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O mel é um produto natural produzido pelas abelhas, um grupo formado por mais de 20 mil espécies. Atualmente, o mel mais utilizado é o da abelha Apis mellifera, uma espécie que também é responsável pela produção de cera e própolis e é nativa da Europa, África e Ásia. Esse produto é utilizado pelos humanos desde a pré-história.
→ Produção do mel pelas abelhas
O mel, produzido pelas abelhas melíferas, é feito a partir do néctar das flores, de secreções provenientes de outras partes da planta ou ainda de excreções de insetos que sugam plantas. As características do mel, tais como sabor, cor e cheiro, variam de acordo com a flora utilizada e as condições ambientais, além, é claro, da espécie da abelha.
As abelhas melíferas engolem uma pequena quantidade de néctar a cada planta visitada e armazenam essa substância em seu estômago de transporte. O néctar é então misturado com secreções liberadas, principalmente, pelas glândulas hipofaringeanas. Nessa secreção são encontradas substâncias tais como a invertase, glicose, oxidase, catalase e fosfatase, que desencadeiam reações que transformam o néctar em mel.
A abelha retorna à colmeia e regurgita o conteúdo armazenado nos alvéolos do favo, que são estruturas formadas por cera. O mel adquire viscosidade e consistência com o passar dos dias, sendo usado posteriormente como alimento por esses animais. Para proteger o mel nos alvéolos, as abelhas produzem uma fina camada de cera para vedar esse compartimento.
→ Composição química do mel
O mel é um alimento rico em minerais e vitaminas
A composição química do mel é extremamente rica, já que se trata de um alimento com uma vasta quantidade de substâncias muito importantes para a saúde do ser humano.
a) Carboidratos
Correspondem, em média, a 74 % de toda a composição química do mel. É por isso que o sabor do mel é tão adocicado. Os principais açúcares do mel são:
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Glicose
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Frutose
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Sacarose
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Maltose
b) Vitaminas
Várias são as vitaminas presentes no mel, sendo as principais:
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Vitamina A
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Vitamina B1
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Vitamina B2
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Vitamina B5
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Vitamina B6
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Vitamina C
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Vitamina H
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Vitamina PP
c) Minerais
Entre os vários minerais existentes, fazem parte da composição do mel:
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Cálcio
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Fósforo
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Enxofre
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Potássio
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Cloro
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Ferro
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Manganês
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Cobre
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Sílica
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Sódio
d) Água
e) Proteínas
As proteínas no mel são formadas basicamente pelos seguintes aminoácidos:
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Leucina
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Isoleucina
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Histidina
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Metionina
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Alanina
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Fenilalanina
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Glicina
→ Propriedades físico-químicas do mel
Todas as propriedades físicas e químicas do mel dependem exclusivamente do tipo (monofloral) ou tipos (polifloral) de flores que as abelhas utilizaram para a extração do néctar. Entre essas propriedades, podemos destacar:
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Sabor: é determinado pela quantidade e tipos de açúcares e ácidos presentes. Pode ser doce, amargo ou azedo.
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Taxa de umidade (indica a quantidade de água presente no mel): A quantidade de água no mel deve variar entre 16,8 a 20%. Trata-se de uma determinação proposta pela Legislação brasileira, pois, se o mel apresentar maior teor de água, pode ocorrer maior proliferação de bactérias e, consequentemente, ocasionar um processo fermentativo, tornando o produto impróprio para o consumo.
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Viscosidade (é a resistência que um fluido oferece ao escoamento, ou seja, o quanto ele gruda nas paredes do recipiente ao se espalhar): Comparando o mel com a água, percebemos que ele é muito mais viscoso. Todavia, como existem vários tipos de mel quanto à composição química, a viscosidade dele pode diminuir de acordo com a quantidade de água que ele apresentar.
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Acidez (quantidade de ácidos presentes no fluido): Vários são os ácidos presentes no mel, a depender do tipo de néctar utilizado e também da ação de bactérias durante a maturação. Alguns exemplos são: ácidos glicônico, succínico, málico, acético, cítrico, fórmico, lático, fólico e butírico.
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Teor de cinzas (indica a quantidade e o tipo de minerais presentes no mel): segundo a Legislação, a quantidade de minerais no mel não pode ultrapassar o teor de 1,2 %. Os tipos de minerais presentes, como já salientado, estão ligados à fonte floral, ao meio ambiente e às condições de produção e processamento.
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Hidroximetilfurfural (HMF): Trata-se de uma substância química formada pela reação de açúcares e ácidos presentes na composição do mel. Assim sendo, ela continua a ser formada após a extração do mel. A Legislação permite apenas a quantia de 60 mg dessa substância a cada quilograma de mel. Caso esse teor esteja acima, o produto não deve ser consumido.
→ O mel e a saúde humana
O mel, além de funcionar como um substituto do açúcar, é um produto que possui várias atividades terapêuticas, destacando-se suas ações:
- Antibacteriana: Impede o crescimento de bactérias;
- Antibiótica: Combate infecções bacterianas;
- Anti-inflamatória: Impede ou ameniza a inflamação de tecidos;
- Antimicrobiana: Mata ou inibe o desenvolvimento de micro-organismos;
- Depurativa: Purifica o organismo eliminando substâncias tóxicas e resíduos;
- Emoliente: Amacia e deixa a pele mais flexível;
- Energética: Fornece energia;
- Cicatrizante: Estimula o processo de cicatrização;
- Imunoestimulante: Estimula e reforça o sistema imunológico.
Vale destacar que o mel, além de todos esses benefícios, apresenta certo risco toxicológico. O efeito tóxico só surge quando a produção e o processamento são feitos de maneira inadequada ou as plantas visitadas por abelhas possuem substâncias tóxicas.
→ Produção de mel no país
A produção de mel no Brasil vem crescendo muito nos últimos anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2013, o Brasil produziu 35,365 mil toneladas do produto. Ainda de acordo com o Instituto, o Rio Grande do Sul destacou-se no ano como o maior produtor, sendo responsável por mais de 20% da produção total do nosso país. Em segundo e terceiro lugar estão os estados do Paraná(15,7%) e Santa Catarina (13,8%).
Por Me. Diogo Lopes Dias e Ma. Vanessa dos Santos