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O Quinhentismo, no Brasil e em Portugal, designa uma importante fase da história da literatura desses países, apesar de ter se expressado de modo diferente em um e outro. No Brasil, designa o conjunto de textos e autores do período colonial, compreendendo os três primeiros séculos desde a conquista portuguesa. Dividido em duas vertentes, uma caracterizada pela ocorrência de textos de informação e outra pela ocorrência de textos de caráter catequizador, esse período inicial de germinação das letras no nascente território brasileiro é de fundamental importância para se conhecer a história do país e sua tradição literária.
Em relação a Portugal, o Quinhentismo manifestou-se em uma produção literária voltada à expressão clássica, ou seja, foram produzidas obras que retomaram temáticas e estéticas greco-latinas, aos moldes do que propunha o Renascimento.
Leia também: Arcadismo no Brasil – escola literária que também retomou temas greco-latinos
Tópicos deste artigo
- 1 - Contexto histórico do Quinhentismo
- 2 - Características do Quinhentismo
- 3 - Quinhentismo ou Classicismo em Portugal
- 4 - Exercícios resolvidos
Contexto histórico do Quinhentismo
Nos primeiros três séculos do Brasil, a vida social e, consequentemente, a esfera econômica e cultural desenvolveram-se em torno da relação entre a colônia e a metrópole. Essa relação deu-se de modo que a colônia fosse extremamente explorada pela metrópole, o que fez com que a preocupação imediata dos primeiros colonos, ou seja, habitantes do território, fosse ocupar a terra, explorar o pau-brasil, cultivar a cana-de-açúcar, extrair o ouro.
Essa postura exploratória foi determinante para que houvesse no território núcleos urbanos surgidos a partir dos ciclos de exploração dessas matérias-primas destinadas à metrópole europeia. Assim, formaram-se, no Brasil, ilhas sociais, mais precisamente as seguintes: Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Paralelamente à exploração econômica, que foi o centro propulsor desses núcleos, havia dentre seus habitantes aqueles que manifestaram, por meio da escrita, os primeiros ecos da literatura no Brasil, ou seja, as primeiras manifestações, embora tímidas, do pensamento da elite intelectual.
Características do Quinhentismo
As manifestações da literatura quinhentista podem ser divididas em dois grupos, os quais, apesar de traços comuns, têm características que os distinguem: a literatura de informação e a literatura de formação ou de catequese. Vejam suas respectivas características:
→ Literatura de informação
Os primeiros registros escritos do Brasil têm como característica a documentação do processo colonizador que marcou os primeiros anos de povoamento. São informações que viajantes e missionários europeus anotaram sobre o homem e a natureza das terras que conheciam naquele contexto. Esses registros descritivos não pertencem à categoria literária, já que não havia uma preocupação estética em organizá-las em prol de um deleite advindo de uma leitura de fruição, ou seja, voltada ao prazer, como os gerados por uma obra ficcional.
Porém, alguns críticos literários situam essa produção nascente como uma rica fonte temática para escritores posteriores. Afinal, a descrição da paisagem original, dos hábitos e costumes indígenas e dos grupos sociais que nasciam nos núcleos urbanos que surgiam formou uma enciclopédia a que escritores, como os do Romantismo brasileiro, recorreram para fazer uma literatura genuinamente voltada às temáticas nacionais.
Assim, a embrionária produção intelectual do Brasil Colônia, materializada nos relatos dos viajantes e dos missionários católicos, tem valor não só histórico de registro de uma época, como também serviu de material temático inspirador à produção literária posterior, que teve como princípio a construção de uma literatura verdadeiramente do Brasil, estabelecendo-se como contraponto à produzida em Portugal.
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Principais obras e autores de textos de informação
As principais produções do Brasil Colônia, escritas nos séculos XVI e XVII, categorizadas como informativas são:
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a Carta, de Pero Vaz de Caminha a el-Rei Dom Manuel, referindo o descobrimento de uma nova terra e as primeiras impressões da natureza e do indígena (1500);
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o Diário de Navegação de Pero Lopes e Sousa, escrivão do primeiro grupo colonizador, o de Martim Afonso de Sousa (1530);
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o Tratado da terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de Pero de Magalhães Gândavo (1576);
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a Narrativa Epistolar e os Tratados da Terra e da Gente do Brasil, do jesuíta Fernão Cardim (1583);
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o Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa (1587);
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os Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618);
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as cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos de catequese (registradas posteriormente em antologias, como em As Cartas Jesuíticas, de 1933);
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as Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557);
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a Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578);
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a História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627).
