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Os maias foram um povo pré-colombiano que habitou a região da Mesoamérica (atual México, Guatemala, Belize, etc.). Tiveram seu auge durante o período de 250 d.C. a 900 d.C, conhecido como Período Clássico. Os maias são conhecidos por terem tido uma das mais sofisticadas civilizações pré-colombianas. Além disso, desenvolveram grandes cidades e tiveram conhecimentos avançados em áreas como a Matemática. Após 900 d.C., os maias entraram em decadência, e suas cidades esvaziaram-se.
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre os Maias
- 2 - Localização da civiliação Maia
- 3 - Política dos Maias
- 4 - Sociedade e cultura Maia
- 5 - Religião dos Maias
- 6 - Decadência dos Maias
Resumo sobre os Maias
Os maias foram uma civilização pré-colombiana que se desenvolveu na Mesoamérica a partir de, aproximadamente, 1800 a.C. O auge da civilização maia é conhecido como Período Clássico e aconteceu entre 250 d.C. e 900 d.C. Nesse período, esse povo realizou um grande número de construções, e a população que habitava a região alcançou seu pico.
Os maias ficaram muito conhecidos por possuírem conhecimentos muito avançados em áreas como Astronomia e Matemática. No campo religioso, os maias eram politeístas, ou seja, acreditavam em diversos deuses e tinham o sacrifício humano como uma prática ritualística muito importante. Esses sacrifícios também tinham uma considerável importância política para esse povo.
Politicamente, organizavam-se em cidades-estado, o que significa que os maias nunca formaram um império com fronteiras consolidadas. O poder dos reis estendia-se, exclusivamente, sobre os domínios de suas cidades e cidades-satélite, caso houvesse alguma. Sobreviviam da agricultura, e seu principal alimento era o milho.
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Localização da civiliação Maia
Os maias desenvolveram-se na região da Mesoamérica, localizada na América Central em regiões que correspondem, atualmente, ao México, Guatemala, El Salvador, Belize e Honduras. Em virtude de sua localização, os maias são também conhecidos como povos mesoamericanos.
Política dos Maias
Os maias organizavam-se sob a forma de cidades-estado, o que significa que cada cidade correspondia a uma entidade administrativa autônoma, com governantes específicos para cada uma. Dessa forma, não havia centralização política, o que fez com que essa civilização nunca possuísse um império com fronteiras estabelecidas. Apesar disso, havia uma zona específica sob a influência da cultura maia.
As cidades-estado maias realizavam comércio e mantinham relações bélicas entre si. Assim, eram comuns guerras entre essas elas, buscando impor domínio sobre as outras. De tempos em tempos, uma nova cidade maia passava a exercer domínio sobre parte da região. Como exemplo, podem ser mencionadas as cidades-estado de Tikal e Calakmul.
O rei, conhecido como ajaw, era a autoridade máxima da cidade e era enxergado por seus súditos como uma manifestação dos deuses. Seu poder era transmitido de maneira patrilinear, ou seja, a linhagem real era paterna. Eventualmente, os reis maias poderiam ser mulheres. Isso acontecia se o rei nomeado não tivesse idade suficiente ou caso estivesse ausente, lutando em uma guerra, por exemplo.
Uma parte importante da cultura dos maias estava relacionada com os sacrifícios humanos. Esses povos acreditavam que o sangue humano era fundamental para o funcionamento do Universo, logo, os sacrifícios eram uma forma de agradar aos deuses e de evitar que o caos reinasse. Assim, o sacrifício humano tinha uma grande importância religiosa.
O historiador Nicholas J. Saunders, no entanto, mostrou que o sacrifício humano tinha também um papel muito relevante na política maia. Como forma de obter prestígio social e político, os reis organizavam milícias de guerreiros especializados em capturar governantes e pessoas influentes de outras cidades para que fossem sacrificados|1|.
Podem ser destacadas algumas cidades-estado maias, como Copán, Tikal, Palenque, Calakmul, Bonampak, Mayapán e Chichen Itzá. Segundo alguns historiadores, Chichen Itzá era uma cidade híbrida que mesclava a cultura maia e tolteca.
