Império Bizantino, oriundo do Império Romano do Oriente, teve duração de quase 11 séculos e foi derrotado, em 1453, pela invasão dos povos turco-otomanos.
No mapa acima, a cor azul representa os territórios conquistados pelo Império Bizantino.
O Império Bizantino surgiu por meio da divisão do Império Romano feita pelo imperador Teodósio, em 395, correspondendo à parte oriental. Sua capital era Constantinopla, antiga Bizâncio, que, por conta da sua posição geográfica, possibilitou o desenvolvimento do comércio.
O auge do Império Bizantino aconteceu no reinado de Justiniano, que expandiu o seu território, além de ter compilado as leis romanas, criando o Código de Direito Civil. Devido ao Cisma do Oriente, ocorrido em 1054, a religião do império era Católica Ortodoxa. O Império Bizantino sucumbiu em 1453, quando os turco-otomanos invadiram seu território.
O Império Bizantino surgiu logo após a divisão do Império Romano em ocidente e oriente, tornando-se a parte oriental.
Sua capital, Constantinopla, desenvolveu-se por conta das atividades comerciais da região.
O reinado de Justiniano foi o auge do império, quando houve a expansão do seu território e foi criado o Código de Direito Civil.
Sua religião era a Católica Ortodoxa, fruto do Cisma do Oriente, ocorrido em 1054.
Chegou ao fim em 1452, com os turco-otomanos invadindo e tomando Constantinopla.
Videoaula sobre Império Bizantino
Origem do Império Bizantino
Em 395 d.C., o Império Romano estava em declínio e o imperador Teodósio propôs uma solução para a crise: dividir o imenso território de Roma em duas partes. Assim, o império foi dividido em ocidente e oriente. Constantinopla, do lado oriental, ganhou importância com essa divisão e se desenvolveu economicamente pelo comércio. Enquanto o Império Romano do Ocidente caia junto à Roma, que era saqueada pelos bárbaros, a parte oriental do império permanecia tendo sua capital sendo chamada de Roma do Oriente.
Antes de ser Constantinopla, a cidade se chamava Bizâncio, e foi fundada pelos gregos em 667 a.C. O Império Romano se expandiu de tal forma que alcançou as terras do Oriente, e as antigas colônias e cidades gregas foram dominadas por Roma. Dessa forma, Bizâncio foi conquistada e anexada ao império. Em 330 d.C., o imperador Constantino decidiu rebatizar a cidade como Constantinopla. Enquanto Roma era tomada pelos bárbaros, fazendo eclodir a parte ocidental do seu imenso império, Constantinopla permanecia praticamente intacta.
Reinado de Justiniano
O Império Bizantino atingiu seu apogeu durante o reinado de Justiniano. De 527 até 565, Justiniano governou o império oriental e tratou de expandir o território bizantino, chegando mesmo a reconquistar o que havia sido perdido pelos romanos ocidentais com a invasão bárbara. As tropas bizantinas reconquistaram Roma, o norte da África e a península Ibérica, que haviam sido conquistados pelos germânicos.
Além da expansão territorial, Justiniano teve o cuidado de preservar as leis romanas. Ele criou o Código de Direito Civil, um compilado das leis elaboradas nos áureos tempos de Roma. Outra área que mereceu a atenção do imperador bizantino foi a cultura. Justiniano investiu na construção de grandes edifícios, como o palácio imperial e a Igreja de Santa Sofia.
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Justiniano enfrentou a Revolta de Nika, em 532. As causas das revoltas foram a fome, a falta de moradias e os altos impostos pagos pela população. O estopim desse conflito foi o resultado de uma corrida de cavalos que aconteceu no hipódromo de Constantinopla. Houve uma dúvida quanto ao cavalo vencedor na corrida. Não se sabia se o vencedor era Niké, para o qual a população torcia, ou o cavalo da equipe do imperador. Isso fez com que a revolta que se sentia com as condições sociais se materializasse no questionamento do resultado da corrida. As tropas de Justiniano, no entanto, conseguiram controlar a agitação.
Em 565, Justiniano morreu, e com ele acabava o período áureo do Império Bizantino. Seus sucessores não conseguiram manter as conquistas do imperador, e logo os bizantinos perderam os territórios conquistados.
Características do Império Bizantino
Governo no Império Bizantino
O governo bizantino se concentrava nas mãos do imperador. Ele detinha o poder absoluto. O Senado perdeu sua força política e se tornou apenas um conselho honorário. A burocracia do império se estabeleceu por meio da concessão de títulos aos nobres. Como o poder emanava do imperador, os trabalhadores da administração imperial também tinham seus poderes e os cargos públicos eram cobiçados.
Economia no Império Bizantino
As moedas foram utilizadas nas relações comerciais em Constantinopla, capital do Império Bizantino.
