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Papiro

O papiro era uma folha produzida de uma planta, também chamada de papiro. Era utilizado no Egito Antigo para a escrita de textos. Foi substituído pelo pergaminho.

Papiro egípcio
O papiro era muito utilizado para registrar textos religiosos no Egito Antigo.
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Papiro era o nome pelo qual eram conhecidas as folhas produzidas no Egito Antigo utilizadas na escrita. Essas folhas eram feitas das hastes do papiro, planta que era comumente cultivada no Egito. A planta papiro tinha várias utilidades para os egípcios, além de ser considerada sagrada.

As folhas de papiro eram produzidas em um longo processo que requeria trabalhadores com exímias habilidades manuais, o que fazia com que o preço dessa mercadoria fosse bastante elevado. As folhas de papiro eram utilizadas, principalmente, em textos religiosos e governamentais. Os responsáveis por usar essas folhas, os escribas, passavam por um longo treinamento.

Saiba mais: A literatura do Egito Antigo — escritos relacionados à ética e à religião

Tópicos deste artigo

Resumo sobre papiro

  • O papiro era uma folha produzida pelos egípcios utilizando as hastes de uma planta também chamada de papiro.

  • A planta que dava origem às folhas de papiro era sagrada no Egito e usada para diversas finalidades.

  • O processo de produção das folhas de papiro requeria trabalhadores especializados no manuseio da planta papiro.

  • As folhas de papiro eram usadas no Egito em especial para textos religiosos e governamentais.

  • A popularização do pergaminho fez com que o papiro entrasse em decadência.

O que é o papiro?

Quando nos referimos ao papiro, muitos se lembram das folhas de papiro que os egípcios utilizavam para registrar a sua escrita. No entanto, além disso, o papiro é uma planta, chamada de Cyperus papyrus, que era abundante no Egito Antigo. Trata-se de uma planta aquática que era encontrada nas regiões pantanosas das margens do rio Nilo e no delta do Nilo.

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A planta papiro possuía inúmeros usos no Egito Antigo. Além de ser matéria-prima para as folhas de papiro, essa planta também era utilizada como alimento e para produzir objetos como tapetes, sandálias, cortinas etc.

Os egípcios consideravam o papiro uma planta sagrada, a qual tinha forte ligação com a religiosidade egípcia. A planta papiro simbolizava a eternidade, isto é, a vida após a morte. Além disso, os egípcios associavam os matagais de papiro com as forças do caos. Os faraós constantemente organizavam caças no meio desses matagais para se imporem simbolicamente contra o caos.|1|

As folhas de papiro eram uma mercadoria de grande valor, utilizada, portanto, apenas por aqueles que tinham muito dinheiro. Essa mercadoria era adquirida com frequência por gregos e romanos, e o nome desse item foi atribuído pelos gregos.

Os gregos nomearam as folhas de papiro em referência à palavra papuro, usada para definir a realeza ou coisas ligadas ao faraó. Isso porque os gregos identificaram que tudo relacionado ao cultivo do papiro e à produção das folhas era controlado pelos governantes egípcios. Já a planta era chamada de djet, wadj ou tjufi.

Acredita-se que a produção das folhas de papiro tenha se iniciado por volta de 3000 a.C., mas muitos historiadores afirmam que a produção é anterior a essa data.

Veja também: Arte rupestre — produção artística feita pelos hominídeos

Produção do papiro

O Egito era o grande produtor da papiro na Antiguidade, e atribui-se isso a importância dessa planta para os egípcios. As plantas de papiro eram cultivadas em fazendas pelos egípcios, e acredita-se que o cultivo foi iniciado em algum momento do período Pré-dinástico, que se estendeu de 6000 a.C. a 3500 a.C.

As plantas criadas nesses locais eram cortadas para que o processo de produção das folhas de papiro fosse então realizado. A planta papiro poder alcançar até 5 metros de altura, e a produção das folhas de papiro se dava com o uso das hastes da planta.

Primeiramente, a planta era cortada, e então a haste era separada para o processo. Era necessário que uma pessoa com boas habilidades manuais fizesse o manuseio das hastes, pois era preciso retirar uma fina camada do casco da haste do papiro. Uma vez que esse casco verde era retirado, o caule era cortado em pequenas tiras.

Papiro às margens de um rio
O papiro era comumente encontrado nas margens do rio Nilo.

Essas tiras eram colocadas lado a lado para formar uma primeira camada na vertical. Depois, uma segunda camada de tiras era colocada na horizontal sobre a primeira. As tiras eram, então, prensadas e colocadas ao Sol para secar. Era tradicional que os egípcios produzissem 20 folhas de papiro emendadas umas às outras para formar um pequeno rolo.

O rolo era a forma tradicional de manuseio das folhas de papiro. Embora fosse comum fazer papiro com 20 folhas, os historiadores têm conhecimento acerca de rolos de papiro que alcançavam dezenas de metros.

Utilização do papiro

Uma vez que as folhas de papiro ficavam prontas, elas poderiam ter quatro destinos: ser encaminhadas para prédios governamentais; para templos religiosos; para o mercado, a fim de serem compradas por pessoas comuns; ou então serem enviadas para importação. Como citado, os gregos e os romanos foram grandes compradores do papiro egípcio.

O trabalho de registro de informações no papiro era uma obrigação dos escribas, mas esses profissionais passavam por uma formação muito rigorosa. Somente depois de anos de prática na escrita em outras superfícies é que podiam utilizar o papiro. Esses escribas praticavam principalmente em superfícies de madeira e pedra.

As folhas de papiro eram utilizadas, principalmente, para assuntos relacionados com o governo e com a religião. Assim, os papiros eram utilizados para textos governamentais, hinos e demais textos religiosos e rituais mágicos, mas também eram usados para textos médicos, literatura e até mesmo para registros pessoais, como cartas.

Ao longo da Idade Média, o papiro perdeu espaço para o pergaminho, superfície para a escrita feita de peles de animais. O pergaminho era conhecido por ser mais resistente e duradouro e por permitir que textos fossem apagados para que novos fossem escritos.

Nota

|1| Egyptian Papyrus. Para acessar, clique aqui [em inglês].

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Papiro"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/papiro.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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