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O xamanismo são práticas rituais ancestrais, pois se originaram no Paleolítico, e tem como objetivo manter o contato com o sagrado. Por meio dessas práticas, tem-se contato com os ancestrais, os espíritos da natureza, os espíritos animais etc. Esses rituais são marcados por danças, músicas e pelo consumo de enteógenos.
Dentro do xamanismo, considera-se que o xamã é a figura que conduz o ritual, sendo quem atua como mensageiro ou intermediário entre mundo terreno e o mundo espiritual. No entanto, existem rituais xamânicos sem a presença de um xamã. Diversos povos praticam rituais xamânicos, entre os quais estão muitos povos indígenas do Brasil.
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre xamanismo
- 2 - O que é o xamanismo?
- 3 - Qual é a religião do xamanismo?
- 4 - Quem é o xamã?
- 5 - O que se toma no xamanismo?
- 6 - Povos praticantes do xamanismo
- 7 - Origem do termo xamanismo
Resumo sobre xamanismo
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O xamanismo é o conjunto de rituais ancestrais que são praticados por alguns povos.
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Essas práticas rituais são usadas para manter contato com o mundo espiritual.
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Os rituais são marcados pela presença de dança, música e pelo consumo de enteógenos.
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O xamã é aquele quem conduz os rituais xamânicos, sendo um mensageiro ou intermediário entre o mundo espiritual e o mundo terreno.
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Diversos povos indígenas do Brasil mantêm rituais xamânicos.
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A palavra xamanismo é o aportuguesamento de shamanism, que define as referidas práticas ancestrais no idioma inglês.
O que é o xamanismo?
O xamanismo pode ser entendido como um conjunto de práticas religiosas ancestrais presentes em diferentes povos da humanidade. Essas práticas ancestrais permitem o contato com o mundo espiritual. Curandeirismo, adivinhação e alteração no estado de consciência são ações que acontecem durante os rituais.
Qual é a religião do xamanismo?
Apesar de ser referido como religião por muitos, os antropólogos não entendem o xamanismo como uma prática religiosa, porque ele não possui as características para ser definido como tal. Isso porque o xamanismo, por exemplo, não possui dogmas nem uma liturgia a ser seguida. Na prática, o xamanismo é composto de práticas rituais muito antigas que procuram manter contato com o mundo espiritual. Nos rituais xamânicos há a presença de músicas e danças diversas.
Sendo assim, o termo xamanismo é usado para referir-se a rituais ancestrais com a presença de transe (alteração da consciência de um ser humano). Esse transe deve acontecer no sentido de manter a pessoa em contato com elementos (bons ou maus, ancestrais etc.) do mundo espiritual.
É importante mencionar que essa definição é resultado de um amplo debate entre os antropólogos e outros pesquisadores das ciências humanas. Outro ponto é esclarecer que não há consenso entre os especialistas a respeito da definição do xamanismo. Nesse sentido, existem inúmeras críticas a esse termo entre muitos dos estudiosos do assunto.
Quem é o xamã?
Dentro do xamanismo, o xamã é a figura central do ritual, uma vez que ele é entendido como quem guia o contato com o mundo espiritual, sendo o receptor das mensagens. Esse contato com o mundo espiritual permite que o xamã transmita mensagens, mas, além disso, ele pode conduzir rituais de cura contra os maus espíritos.
Entre práticas que podem ser realizadas por um xamã, estão:
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Permitir que o seu espírito dele abandone o corpo para ter contato integral com o mundo espiritual.
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Iniciar o transe que permita que ele mantenha esse contato com o mundo espiritual.
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Fazer com que alguém alcance o estágio de transe temporário.
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Possibilitar o contato com espíritos de animais e ancestrais.
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Realizar rituais de adivinhação depois de ter contato com o mundo espiritual etc.
Isso significa que o xamã é o guia dos rituais e o único que tem controle do contato com o mundo espiritual. No contexto dos povos indígenas do Brasil, o xamã corresponde à figura do pajé, quem mantém contato com os espíritos e realiza cura e adivinhações.
A existência do xamã nas práticas xamânicas de diversos povos não significa que todos os povos com rituais xamânicos necessitam ou tenham um xamã para conduzir o ritual. Alguns povos indígenas do Brasil, por exemplo, realizam os seus rituais xamânicos sem um xamã, e, nesse caso, a condução do ritual é realizada conjuntamente pelos próprios participantes. Nesses casos, os próprios participantes têm contato direto com o mundo espiritual, trazendo as mensagens que vêm dele e operando os cantos do ritual.
Leia mais: Yanomami — povo indígena que habita a região amazônica e é praticante do xamanismo
O que se toma no xamanismo?
Vimos que a alteração de consciência (transe) para alcançar o mundo espiritual e manter contato com os espíritos desse plano é uma característica essencial do xamanismo. A forma como esse transe é alcançado se dá de maneira diferente em cada cultura. De forma geral, o uso de enteógeno é bastante comuns nos rituais xamânicos. Enteógenos são as substâncias consumidas para alterar a consciência e a percepção de uma pessoa.
Entre as substâncias que podem ser consumidas em rituais xamânicos, estão:
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a bebida ayahuasca;
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alguns tipos de cactos;
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uma espécie de sálvia.
Povos praticantes do xamanismo
Entre os povos praticantes do xamanismo, estão:
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inuit;
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maias;
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mazatecas;
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huichós;
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mapuche;
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aimarás;
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dogon;
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nguni;
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vikings (nórdicos da Era Viking);
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povos indígenas do Brasil:
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kaingang;
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marubo;
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parakanã.
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aborígenes australianos;
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mongóis.
Origem do termo xamanismo
A palavra xamanismo é o aportuguesamento de shamanism, a palavra que define a referidas práticas ancestrais no idioma inglês. Esse termo do inglês, por sua vez, deriva de saman, uma palavra originada de línguas tungúsicas (faladas por povos habitantes da Sibéria e de regiões próximas) e que é traduzida como “saber”.
O termo saman se tornou bastante comum para se referir a povos autóctones da Sibéria, como os evenki e os buriates. Acredita-se que ele se popularizou nesse sentido durante o século XVII. No Ocidente, ele ficou conhecido por meio de antropólogos que usaram a expressão xamanismo para se referir às práticas rituais de povos mongóis e turcos.
Fontes
NETO, João Irineu de França. Xamanismo e pajelança nas práticas ritualísticas indígenas. Disponível em: https://revistasenso.com.br/bem-viver/xamanismo-e-pajelanca-nas-praticas-ritualisticas-indigenas/
ARAÚJO, Carlos Eduardo de. Xamanismo hoje: diálogos com uma sabedoria arcaica. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/47219/1/Xamanismohojedialogos_Araujo_2022.pdf
UNICAP. Xamanismo. Disponível em: https://www1.unicap.br/observatorio2/?page_id=771
CESARINO, Pedro de Niemeyer. Xamanismo. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Xamanismo
FEIJÓ, Adriana. Xamanismo. Disponível em: https://www.personare.com.br/conteudo/xamanismo-o-que-e-m117247
ROCHA, Felipe. O que é xamanismo. Disponível em: https://xamanismoseteraios.com.br/o-que-e-xamanismo/
VIANA, Rodolfo. O que é xamanismo? Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-xamanismo-2
SILVA, Sérgio Baptista da; Giumbelli, Emerson; Quintero, Pablo. O xamanismo e suas múltiplas manifestações e abordagens. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/q9PwyJwzVMDKbpCKd8xc8rr/?format=pdf&lang=pt