Notificações
Você não tem notificações no momento.
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

A literatura do antigo Egito

A literatura do antigo Egito era profundamente influenciada pela religião e pela filosofia. A produção literária abordava aspectos da moral e da ética egípcia e muitos dos escritos destinavam-se ao culto dos mortos e à exaltação dos grandes feitos dos faraós.

Literatura no Antigo Egito: o Livro dos Mortos
Literatura no Antigo Egito: o Livro dos Mortos
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

A literatura do antigo Egito foi sempre de natureza religiosa e filosófica. As suas mais antigas manifestações são constituídas por inscrições feitas nas pirâmides e em túmulos suntuosos. Dentro desse contexto literário merece destaque a Canção do Harpista, repassada pela descrença em relação à vida depois da morte e sugerindo o gozo dos prazeres mundanos.

Além dos textos esculpidos nos túmulos e nas pirâmides, havia também escritos feitos em papiros com textos que continham características filosóficas, contos, romances e hinos religiosos. O Diálogo de um Misantropo com sua Alma é uma condenação das iniquidades e injustiças dessa vida e uma exaltação da outra – verdadeira libertação de todos os infortúnios humanos. Eram muito conhecidas As aventuras de Sinehue, autobiografia movimentada de episódios interessantes, e a História do Náufrago, odisseia vivida por um marinheiro egípcio. 

São famosos o Hino a Amon Rá, deus dos deuses, e o Canto Triunfal de Ramsés II: o primeiro exalta a grandeza da divindade amoniana; e o segundo, os feitos do faraó vencedor dos hititas. Merece especial destaque o chamado Livro dos Mortos, reunião de textos de cunho moral que deveriam ser recitados pela alma do morto ao comparecer ante ao Tribunal de Osíris, deus da vegetação, das forças da natureza e dos mortos. Acompanhe um dos fragmentos mais conhecidos do Livro dos Mortos:

"Glória a Ti, Senhor da Verdade e da Justiça! Glória a ti, Grande Deus, Senhor da Verdade e da Justiça! A ti vim, meu Senhor, e a ti me apresento para contemplar as Tuas perfeições. Porque Te conheço, conheço Teu nome e os nomes das quarenta e duas divindades que estão contigo na sala da Verdade e da Justiça, vivendo dos despojos dos pecadores e fartando-se de seu sangue, no dia em que pesam as palavras perante Osíris, o da voz justa: Duplo Espírito, Senhor da Verdade e da Justiça é o Teu nome. Em verdade eu conheço-vos, senhores da Verdade e da Justiça; trouxe-vos a verdade e destruí, por vós, a mentira. Não cometi qualquer fraude contra os homens; não atormentei as viúvas; não menti em tribunal; não sei o que é má-fé; nada fiz de proibido; não obriguei o capataz de trabalhadores a fazer diariamente mais que o trabalho devido; não fui negligente; não estive ocioso; nada fiz de abominável aos deuses; não prejudiquei o escravo perante o seu senhor; não fiz padecer de fome; não fiz chorar; não matei; não ordenei morte à traição; não fraudei ninguém; não tirei os pães do templo; não subtraí as oferendas aos deuses; não roubei nem as provisões nem as ligaduras dos mortos; não tive ganhos ilegítimos por meio de pesos do prato da balança; não tirei leite da boca de meninos; não cacei com rede as aves divinas; não pesquei os peixes sagrados em seus tanques; não cortei a água em sua passagem; não apaguei o fogo sagrado; não violei o divino céu nas suas oferendas escolhidas; não escorracei os bois das propriedades divinas; não afastei qualquer deus ao passar. Sou puro! Sou puro! Sou puro!".

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

A literatura do antigo Egito projetou-se na literatura de outros povos. A contribuição da civilização egípcia para ideias religiosas e éticas é transcendental. Do Nilo derivou-se grande parte do progresso intelectual das épocas posteriores. A filosofia, a astronomia, a matemática e a literatura nasceram no Egito. Tal fato por si só já é suficiente para que tenhamos a ideia bem nítida da importância da herança que foi legada à posteridade pela antiga civilização dos faraós.


Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Lilian Maria Martins de Aguiar Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AGUIAR, Lilian Maria Martins de. "A literatura do antigo Egito"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-literatura-antigo-egito.htm. Acesso em 26 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante