das imagens;
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valorizam os efeitos da luz do Sol sobre os objetos;
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explicitam a relação entre espaço e luz;
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buscam despertar sensações;
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utilizam cores de tons neutros;
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representam o cotidiano e o momento presente;
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são marcadas pelo subjetivismo autoral;
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demonstram preferência por espaços abertos;
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usam pinceladas rápidas e sutis.
Artistas do impressionismo
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Berthe Morisot (1841-1895) — francesa
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Claude Monet (1840-1926) — francês
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Edgar Degas (1834-1917) — francês
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Édouard Manet (1832-1883) — francês
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Joaquín Sorolla (1863-1923) — espanhol
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Mary Cassatt (1844-1926) — estadunidense
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Max Liebermann (1847-1935) — alemão
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Olga Boznańska (1865-1940) — polonesa
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Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) — francês
Pintura impressionista
O impressionismo é um movimento artístico sobretudo pictórico. Isso quer dizer que ele surgiu na pintura e, em seguida, exerceu influência sobre outras áreas estéticas. Assim, as pinturas desse estilo não apresentam imagens nítidas e valorizam o espaço e a luz do ambiente.
Algumas das mais conhecidas telas impressionistas são:
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Caça de borboleta (1874) — Berthe Morisot;
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Fuga de Rochefort (1881) — Édouard Manet;
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Impressão, nascer do sol (1872) — Claude Monet;
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A primeira bailarina (1878) — Edgar Degas;
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Passeios de barco no rio Sena (1879) — Pierre-Auguste Renoir;
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Flower girls (1889) — Olga Boznańska;
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Tempo de verão (1894) — Mary Cassatt;
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O terraço do restaurante Jacob em Nienstedten no Elba (1902) — Max Liebermann;
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Menina (s. d.) — Joaquín Sorolla.
Literatura impressionista
A influência impressionista na literatura pode ser encontrada nas obras simbolistas, as quais apresentam as seguintes características:
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antipositivismo;
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uso da sinestesia;
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alienação social;
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caráter sugestivo;
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valorização das sensações, impressões e intuição;
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enaltecimento do mistério e do misticismo;
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subjetividade;
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uso de reticências;
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rigor formal;
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musicalidade das palavras;
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uso da maiúscula alegorizante.
Leia também: Cinco poemas de Alphonsus de Guimaraens — autor simbolista brasileiro
Música impressionista
Não existe consenso sobre a influência do impressionismo na música. De qualquer maneira, quando essa relação é mencionada, o nome do compositor francês Claude Debussy (1862-1918) sempre aparece. Assim, para a pesquisadora Luma Heyn|1|:
A pintura impressionista, assim como a poesia simbolista, influenciou fortemente a obra de Debussy, mostrando uma intrincada relação entre as artes, principalmente no final do século XIX, na França. Os movimentos artísticos, numa comunhão estética, representavam o imaginário coletivo da época em que Debussy viveu. [...].
A mesma pesquisadora comenta que Debussy “se mostrava muito próximo da arte impressionista na pintura e do movimento simbolista na poesia”. Ele acabou sendo considerado, portanto, um compositor impressionista. E, algumas vezes, deu “às suas obras títulos de pinturas”, além de musicar poemas de poetas simbolistas, como Stéphane Mallarmé (1842-1898).
Impressionismo no Brasil
A estética impressionista chegou ao Brasil em 1884, por meio do pintor alemão Georg Grimm (1846-1887), que atuou como professor da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro. Assim, seus discípulos ou sucessores, isto é, os principais pintores impressionistas brasileiros ou atuantes no Brasil são:
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Giovanni Castagneto (1851-1900);
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Antônio Parreiras (1860-1937);
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Eliseu Visconti (1866-1944);
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Lucílio de Albuquerque (1877-1939);
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João Timótheo da Costa (1878-1932);
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Arthur Timótheo da Costa (1882-1922);
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Mário Navarro da Costa (1883-1931);
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Georgina de Albuquerque (1885-1962);
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Henrique Cavalleiro (1892-1975);
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Antônio Garcia Bento (1897-1929).
Já na literatura, os mais importantes escritores simbolistas do país são:
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Cruz e Sousa (1861-1898);
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Alphonsus de Guimaraens (1870-1921).
