Para entender o que é a gasolina aditivada, é importante, antes de mais nada, lembrar o que é a gasolina. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina é um líquido obtido em um processo de destilação fracionada do petróleo.
Quando o petróleo é submetido ao processo de destilação fracionada, a gasolina é uma das frações (produtos) conseguidas com esse método de separação e constitui uma mistura de hidrocarbonetos que apresentam em sua composição alcanos com quatro a doze átomos de carbono.
Exemplos de hidrocarbonetos presentes na gasolina
A qualidade e a composição da gasolina obtida nas refinarias dependem do tipo de petróleo que foi utilizado no processo de refino. Quanto maior a quantidade de alcanos ramificados, com mais de sete carbonos e aromáticos, melhor a qualidade da gasolina.
Estrutura dos alcanos ramificados que aumentam a qualidade da gasolina
A qualidade da gasolina está relacionada com o termo octanagem, o qual refere-se à capacidade de um combustível de resistir, na câmara de compressão do motor, sem explodir, até haver a ignição nas velas.
Para ser comercializada nos postos, a gasolina comum, obtida nas refinarias, recebe a adição do chamado álcool anidro (etanol), o que visa a um melhor índice de octanagem da gasolina.
No caso da gasolina aditivada, além de receber o álcool anidro, esse combustível recebe ainda a adição de substâncias denominadas dispersantes e detergentes, os quais apresentam como função a redução da formação de depósitos no carburador, nos bicos injetores, nas hastes e nas válvulas de admissão.
Além dessas funções, as substâncias detergentes, presentes na gasolina aditivada, ainda atuam:
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Como materiais anticorrosivos, evitando entupimento e danos nas peças do motor;
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Para melhorar o índice de octanagem;
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Minimizando a ignição superficial, a pré-ignição e as falhas nas velas;
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Minimizando a oxidação e a formação de gasolina viscosa e para melhorar as características de manipulação e armazenamento;
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Para desativar traços de cobre e outros íons metálicos que são poderosos catalisadores de oxidação;
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Minimizando a corrosão e a ferrugem no sistema de combustível;
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Evitando a formação de gelo na borboleta do acelerador;
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Reduzindo os depósitos no sistema de injeção e no motor de forma a melhorar a explosão.
Entre as principais substâncias utilizadas como aditivos para a gasolina, podemos citar:
Fórmula estrutural do tetra-etil-chumbo
Essa substância orgânica é formada por quatro grupos etil e pelo metal chumbo. Entretanto, quando a gasolina com esse aditivo é queimada, libera grande quantidade desse metal pesado na atmosfera, poluindo o ar e, consequentemente, o solo e a água.
Em decorrência de toda a poluição provocada por esse aditivo, sua utilização foi vetada em diversos países, porém, como seu preço é muito atrativo, ainda é bastante utilizado na produção de gasolina aditivada.
Fórmula estrutural do MTBE
Esse é o aditivo mais utilizado atualmente no lugar do tetraetil-chumbo, pois não libera um metal pesado e não produz tantos gases tóxicos no seu processo de queima, como também libera menor quantidade de monóxido de carbono (CO).
A presença do átomo de oxigênio nas moléculas de MTBE faz com que o processo de combustão seja mais completo, ou seja, formando CO2 e não CO. Porém, trata-se de uma substância extremamente solúvel em água e de difícil degradação por parte da natureza. Por essa razão, esse aditivo apresenta um grande potencial ofensivo ao meio ambiente quando eliminado pelos automóveis.
Por Me. Diogo Lopes Dias