Veja também: Primeira geração romântica – movimento que recorreu aos relatos quinhentistas
→ Literatura de formação ou de catequese
Paralelamente às obras de informação escritas por leigos viajantes que desbravavam a colônia, foram produzidas, também, obras de cunho pedagógico e moral, a chamada literatura de formação ou de catequese, produzida pelos missionários jesuítas. Vindos de Portugal, esses religiosos, que tinham a missão de catequizar os índios, deixaram cartas, tratados, crônicas e poemas, os quais se tornaram registros não só de uma prática religiosa de difusão do catolicismo, mas também registros de textos com um certo refinamento estético.
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Principais obras e autores de textos de formação ou de catequese
Os autores mais significativos dessa vertente são os padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e José de Anchieta.
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Manuel da Nóbrega (1517-1570)
Nasceu em Alijó, Portugal, e morreu no Rio de Janeiro. Chegou à Bahia em 29 de março de 1549 e participou da primeira missa celebrada nessa localidade. Foi um dos fundadores das cidades de Salvador e do Rio de Janeiro.
Nas cartas que escreveu a Portugal, encontra-se a descrição do início do povoamento das terras brasileiras. Além disso, como catequizador, seus escritos contribuíram para o estudo dos costumes da sociedade indígena tupinambá. Em sua primeira carta do Brasil, ao padre Simão Rodrigues, provincial em Portugal, expressa uma postura típica dos jesuítas a respeito da conversão do indígena e a tentativa de eliminar de sua cultura certos hábitos, como o canibalismo e a poligamia:
"Diz que quer ser cristão e não comer carne humana, nem ter mais de uma mulher e outras coisas: somente que há de ir à guerra e os que cativar vendê-los e servir-se deles, porque estes desta terra sempre tem guerra com outros e assim andam todos em discórdia. Comem-se uns aos outros, digo os contrários. É gente que nenhum conhecimento tem de Deus, nem ídolos, fazem tudo quanto lhe dizem".
Sua principal obra é Diálogos sobre a Conversão do Gentio (possivelmente de 1558), em que apresenta os aspectos “negativos” e “positivos” do índio, do ponto de vista, evidentemente, de alguém interessado na conversão dos povos originais ao catolicismo.
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Fernão Cardim (1549-1625)
Nasceu em Viana do Alentejo, Portugal, e morreu na Bahia, nos arredores da cidade de Salvador. Os três tratados que escreveu foram condensados pela primeira vez na obra Tratado da Terra e da Gente do Brasil, publicada em 1939.
Os dois primeiros textos de sua autoria, Do clima e terra do Brasil e Do princípio e origem dos índios do Brasil, foram publicados inicialmente em inglês, na coleção dirigida por Samuel Purchas, em Londres, em 1623. O terceiro texto, a Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuítica, foi publicado em 1847, em Lisboa, por Francisco Adolfo de Varnhagen. Há, nessas obras, o predomínio de uma descrição entusiasmada da fauna e da flora do país, segundo ele:
“Este Brasil já é outro Portugal, e não falando no clima que é muito mais temperado e saio, sem calmas grandes, nem frios, e donde os homens vivem muito com poucas doenças”.
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José de Anchieta (1534-1597)
Nasceu nas Ilhas Canárias, Espanha, e faleceu na cidade de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no estado do Espírito Santo. No Brasil, participou da fundação da cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Notabilizou-se, no período colonial, como poeta e dramaturgo, mas também publicou crônicas históricas e uma gramática da língua tupi, a Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (1595). Na dramaturgia, publicou autos inspirados nos autos do escritor português Gil Vicente, como o auto Na festa de São Lourenço, encenado pela primeira vez em 1583. Quanto à linguagem, observa-se nesses autos ora o uso da língua portuguesa, ora o uso da língua tupi.