O contexto histórico e a origem do impressionismo
O impressionismo surgiu no século XIX, na França, em uma exposição de quadros, em 1874, no ateliê do fotógrafo Félix Nadar (1820-1910). Nesse evento, estavam expostas telas de artistas como Monet e Renoir. E o que deu nome ao movimento foi a tela de Monet intitulada Impressão, nascer do sol.
No entanto, o movimento foi assim chamado, de forma depreciativa, por alguns críticos da época. Somente depois esse estilo de pintura seria consagrado. Afinal, ainda estava em voga a estética realista, impulsionada pela valorização do pensamento científico e centrada em questões políticas e sociais.
Mas o final do século XIX foi marcado pelo início da competição econômica entre as grandes potências europeias. Além disso, as diferenças sociais ficaram escancaradas, e o movimento operário ganhava força. Diante dessa realidade, os artistas se entregaram ao pessimismo e à desconfiança em relação ao poder transformador da razão.
Impressionismo e expressionismo
O expressionismo foi um dos movimentos de vanguarda em destaque na Europa no início do século XX. Oficialmente, ele surgiu em 1910, na Alemanha, como uma forma de oposição à arte sensorial impressionista. Apesar de apresentar pontos em comum com o impressionismo, como o antipositivismo e a subjetividade, o expressionismo rejeita a alienação social impressionista.
As telas expressionistas trazem a expressão ou percepção individual do artista diante da realidade, e não somente a sua impressão do momento presente, como fazem os impressionistas. Além disso, a arte expressionista mostra o lado obscuro da humanidade e realiza, com pinceladas fortes, uma angustiante distorção da realidade.
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Pós-impressionismo e neoimpressionismo
O pintor e crítico inglês Roger Fry (1866-1934) foi quem primeiro utilizou o termo “pós-impressionismo”. Assim, ele se referia a um grupo de artistas franceses que atuaram entre 1880 e 1905. Os pós-impressionistas tinham uma postura mais independente em relação aos impressionistas, de forma que cada artista buscou um estilo pessoal.
Nessa perspectiva, eles seguiram basicamente duas vertentes: uma visão mais científica da produção artística ou a expressão da emoção provocada pelas sensações causadas por efeitos de cor e luz. Dessa forma, buscaram valorizar o desenho e a expressividade de objetos e pessoas.
São considerados pós-impressionistas:
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Paul Cézanne (1839-1906) — francês;
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Paul Gauguin (1848-1903) — francês;
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Vincent van Gogh (1853-1890) — holandês;
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Georges Seurat (1859-1891) — francês;
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Paul Signac (1863-1935) — francês;
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Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) — francês.
Já o neoimpressionismo está associado a uma técnica de pintura que utiliza pequenos “pontos” multicores. Na verdade, esses “pontos” são divisões que permitem efeitos de luz, cor e harmonia. Desse modo, há uma preocupação com o uso do material de trabalho, como tinta e tela, e também com os planos da pintura, de forma a obter harmonia de cores.
A obra Uma tarde de domingo na ilha de Grande Jatte (1884), de Georges Seurat, deu origem ao movimento neoimpressionista. Além de Seurat e de Paul Signac, também são artistas neoimpressionistas:
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Charles Angrand (1856-1926) — francês;
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Théo van Rysselberghe (1862-1926) — belga;
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Georges Lemmen (1865-1916) — belga.
Exercícios resolvidos sobre o impressionismo
Questão 01
(Enem)
Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a
a) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos.
b) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado.
c) retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as imagens por eles idealizadas.
d) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta.
e) usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.
Resolução:
Alternativa D
Os artistas impressionistas utilizavam “pinceladas rápidas”, com cores neutras. Suas telas não apresentavam contornos nítidos e nem usavam sombras em tons de cinza e preto. Além disso, não havia idealização, mas a impressão de um momento.
Questão 02
Analise as obras a seguir:
PINTURA 1
PINTURA 2
PINTURA 3
PINTURA 4
PINTURA 5
É uma obra impressionista apenas a:
a) pintura 1.
b) pintura 2.
c) pintura 3.
d) pintura 4.
e) pintura 5.
Resolução:
Alternativa D
A pintura de Claude Monet retrata uma paisagem, com contornos imprecisos, e sugere movimento, com pinceladas rápidas. No mais, a pintura 1 é romântica; a 2, neoclássica; a 3, realista; e a 5, expressionista.
Notas
|1| HEYN, Luma. O imaginário e a recepção na música vocal de Claude Debussy: um estudo de caso. 2015. 121 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música e Artes Cênicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2015.