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Ísis

Ísis era uma das divindades mais importantes do Egito Antigo, sendo considerada a mãe de todos os faraós. O culto a ela também influenciou a religiosidade de romanos e gregos.

Ilustração da deusa egípcia Ísis.
A deusa Ísis era uma das mais importantes da religiosidade egípcia, sendo fortemente relacionada com os faraós.
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Ísis é uma divindade egípcia que tinha papel de destaque na religiosidade egípcia, assumindo um papel de protagonismo por volta do primeiro milênio a.C. Era esposa de Osíris, outro deus muito importante na religiosidade egípcia, e considerada a mãe de todos os faraós, sendo diretamente associada com o trono egípcio.

Acredita-se que o culto a ela tenha surgido no terceiro milênio a.C., e ela era chamada pelos egípcios de Eset. O culto a Ísis aceitava a existência de sacerdotes e sacerdotisas, e os egípcios acreditavam que Ísis e seu marido, Osíris, eram os responsáveis por dar importantes ensinamentos à humanidade. O culto a Ísis espalhou-se por locais como Grécia e Roma.

Veja também: Anúbis — o deus dos mortos para a civilização do Egito Antigo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Ísis

  • Ísis era uma das divindades mais importantes da religiosidade egípcia.

  • Era diretamente associada com os faraós que governavam o Egito.

  • Seu culto se espalhou por todo o Egito Antigo, mas o principal santuário ficava em Behbeit el-Hagar.

  • Era esposa de Osíris, e os egípcios acreditavam que ambos foram os responsáveis por importantes ensinamentos para a humanidade.

  • O culto a ela chegou a influenciar as religiosidades romana e grega e só perdeu força no século VI d.C., com o crescimento do cristianismo.

Conhecendo a deusa Ísis

Ísis é uma deusa que esteve originalmente vinculada com a religiosidade egípcia, mas tornou-se tão popular que passou a fazer parte da religiosidade de outros povos da Antiguidade, como os gregos e os romanos. Foi a divindade mais popular da religiosidade egípcia, sendo venerada em todas as partes do Egito Antigo.

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Os historiadores acreditam que o culto a Ísis se estabeleceu durante o Império Antigo (que se estendeu de 2686 a.C. a 2181 a.C.) e que foi popularizando-se aos poucos, conferindo a Ísis o status de deusa mais importante do Egito no primeiro milênio a.C. Os egípcios acreditavam que ela era a responsável pelas cheias do Nilo e que ela, junto a Osíris, teria ensinado as técnicas de agricultura para a humanidade.

Os egípcios acreditavam que Ísis era a mãe de todos os faraós, considerando-a também a responsável pela manutenção da vida. Além disso, ela era considerada a protetora de marinheiros e de comerciantes, e essa crença nela fazia com que esses grupos usassem amuletos para garantir a proteção da deusa.

. Essa era uma referência direta a Osíris, seu marido, considerado o primeiro faraó.Era comum que Ísis fosse representada com um adorno na sua cabeça na forma de um tronoPor ser considerada a mãe de todos os faraós, Ísis tinha uma forte relação com o trono egípcio, e isso era demonstrado na forma como ela era representada.

Os egípcios se referiam a Ísis como Eset, palavra no antigo idioma egípcio que significa “assento”. O nome Ísis é, na verdade, uma herança dos gregos. É importante pontuar que Ísis poderia ser conhecida por outros nomes na religiosidade egípcia, como Weret-Kekau, (“a grande mágica”, em uma tradução literal), nome que era usado para se referir aos poderes dessa deusa.

Ísis é parte do que ficou conhecido como Tríade de Abidos, uma tríade de deuses egípcios formada por ela, Osíris e Hórus. Ísis e Osíris eram divindades extremamente populares na religiosidade egípcia, tendo ensinado conhecimentos importantes para a humanidade. A união deles estabeleceu o casamento como instituição entre a humanidade.

Confira nosso podcast: 10 curiosidades sobre o Egito Antigo que você deve saber

Ísis e Osíris na mitologia egípcia

O casamento de Ísis e Osíris é um dos mitos mais importantes sobre essa deusa na religiosidade dos egípcios na Antiguidade. Esse mito narra o assassinato de Osíris por Set, irmão de Osíris, e toda a jornada de Ísis para resgatar seu amado e trazê-lo de volta à vida.

Mencionamos que Osíris foi o primeiro faraó na crença egípcia, governando a Terra junto de sua esposa. Ambos exerciam um governo marcado pela justiça e pela prosperidade. O poder e a influência de Osíris causavam grande inveja em seu irmão, Set, que planejou o assassinato de Osíris.

O que motivou o assassinato teria sido a traição de Néftis, esposa de Set, que se disfarçou de Ísis para deitar-se com Osíris. Ele, acreditando que estava com sua esposa, deitou-se com Néftis, engravidando-a. Set organizou uma armadilha para aprisionar e assassinar seu irmão, e assim aconteceu o assassinato de Osíris.

O corpo dele foi lançado no rio Nilo, e as águas o levaram até a Fenícia. Seu corpo foi encontrado por Ísis e levado de volta para o Egito, mas Set descobriu que o corpo de Osíris estava de volta ao Egito e então agiu esquartejando o corpo de Osíris em diversas partes (as versões do mito são conflitantes sobre em quantas partes foi dividido o corpo de Osíris).

Ísis recuperou todas as partes, com exceção do pênis de Osíris, e então deu início a um ritual para ressuscitá-lo, mas como faltava uma parte do corpo, ele não pode permanecer no mundo dos vivos, precisando se estabelecer na vida após a morte. Depois de ressuscitar Osíris, Ísis engravidou de seu marido, gerando o seu filho Hórus.

Ísis na religiosidade egípcia

Ísis era extremamente popular entre a população egípcia, e o culto a ela se disseminou por todo o Egito, mas o santuário mais importante a essa deusa se localizava em Behbeit el-Hagar. O templo existente nesse local recebeu o nome de Iseu. O culto a Ísis era formado tanto por sacerdotes quanto por sacerdotisas, que tinham papel crucial na manutenção dos templos dedicados a essa deusa.

A população egípcia poderia frequentar os templos de Ísis para deixar oferendas a ela, mas o santuário mais importante era visitado apenas pelos sacerdotes. Os rituais que formavam o culto a Ísis eram, em grande parte, secretos, e hoje sabemos muito pouco sobre os detalhes do culto a Ísis. Os egípcios acreditavam que cultuar Ísis garantiria a eles uma boa vida após a morte.

O culto a Ísis alcançou a cultura grega a partir da conquista do Egito por Alexandre, o Grande, no século IV a.C. Isso fez com que Ísis fosse relacionada com Deméter, deusa da agricultura dos gregos e que tinha um dos festivais religiosos mais importantes da cultura grega. O culto a Ísis no Egito foi extremamente popular até o século VI d.C., quando começou a perder força com o avanço do cristianismo.

 

Por Daniel Neves Silva
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Ísis"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/isis.htm. Acesso em 24 de abril de 2024.

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