Apesar de o teor religioso, destinado à edificação do índio e do branco, permear sua obra poética, assim como permeou suas outras obras, nota-se em seus poemas um cuidado estético mais acentuado. Observe este fragmento do poema “Do Santíssimo Sacramento”:
Ó que pão, ó que comida,
ó que divino manjar
se nos dá no santo altar
cada dia!
[...]
Este dá vida imortal,
este mata toda fome,
porque nele Deus e homem
se contêm.
[...]
qu’ este manjar tudo gaste,
porque é fogo gastador
que com seu divino amor
tudo abrasa.
A presença dos símbolos religiosos, comuns nos textos de catequese do Quinhentismo, evidencia-se em todas as estrofes desse fragmento de poema. O pão, elemento eucarístico, representa o corpo de Cristo e, como no texto bíblico, no poema, é alçado a símbolo capaz de suprir as imperfeições humanas.
Veja também: Iracema – romance que retrata o encontro entre europeus e indígenas brasileiros
Quinhentismo ou Classicismo em Portugal
Quinhentismo ou Classicismo é como se nomeia o conjunto de obras literárias produzidas durante o Renascimento, movimento artístico, literário e científico inspirado na cultura greco-latina que vigorou na Europa no século XVI.
Indo ao encontro do que ocorria na história naquele momento, marcado por profundas transformações sociais, econômicas, culturais e religiosas, o Classicismo promoveu a substituição da fé medieval pelo culto à racionalidade, o cristianismo pela mitologia greco-latina e, sobretudo, elevou o homem à centralidade de tudo (antropocentrismo).
→ Principais autores e obras
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Francisco de Sá de Miranda (1481-1558)
Pioneiro do Classicismo/Quinhentismo em Portugal, Sá de Miranda nasceu em Coimbra e morreu em Amares, interior do território português. Sua importância na história literária de seu país está, principalmente, no fato de ter introduzido o verso decassílabo em Portugal, ou seja, o verso caracterizado por ter dez sílabas métricas. Também foi pioneiro na composição de sextinas, tercetos e oitavas, influenciando muitos poetas daquele contexto. Veja um fragmento de um de seus poemas, intitulado “Soneto 11”:
Em tormentos cruéis, tal sofrimento,
em tão contínua dor, que nunca aliva,
chamar a morte sempre, e que ela, altiva,
se ria dos meus rogos, no tormento!
Observa-se, nessa estrofe, uma das temáticas recorrentes em suas obras: a reflexão filosófica sobre a finitude da vida. Além de composições poéticas várias, escreveu a tragédia Cleópatra, as comédias Estrangeiros e Vilhalpandos, além de cartas em verso, sendo a mais famosa a que dirigiu ao rei D. João III.
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Luís Vaz de Camões (1525-1580)
Mais importante escritor de língua portuguesa, Camões legou à cultura ocidental o famoso poema épico Os Lusíadas, obra publicada em 1572. Narram-se, nesse clássico da literatura, os feitos heroicos dos portugueses, os quais, nos séculos XIV e XV, lançaram-se em alto-mar. Cheia de referências à mitologia greco-latina, essa obra é o ponto alto do Classicismo, como já prenuncia o início do primeiro canto:
Canto I
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;
Camões também fez poemas líricos, sendo um dos mais famosos o que se inicia com a estrofe abaixo:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Para saber mais sobre outras obras desse período artístico europeu, acesse o texto: Classicismo.
Exercícios resolvidos
Questão 1 - (PUC-Camp) O padre José de Anchieta, em sua missão de catequizar os índios, escreveu autos em que buscava representar os valores cristãos. Num desses autos, assim apresentou uma fala de Satanás:
Pretendo
alvoroçar as tabas todas.
Boa cousa é beber
Até vomitar cauim.
Isso é apreciadíssimo.
Isso se recomenda,
Isso é admirável.
