PUBLICIDADE
Você sabe a diferença entre religião e seita? Se não sabe, chegou a hora de entender a definição de cada um desses termos.
Tópicos deste artigo
Religião
A palavra religião tem dúbia origem no latim, podendo, em dois momentos diferentes da obra do grande filósofo patrístico Agostinho de Hipona, significar reeleger ou religar. Há um consenso, porém, na adoção desse último significado (religar, de re ligare).
O Dicionário Aurélio, por exemplo, utiliza essa noção para apresentar o significado do termo religião como um restabelecimento do elo rompido entre os seres humanos e Deus. Na tradição cristã, essa noção faz mais sentido, pois o pecado original rompeu a ligação existente entre os homens e o ser supremo, devendo o homem buscar restabelecer esse elo.
Leia também: Diferença entre árabes e muçulmanos
Em geral, religião pode designar a crença em um ou vários deuses, superiores por alguma ou várias características aos seres humanos e que, de algum modo, criam, governam e ordenam o mundo natural. As religiões, em geral, dizem respeito à crença no sobrenatural, portanto, não podem ser comprovadas por meio das ciências da natureza.
A relação entre os religiosos e a fé religiosa ocorre, em geral, pela crença e pela lealdade. O devoto a uma religião não precisa, em tese, de confirmações materiais para a comprovação daquilo que ele crê. Ele somente acredita, seja por questões pessoais, materiais (no caso da materialização de fenômenos inexplicáveis, os chamados milagres), seja por hábito e cultura.
As religiões podem derivar da interpretação de uma escritura sagrada (como o cristianismo deriva do novo testamento da Bíblia) ou de práticas religiosas, como o candomblé.
Leia também: Diferença entre o Candomblé e a Umbanda
Seita
Seita, por sua vez, segundo o Dicionário Aurélio, deriva do termo latim secta, que significa seguidor. Geralmente, uma ou mais pessoas fundam uma seita quando passam a divergir do pensamento tradicional e acumulam seguidores dessa nova forma de pensar. As seitas podem estabelecer-se no âmbito religioso, político, moral e até filosófico (os antigos filósofos gregos fundaram seitas, nas quais os seus discípulos eram os seus seguidores). Até mesmo Jesus Cristo fundou uma seita, pois os seus apóstolos passaram a segui-lo e o que veio em seguida foi uma ruptura com a religião judaica, que era o credo religioso comum aos habitantes das redondezas de Jerusalém e da Galileia.
Um grupo pode denominar outro grupo de seita por causa do seu ponto de vista. Porém, aquele grupo denominado seita pode, perfeitamente, autodenominar-se uma nova religião. O que entra em jogo, nesse caso, é a questão da perspectiva de quem analisa e julga o que está em questão.
Por Francisco Porfírio
Graduado em Filosofia