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Os artrópodes formam um grupo extremamente diversificado, com mais de um milhão de espécies descritas e catalogadas em todo o mundo. Esses animais podem ser encontrados em todas as regiões do planeta.
Os animais pertencentes ao filo Arthropoda são invertebrados, triblásticos e celomados. Possuem simetria bilateral, exoesqueleto, corpo segmentado (metameria) e apêndices articulados, o que justifica o nome do filo (artro = articulação; podos = patas). O fato de esses animais apresentarem metameria leva à suposição de que os artrópodestêm parentesco evolutivo com os anelídeos. Essa metameria é mais nítida apenas nas formas larvais.
O exoesqueleto de todos osartrópodes é composto por quitina, mas nos crustáceos, além da quitina, há também fosfato e carbonato de cálcio, substâncias que conferem alta resistência à carapaça desses animais. Os artrópodes terrestres são revestidos por uma cobertura de cera impermeável que impede a desidratação.
O artrópode sofre mudas periodicamente para que seu corpo aumente de tamanho
Como o exoesqueleto dos artrópodes envolve todo o seu corpo, o crescimento desses animais ocorre apenas através do que chamamos de muda ou ecdise, que é a troca do exoesqueleto. As mudas ocorrem periodicamente ao longo do desenvolvimento do animal, que é sempre controlado por um hormônio chamado de ecdisona ou hormônio da muda. Durante a muda, as células da epiderme responsáveis pela produção do exoesqueleto secretam um novo esqueleto, embaixo do esqueleto antigo, sendo que em determinado momento o esqueleto antigo se racha, liberando o artrópode com seu novo esqueleto. Por ser muito flexível, o novo exoesqueleto se distende à medida que o corpo do animal se dilata, logo depois da muda. Depois de alguns minutos ou horas, o novo exoesqueleto do artrópode se enrijece e o animal para de crescer.
Os artrópodes apresentam sistema digestório completo, com digestão extracelular e sistema circulatório aberto ou lacunar, sendo o sangue chamado de hemolinfa.
Os artrópodes podem ser classificados em cinco classes, são elas:
Classe Insecta
São conhecidas 900 mil espécies de insetos, sendo que a classe Insecta é a mais diversificada do filo. Os insetos são os únicos animais invertebrados com capacidade de voo. Essa capacidade lhes garante alcançar alimentos com facilidade, além de lhes dar grande poder de defesa e dispersão. Os insetos têm grande importância na cadeia alimentar (pois muitos pássaros, anfíbios, répteis, mamíferos e peixes se alimentam deles), mas também podem trazer muitos prejuízos ao homem.
O corpo dos insetos é dividido em cabeça, tórax e abdome. Eles possuem um par de antenas, três pares de patas e as asas podem ser ausentes. A respiração desses animais é traqueal e a excreção é feita através de túbulos de Malpighi. O sistema nervoso dos insetos é ganglionar com cordão nervoso ventral. Os insetos são animais dioicos (sexos separados), com fecundação interna e desenvolvimento direto ou indireto. Exemplos: abelhas, gafanhotos, moscas, pernilongos, borboletas, formigas, etc.
Classe Crustacea
Os animais da classe Crustacea são encontrados principalmente em ambientes aquáticos de água doce ou salgada, sendo que poucas espécies podem ser encontradas em terra firme (algumas são: os tatuzinhos-de-jardim, os tatuíras ou tatuzinhos-de-praia e as baratas-de-praia). Alguns crustáceos servem de alimentos para peixes e outros animais maiores. Possuem também uma carapaça dura e resistente composta por quitina e substâncias calcárias.
Com o corpo dividido em cefalotórax e abdome, os crustáceos apresentam dois pares de antenas e número de patas variável (sendo que em algumas espécies o primeiro par de patas pode ser transformado em quela, uma pinça forte que o animal usa para se defender ou capturar alimentos). A respiração desses animais é feita por brânquias e a excreção acontece através de glândulas verdes, também chamadas de antenares. A maioria dos crustáceos é monoica e seu desenvolvimento pode ser direto, mas na maioria das vezes é indireto. Exemplos: camarões, caranguejos, siris, lagostas, cracas, etc.
Classe Arachnida
Encontrados em ambientes terrestres, os aracnídeos podem ser vistos em matas, pântanos, desertos e em casas. Algumas espécies de aracnídeos, como aranhas e escorpiões, são peçonhentas e sua picada pode causar sérios acidentes a seres humanos e animais domésticos. O ácaro também é um aracnídeo e pode ser facilmente encontrado na poeira, sendo por isso o maior responsável por causar alergias respiratórias. Além disso, o ácaro também é o responsável por causar a sarna. Os carrapatos são aracnídeos que também transmitem doenças, como a doença do carrapato, que acomete animais domésticos.
Os aracnídeos possuem o corpo dividido em cefalotórax e abdome, sendo que nos carrapatos essas partes são fundidas. Possuem também quatro pares de patas, antenas ausentes e a respiração é traqueal ou filotraqueal. Além disso, possuem um tubo digestório especializado em sugar; e nas aranhas e escorpiões a digestão é extracorpórea. A excreção nos aracnídeos é feita através de glândulas coxais e túbulos de Malpighi. A maioria das espécies é dioica com fecundação interna. Exemplos: aranhas, escorpiões, ácaros.
Classe Chilopoda
A classe Chilopoda é representada pelas centopeias e lacraias, animais que apresentam o corpo formado por cabeça e tronco. No tronco desses animais há cerca de 170 metâmeros, sendo que em cada metâmero há um par de patas. A respiração dos chilopodes é traqueal e a excreção é feita através de túbulos de Malpighi. Os chilopodes são animais dioicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. Exemplos: lacraias, centopeias.
Classe Diplopoda
O corpo dos diplopodes é formado por cabeça, tórax e abdome, mas há autores que consideram que o corpo desses animais é formado apenas por cabeça e tronco. O abdome desses animais é longo e, como nos chilopodes ele também é formado por metâmeros, em cada metâmero há dois pares de patas. Possuem um par de antenas na cabeça, respiração traqueal e excreção feita por túbulos de Malpighi. Os diplopodes são dioicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. Exemplos: piolhos-de-cobra.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia