Fique por dentro sobre o câncer de pele, foco da campanha Dezembro Laranja
Fique por dentro sobre o câncer de pele, foco da campanha Dezembro Laranja
Dermatologistas explicam as principais causas do câncer de pele, os tipos da doença, tratamento e formas de prevenção
Em 12/12/2022 18h26
, atualizado em 27/12/2022 13h52
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O câncer de pele é tema da campanha de conscientização Dezembro Laranja. A iniciativa visa informar e alertar sobre a doença.
Criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha Dezembro Laranja promove ações para compartilhar conhecimento e contribuir na prevenção do câncer de pele.
A média anual de casos de câncer de pele não melanoma nos três últimos anos é de 83.770 em homens e 93.170 em mulheres, de acordo com o Ministério da Saúde.
A principal causa do câncer de pele é a exposição da radiação ultravioleta de forma crônica, segundo Bruno de Castro e Souza, dermatologista oncológico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Bruno explica que os raios ultravioletas são de dois tipo: UV A e UV B. Sendo esse último o que mais se relaciona com os casos de câncer de pele, já que são incidentes entre às 10h e 16h, período em que os raios solares são mais fortes.
De acordo com o profissional, pessoas de pele clara estão mais suscetíveis a desenvolver o câncer de pele. E o histórico genético pode estar associado a casos de câncer de pele do tipo melanoma.
Tipos de câncer de pele
Os tipos de câncer de pele podem ser divididos entre melanoma e não melanoma, diz Bruno de Castro.
O carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular são dois tipos não melanoma. De acordo com o dermatologista oncológico, esses cânceres nascem das células queratinócitos, que são responsáveis pela construção da base da nossa pele.
Esses dois tipos são os mais comuns. As manifestações desses cânceres são em sua grande maioria pouco agressivas. Bruno reforça que é a probablidade que eles cheguem à metástese pe baixa. Os percentuais de cura são altos.
Já o câncer de pele melanoma é oriundo dos melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina no corpo humano. Esse tipo é mais agressivo.
O dermatologista Bruno enfatiza a importância do diagnóstico precoce, principalmente do melanoma, para evitar a evolução da forma grave da doença. Apesar do alto nível de letalidade, o cânce de pele melonoma pode chegar a 90% de chance de cura.
É fundamental estar atento ao surgimento de manchas, pintas e lesões na pele, que podem indicar um sinal do câncer de pele. É válido salientar que nem todas as manchas podem ser um tipo de câncer.
Saiba alguns tipos de sinais e alterações para se ter cuidado:
Pintas com bordas irregulares; que aumentaram de tamanho; com variação de cor e textura.
Lesões elevadas, que apresentam textura áspera com depressão no centro;
Lesões que sangram com facilidade
Região avermelhada que coça e descaça;
Lesões que não se cicatrizam
O dermatologista Bruno de Castro reforça que as pintas que podem ser câncer de pele melanoma, são diferentes das demais. Ele cita o autoexame ABDCE, constituído de regras e aspectos sobre a pinta que devem ser analisados para um possível disgnóstico:
A - Assimetria
B - Bordas irregulares da lesão
C - Múltiplas cores
D - Diâmetro maior que 6mm
E - Evolução, que apresenta mudança de aspecto
Caso a pinta apresente uma ou mais das características mencionadas acima é necessário procurar um dermatologista para avaliar o caso, afirma o médico.
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Tratamento do câncer de pele
Em casos de suspeita do câncer de pele, Isabel Saraiva, dermatologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica o passo a passo e as características de cada tipo de tratamento.
Biópsia
A primeira etapa é a biópsia, exame que confirma o diagnóstico de câncer de pele. O procedimento é simples e pode ser feito no mesmo dia da consulta, com anestesia local.
É retirada uma pequena amostra da lesão. Com isso, o laboratório irá avaliar a amostra com uso de microscópio.
Cirurgia
Os procedimentos cirúrgicos são definidos de acordo com o tipo de câncer de pele. Veja os detalhes para cada tipo:
"Para o carcinoma basocelular e o espinocelular, os dois tipos mais comuns, podem ser realizados: curetagem e eletrocauterização da lesão, retirada simples do tumor com margem de segurança que gira em torno de 4 mm ou a retirada da lesão com exame das margens ainda no momento da cirurgia", orienta a dermatologista Isabel Saraiva.
A escolha do método, explica Isabel, depende das características do tumor e do próprio paciente. Entre esses aspectos estão: subtipo do tumor, o tamanho, a localização, as bordas da lesão e o grau de imunossupressão do paciente.
Segundo a dermatologista Isabel, para todos os tipos de câncer de pele, a cirurgia é o tratamento padrão-ouro.
"Casos selecionados de carcinoma basocelular ou carcinoma espinocelular, que são pequenos, estão ainda superficiais e são localizadas em áreas consideradas de baixo risco podem ser tratados com medicamentos tópicos que o próprio paciente aplica em casa ou com terapia fotodinâmica, procedimento realizado em consultório, no qual é aplicado um creme que vai ser posteriormente ativado por uma luz para destruição específica do câncer.
Casos muito avançados podem necessitar de cirurgias maiores, radioterapia e acompanhamento conjunto com o oncologista clínico que pode prescrever, a depender do caso, quimioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia."
Isabel Saraiva - Médica dermatologista
Melanoma maligno: é indicado a realização da ampliação das margens da lesão. Conforme a espessura do tumor identificada na biópsia, é determinado a margem a ser utilizada na cirurgia Pode variar de 0,5cm a 2cm.