Washington Luís foi o último presidente da República Velha, governando entre 1926 e 1930, quando deposto por um golpe de Estado. Seu governo ficou marcado pela crise econômica mundial de 1929 e pela ruptura com a antiga política do café com leite.
Carioca de nascimento, mas com a carreira política construída no estado de São Paulo, Washington Luís foi um presidente considerado “moderno”, pois como prefeito de São Paulo e governador do estado incentivou o desenvolvimento de técnicas de racionalização administrativa, o gerenciamento técnico-científico e impulsionou outras ciências, como a historiografia, museologia, ciências sociais, estatísticas e censos, além de apoio às manifestações esportivas e culturais, que dentre as mais importantes se destacou a abertura do Teatro Municipal de São Paulo para a realização da Semana de Arte Moderna de 1922.
Dizia-se aberto ao diálogo com outras forças, mesmo que fosse unilateral o diálogo. Em seu governo presidencial, encerrou o estado de sítio decretado por seu antecessor, Arthur Bernardes, fechou as prisões políticas e restabeleceu por um curto período a liberdade de imprensa, já que, em 1929, a Lei Celerada deu cabo a esta liberdade, sob o pretexto de combate ao comunismo. Washington Luís ainda criou um plano de construção de estradas de rodagem, que incluía as estradas Rio-São Paulo e Rio-Petrópolis, apresentando o lema “Governar é abrir estradas”. Hoje, há uma rodovia no interior do estado de São Paulo com o nome de Washington Luís.
Selo em homenagem a Washington Luís, que foi o último presidente da República Velha, deposto pelo golpe que inaugurou a Revolução de 1930.*
No plano econômico, a principal ação de Washington Luís incidiu na tentativa de fortalecer a moeda corrente do Brasil, com a montagem de um grande depósito de ouro que serviria de lastro à moeda. Porém, a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque não possibilitou o êxito da tentativa e gerou ainda outra consequência drástica à economia nacional, a abrupta queda dos preços do café. Mesmo sendo representante da oligarquia cafeeira paulista, Washington Luís se negou a conceder empréstimos aos fazendeiros para cobrir seus prejuízos, causando insatisfação entre eles.
Outro ponto de discórdia política criado por Washington Luís foi a ruptura com a política do café com leite. Nas eleições de 1930, o indicado deveria ser um político mineiro para garantir a alternância no poder entre os dois estados. Mas Washington Luís preferiu o “café puro” e indicou o governador paulista Júlio Prestes como seu sucessor. O partido Republicano Mineiro se sentiu traído e formou a Aliança Liberal, com forças de outros estados. Júlio Prestes foi eleito, mas não foi aceito pelos grupos mais radicais da Aliança.
O estopim do que viria a ser a Revolução de 1930 foi o assassinato do político João Pessoa, em uma confeitaria no Recife. A acusação era que Washington Luís havia ordenado o assassinato, motivo decisivo para o golpe realizado em outubro de 1930. Deposto em seus últimos dias de governo pelo golpe, Washington Luís se exilou nos Estados Unidos e Europa, retornando ao país somente em 1947.
Créditos da imagem: MarkauMark e Shutterstock.com
Por Tales Pinto
Graduado em História
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PINTO, Tales dos Santos. "O presidente Washington Luís"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/washington-luis.htm. Acesso em 04 de março de 2021.
O presidente Washington Luís governou o Brasil entre 1926 e 1930 e teve seu mandato abreviado em algumas semanas, uma vez que foi deposto por um movimento que é entendido pelos historiadores como golpe, mas que passou a ser chamado nos livros de História como “revolução”. Estamos falando:
a) da Revolução Constitucionalista.
b) da Revolta Paulista.
c) da Coluna Prestes.
d) da Revolução de 1930.
e) da Intentona Comunista.
Os meses finais do mandato de Washington Luís foram marcados por uma forte crise que levou à sua deposição em outubro de 1930. A crise que atingiu o governo de Washington Luís foi motivada:
a) pela crise econômica que atingiu seu governo e que ficou conhecida como Encilhamento.
b) pelo rompimento do acordo feito no que ficou conhecido como política do café com leite.
c) pelo fechamento do Clube Militar e pela prisão do marechal Hermes da Fonseca.
d) pela expulsão de moradores pobres do centro do Rio de Janeiro e pela autorização de sua vacinação compulsória.
e) pela tentativa de fazer um golpe parlamentar que o permitiria estender seu cargo por mais oito anos.
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