Nota-se, nesses versos, que Anchieta
a) se comunica com os índios sem em nada distingui-los dos fiéis cristãos.
b) mescla elementos da cultura nativa e uma oração da missa católica.
c) ironiza a tentação satânica, adaptando-a às experiências dos nativos.
d) se vale de uma linguagem elevada, para se contrapor à dos índios.
e) busca entender o que considera pecados dos índios, e os absolve.
Resolução
Alternativa C. Ao ironizar a tentação satânica, o padre condena indiretamente uma prática comum ao indígena (beber cauim e se embriagar), fazendo o nativo associar a atitude a um pecado, induzido por forças satânicas.
Questão 2 - (UPE) A carta do Descobrimento do Brasil, segundo Alfredo Bosi, é um diário de viagens. Nela, o autor Pero Vaz de Caminha, ao enaltecer as belezas e riquezas da terra, visa
a) convencer as autoridades portuguesas a enviar colonos para a região descoberta, a fim de que tomassem posse da terra, impedindo a entrada de navios estrangeiros na costa brasileira, muito cobiçada pelos ingleses na época.
b) comunicar ao rei de Portugal, Dom João Terceiro, que a nova terra havia sido descoberta e que nela tudo era atraente, inclusive a natureza, bastante exuberante. Por essa razão, os marinheiros ficavam tão encantados que demonstravam a intenção de não retornar a Portugal.
c) demonstrar ao rei português que os navegantes atingiram os objetivos da viagem, uma vez que já tinham certeza, ao saírem da Europa, de que encontrariam, sem muito sacrifício, terras ao sul do Equador.
d) certificar ao rei a chegada à nova terra, a qual lhe causara boa impressão por ser rica, ter água doce, natureza viçosa, além de ser habitada por um povo exótico que não usava roupa.
e) informar ao regente português as dificuldades da viagem, as discórdias existentes entre os marinheiros e a visão da nova terra, por sinal pouco satisfatória, em vista da dificuldade de acesso e da má hospitalidade de seus habitantes.
Resolução
Alternativa “d”. A preocupação central do texto de Pero Vaz de Caminha é informar o rei de Portugal sobre a chegada da esquadra de Cabral ao Brasil e transmitir detalhadamente dados a respeito da terra em que aportavam, a qual lhe causara boa impressão por ser rica, ter água doce e natureza viçosa.
Questão 3 - (UEU). Na obra Os lusíadas, o canto IX é conhecido como aquele que contém o episódio da Ilha dos Amores. Observe a pintura abaixo de Waterhouse que mostra um lugar idílico, onde as ninfas acolhem sedutoramente Hylas, um jovem grego muito belo, pertencente aos Argonautas, que nunca mais foi visto. O texto camoniano também retrata um ambiente reconhecido como locus amoenus, local ameno e protegido onde há águas límpidas, relvas e árvores frondosas.
A Ilha dos Amores é o momento de recompensa aos navegadores, ofertada por Vênus, que tem a incumbência de proteger a Armada portuguesa.
Considerando a quantidade de referências à antiguidade clássica na obra Os lusíadas, observado o quadro, e com base nos conhecimentos da literatura do período, é correto afirmar:
a) Luís de Camões é poeta neoclássico, pois usa do locus amoenus e de figuras mitológicas.
b) A obra de Camões traz em si o conflito entre o conhecimento clássico e a influência da igreja.
c) A obra épica serviu para que seu autor obtivesse em vida o reconhecimento internacional.
d) Camões usa da tradição épica, contrapondo-se o poeta aos mandamentos da igreja cristã.
e) A presença da mitologia grega a auxiliar Vasco da Gama é licença poética usada por Camões.
Resolução
Alternativa “e”. Camões é um poeta clássico – o uso da figura do locus amoenus e da mitologia greco-latina remete à Antiguidade clássica; por sua vez, o neoclassicismo do século XVIII utiliza-se dos mesmos temas para retomar o Classicismo renascentista. O uso da mitologia clássica não representa um conflito com as ideias cristãs, nem com a Igreja Católica, uma vez que esse uso é alegórico – isto é, Camões utiliza-se dos mitos gregos como um tema tradicional da poesia, e não por acreditar em seus deuses.
Por Leandro Guimarães
Professor de Literatura