Desde o mundo antigo, a Páscoa é uma das mais importantes datas do calendário de festividades do mundo cristão. Sua mais conhecida conotação religiosa vincula-se aos três dias que marcam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Entretanto, muitos estudiosos tentam dar outra interpretação a esse fato, trazendo uma visão menos ligada à história da ressurreição.
Em uma perspectiva histórica da formação das crenças cristãs, alguns estudiosos apontam que o cristianismo, ao florescer em sociedades marcadas pelo politeísmo e por várias narrativas míticas, acabou incorporando a ideia de imortalidade presente em outras manifestações religiosas. De acordo com os pesquisadores M. Goguel, C. Guignebert e A. Loisy, a morte trágica seguida do processo de ressurreição que é vinculada a Jesus em muito se assemelha às histórias de outros deuses, como Osíris, Attis e Adônis.
Estudos mais recentes apontam que essa associação entre a Páscoa cristã e outras narrativas mitológicas está equivocada. A própria concepção de mundo e as funções que a morte e ressurreição assumem nas crenças orientais e greco-romanas não podem ser vistas da mesma maneira que na construção do ideário cristão. O estudioso A. D. Nock aponta para o fato de que no cristianismo a crença na veracidade da história bíblica é uma chave fundamental de seu pensamento e que está ausente na maioria das religiões que coexistiram na Antiguidade.
Interpretações mais vinculadas à própria cultura judaica e à narrativa Bíblica apontam a Páscoa como algo que dá um novo sentido à festividade de libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. (Você pode obter mais informações sobre esse acontecimento clicando aqui). Nessa visão, a libertação do cativeiro, enquanto um episódio de redenção do povo hebreu, se equipararia à renovação do Cristo que concedeu uma nova esperança aos cristãos. Apesar de a narrativa bíblica afirmar que o episódio da ressurreição foi próximo à festa judaica, a definição do dia da Páscoa causou uma contenda junto aos representantes da Igreja. (Para entender melhor como os cristãos concebem a Páscoa judaica e a relação desta com Cristo, clique aqui).
No ano de 325, durante o Concílio de Niceia, houve a primeira tentativa de se estabelecer uma data que acabasse com as contendas com respeito ao dia da Páscoa. Mesmo tentando resolver a questão, só no século XVI – com a adoção do calendário gregoriano –, as dificuldades de definir a data da páscoa foram amenizadas. Foi determinado que a celebração da Páscoa ocorreria no primeiro domingo, após a primeira Lua cheia do Equinócio da Primavera, entre os dias 21 de março e 25 de abril.
Mesmo sendo alvo de tantas explicações e contendas, a Páscoa marca um período de renovação entre os cristãos, quando a morte de Jesus deve ser lembrada com resignação e alegria. Ao mesmo tempo, traz aos cristãos a renovação de todo um conjunto de valores fundamentais à sua prática religiosa.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
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SOUSA, Rainer Gonçalves. "História da Páscoa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/pascoa/historia-da-pascoa.htm. Acesso em 26 de fevereiro de 2021.
A data da Páscoa foi fixada pelo Concílio de Niceia, no ano de 325 d.C. O Concílio deliberou que o dia da Páscoa seria comemorado sempre no primeiro domingo após o equinócio de primavera europeu. Essa data foi então considerada a mais importante do calendário cristão, pois:
a) é quando se comemora a saída do povo judeu do cativeiro da Babilônia.
b) é quando se comemoram os milagres de Cristo.
c) é quando se comemora o Nascimento de Cristo.
d) é quando se comemora a Ressurreição de Cristo.
e) é quando se comemora a reconstrução do tempo de Salomão.
A cultura de se dar de presente ovos enfeitados durante o período da Páscoa é muito antiga na Europa e tem raízes na mitologia pagã do norte desse continente. Antes mesmo de começarem a ser produzidos ovos de chocolate, enfeitavam-se ovos comuns com tinta e alguns adornos. Durante o Império Russo, com a dinastia Romanov, na época da Páscoa, eram produzidos alguns ovos especiais, feitos de metais e pedras preciosas, para se presentear os membros da família real. O fabricante desses ovos era:
a) François Lous Cailler.
b) William Neilson
c) Henri Nestlé.
d) Maximo Gorki.
e) Peter Carl Fabergé.
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