Conurbação é um fenômeno urbano que ocorre quando duas cidades limítrofes expandem-se ao ponto de encontrar-se, compondo um único núcleo urbano. Em algumas situações, as duas cidades crescem até se encontrar em um ou mais pontos do território. Em outros casos, apenas uma das cidades “alcança” a outra e acaba por “invadir” esse outro centro urbano.
A conurbação é um fenômeno comum nos grandes centros urbanos, mas não está restrita a eles. No Brasil, em geral, a conurbação dá origem às chamadas regiões metropolitanas, que são conjuntos de municípios vizinhos interligados no espaço geográfico por meio das relações econômicas e das práticas sociais. Conforme manifesta VILLAÇA:
“São Paulo começou a conurbar-se com São Caetano do Sul na segunda década deste século. São Caetano foi fundada em 1877 ( Martins, 1992, 30), e logo depois começou a crescer. Naquela época havia inúmeras cidades em volta de São Paulo. Algumas cresceram, outras não. As que cresceram foram manifestação do crescimento de São Paulo. Esse crescimento deveu-se ao fato de estarem elas em posições estratégicas (junto à estrada de ferro para Santos, no caso de São Caetano).” 1
Atualmente, a cidade de São Paulo é conurbada com quase todos os seus municípios limítrofes. É a representação mais expressiva do fenômeno de conurbação no Brasil. Comumente as pessoas transitam de um município a outro dentro da região metropolitana de São Paulo sem notar que ultrapassaram os limites que separam os municípios. Essa unificação dos núcleos urbanos é uma característica fundamental do processo de conurbação.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Tópicos deste artigo
Hierarquia e relações nas áreas conurbadas
Nos municípios onde ocorre a conurbação, é comum haver uma grande dependência de uma cidade em relação à outra. Essa hierarquização das cidades ocorre, em geral, em decorrência da segregação urbana. Os cidadãos são obrigados a residir nas cidades menores – vizinhas ao grande centro urbano – porque os aluguéis e o valor dos imóveis nessas localidades são mais baixos.
A concentração dos serviços e dos produtos na cidade principal faz com que os moradores desloquem-se periodicamente até ela para estudar ou trabalhar e retornem às suas cidades ao final do dia – é a chamada migração pendular. A partir dessa dinâmica espacial, surgem as chamadas “cidades-dormitórios”, onde a maior parte das pessoas não permanece durante o dia.
1VILLAÇA, Flávio. A Delimitação Territorial do Processo Urbano. São Paulo, 1997. Site: http://www.flaviovillaca.arq.br/ acesso: 23 de nov. de 2016.
Por Amarolina Ribeiro
Graduada em Geografia