Constantinopla se tornou não apenas a capital do Império Bizantino mas o principal centro comercial do Oriente. A sua posição geográfica privilegiada estabelecia uma grande rede comercial, havendo negociações com várias partes do mundo, como o norte da África, a Europa e a Ásia. Enquanto Roma se esvaziava após as constantes invasões bárbaras e a Europa Ocidental se ruralizava e se dividia em milhares de feudos, o Oriente tinha em Constantinopla sua principal referência.
O Estado Bizantino controlava as atividades comerciais por meio de importações e exportações bem como pelo sistema monetário. Em épocas de crise, o imperador intervinha na economia para que o abastecimento de alimentos chegasse até a capital.
Religião no Império Bizantino
O imperador bizantino teve papel ativo nas atividades eclesiásticas. Ele era o pontífice máximo e considerado o mensageiro de Jesus Cristo e responsável pela propagação da mensagem cristã. Surgia assim o cesaropapismo, ou seja, o imperador era chefe político e da Igreja. A crise de Roma fez com que Constantinopla se transformasse no centro da cristandade. A doutrina cristã estava atrelada às ordens do imperador, que publicava decretos regulando sobre a crença dos seus súditos.
A questão da veneração das imagens foi uma das grandes polêmicas religiosas do Império Bizantino. A Igreja Oriental não admitia a veneração às imagens de santos, e os ícones deveriam ser bidimensionais. Por conta dessa disputa, várias imagens foram destruídas.
O Cisma do Oriente foi a primeira divisão na cristandade. As disputas entre o papa e o imperador bem como as diferenças de dogmas cristãos pregados por ocidentais e orientais fizeram com que romanos e bizantinos se separassem em 1054. Além da Igreja Católica Romana, surgia no Oriente a Igreja Católica Ortodoxa.
Os mosaicos bizantinos relacionavam diretamente o imperador a Jesus Cristo, demonstrando a ligação do poder terreno com o celeste. [1]
Arte no Império Bizantino
A arte bizantina teve influência do cristianismo em suas produções. Com o poder do imperador atingindo o âmbito religioso, ele também se tornou uma figura marcante e presente nas obras artísticas feitas no império. Nas pinturas, o imperador era retratado ao lado da figura de Jesus Cristo, uma alusão a ele ser o mensageiro entre os homens e o céu.
Uma das principais características dessa arte é a frontalidade — figuras eram representadas em posição frontal e rígida.
Sociedade no Império Bizantino
A sociedade bizantina era patriarcal e não abria espaço para a participação das mulheres, que eram a metade da população. As classes sociais eram os pobres, os camponeses, os soldados e os comerciantes. Os integrantes da Igreja Ortodoxa tinham participação efetiva na administração do império. Os funcionários públicos gozavam de prestígio na sociedade em razão do cargo que ocupavam na estrutura burocrática do império.
O Império Bizantino começou a apresentar sinais de enfraquecimento durante a Baixa Idade Média. As cruzadas e o renascimento comercial desestruturaram as bases do império. Os turco-otomanos, no século XV, expandiram seu território até a Ásia Menor e reduziram o domínio bizantino à Constantinopla. Em 1453, a capital do império foi conquistada pelos invasores.
Exercícios sobre Império Bizantino
1) A respeito do reinado de Justiniano, no Império Bizantino, assinale a alternativa que traz um elemento dele:
a) promoveu o renascimento do Império Romano do Ocidente após expulsão dos povos bárbaros.
b) reuniu as leis romanas no Código do Direto Civil.
c) foi marcado pela ascensão do islamismo e sua expansão pelo Oriente.
d) os germânicos conseguiram invadir o Império Bizantino e derrotaram Justiniano.
Resolução: Letra b. Justiniano promoveu a reunião das leis romanas em um único livro para facilitar o seu alcance e o seu cumprimento.
2) A arte bizantina promoveu a religiosidade cristã e também a figura do imperador. Leia as alternativas e assinale a correta:
a) o imperador era considerado um deus e dividia a crença dos bizantinos.
b) a figura do imperador ao lado de Cristo significava que ele era a figura que conduzia os homens até o céu.
c) o artista destacava os poderes mágicos e curandeiros do imperador bizantino.
d) a arte era uma forma de a Igreja Católica Ortodoxa se aproximar do imperador.
Resolução: Letra b. Ao contrário do Ocidente, no qual a arte valorizava apenas aspectos religiosos, no Império Bizantino, a religiosidade cristã dividia espaço com a presença do imperador.
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HIGA, Carlos César.
"Império Bizantino"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/imperio-bizantino.htm. Acesso em 06 de julho
de 2022.
(FUVEST-SP) Ao longo da Idade Média, a Europa Ocidental conviveu com duas civilizações, as quais muito se deve nos mais variados campos. Essas duas civilizações, bastante diferentes da Ocidental, contribuíram significativamente para o desenvolvimento experimentado pelo Ocidente, a partir do século XI, e para o advento da Modernidade no século XV.