Sociedade e cultura Maia
A sociedade maia era hierarquizada, assim, existiam diferentes grupos sociais, cada um com papéis e importâncias específicos na sociedade. O maior grupo da sociedade maia eram os camponeses, responsáveis pela agricultura e pela produção de alimentos. Havia ainda uma nobreza, responsável por cargos relacionados à administração das cidades-estado e pelo sacerdócio religioso. Por fim, havia o rei, chamado de ajaw, que era autoridade máxima de cada cidade.
Os maias acreditavam que o mundo funcionava de maneira cíclica. Dessa forma, o fim de uma fase representava o início de outra fase distinta. Possuíam um sistema de calendário duplo, no qual havia um calendário solar e um calendário sagrado. O primeiro era conhecido como haab e possuía 18 meses de 20 dias cada mais 5 dias, considerados dias de azar, totalizando 365 dias.
O calendário religioso era conhecido como tzolkin. Nele havia 20 semanas de 13 dias cada. A junção dos dois calendários criava um período cíclico que se estendia durante 52 anos. Esse sistema de calendário maia é bem semelhante ao sistema de calendário dos astecas. Em virtude desse complexo sistema de calendário, os maias também possuíam amplos conhecimentos em Astronomia.
A arquitetura e a matemática dos maias também são bastante famosas. A arquitetura foi responsável pelo desenvolvimento de grandes construções em toda a Mesoamérica, as quais se destacam hoje como sítios arqueológicos, visitados por milhões de pessoas anualmente. Já a matemática maia ficou conhecida por ser bastante sofisticada e complexa, destacando-se o fato de conhecerem o número zero, um feito que pouquíssimos povos conseguiram.
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Por último, vale destacar que os maias ficaram conhecidos por terem desenvolvido um sistema de escrita baseado em hieróglifos. Parte importante do conhecimento que se tem sobre a escrita e outros aspectos da cultura maia provém de três códices (manuscritos antigos), que foram levados para a Europa. Esses códices são chamados de Dresden, Madrid e Paris.
Religião dos Maias
Os maias acreditavam em diversos deuses, portanto, sua religião era politeísta. Esses povos acreditavam que seus deuses habitavam um local chamado Tamoanchan, paraíso que fazia parte da cosmovisão de vários povos da Mesoamérica. Acreditavam ainda que diferentes locais da natureza eram sagrados e possuíam diversos espíritos. Cada cidade maia possuía um deus específico.
Como mencionado, os maias acreditavam na importância dos sacrifícios humanos, portanto, diversos sacrifícios eram realizados como forma de manter os deuses satisfeitos e o Universo em funcionamento. Os sacrificados, em geral, eram prisioneiros de guerra ou pessoas que se entregavam para serem sacrificadas.
Esses rituais aconteciam com grande violência. As principais formas utilizadas de sacrifício eram a decapitação e a retirada do coração da pessoa enquanto estivesse viva. A prática religiosa dos maias também possuía cultos de transe, que aconteciam a partir do consumo de um cigarro narcótico e de bebidas alucinógenas. Esse tipo de ritual era restrito à elite.
Entre os diversos deuses maias, podem ser citados Itzamná, deus criador do Universo; Kinich Ahau, deus Sol; Chac, deus relacionado com a água; Bolon Tza’cab, deus relacionado ao cetro; Ah Puch, deus da morte; e Ix Chel, a senhora do arco-íris.
Decadência dos Maias
Após o período de auge da civilização maia, iniciou-se sua fase de decadência, conhecida como Período Pós-Clássico. Os historiadores não sabem explicar especificamente o que causou a decadência maia, mas são sugeridos alguns motivos, como: falta de alimentos em virtude do esgotamento da terra e da superpopulação, desastres naturais, doenças e ataques estrangeiros.
Independente dos motivos, os historiadores apontam que determinados locais maias sofreram um severo esvaziamento populacional, com grupos de pessoas mudando-se em massa para outras localidades da Mesoamérica. Quando os europeus chegaram à região no começo do século XVI, esse processo de decadência maia ainda estava em curso.
Nota
|1| SAUNDERS, Nicholas J. Américas Antigas: as grandes civilizações. São Paulo: Madras, 2005, p. 81-85.