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A Revolta Paulista de 1924 foi um levante militar organizado por jovens oficiais do Exército que faziam parte do Tenentismo. Os rebeldes pretendiam derrubar o governo de Artur Bernardes, pois não estavam contentes com os rumos tomados pelos civis enquanto líderes da república brasileira.
A revolta aconteceu dois anos depois de um movimento tenentista ter ocorrido no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. O governo federal conseguiu debelar as revoltas tenentistas. Em São Paulo, os revoltosos, logo após perderem a batalha contra as tropas governistas, se reuniram em torno do tenente Luís Carlos Prestes e organizaram a Coluna Prestes, que percorreu o interior do Brasil denunciando os desmandos da República Velha.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a Revolta Paulista de 1924
- 2 - Antecedentes da Revolta Paulista de 1924
- 3 - Objetivos da Revolta Paulista de 1924
- 4 - Líderes da Revolta Paulista de 1924
- 5 - Deflagração da Revolta Paulista de 1924
- 6 - Consequências da Revolta Paulista de 1924
- 7 - Exercícios resolvidos sobre a Revolta Paulista de 1924
Resumo sobre a Revolta Paulista de 1924
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A Revolta Paulista de 1924 foi um movimento militar liderado por jovens oficiais do Exército, pertencentes ao Tenentismo, que pretendiam depor o presidente Artur Bernardes.
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Essa revolta aconteceu dois anos depois da Revolta do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, quando militares tenentistas se armaram para derrotar o governo federal.
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O Tenentismo foi um movimento formado por jovens oficiais que estavam descontentes com os rumos tomados pela república e exigiam reformas políticas.
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A Revolta de 1924, em São Paulo, foi derrotada, e seus integrantes se organizaram em torno do tenente Luís Carlos Prestes, formando a Coluna Prestes.
Antecedentes da Revolta Paulista de 1924
Desde as primeiras décadas do século XX, jovens oficiais do Exército estavam descontentes com os rumos que os civis definiram para a república brasileira. Organizado por tenentes, o movimento batizado como Tenentismo pretendia derrubar o governo de Artur Bernardes e implantar reformas políticas, como o voto secreto. Àquela época, as oligarquias estaduais, principalmente as de São Paulo e Minas Gerais, dominavam a política nacional e impediam qualquer tipo de reforma.
No dia 5 de julho de 1922, aconteceu a primeira revolta liderada por oficiais do Exército pertencentes ao Tenentismo. Os rebeldes se armaram e saíram do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, que ainda era capital federal, para depor o presidente Artur Bernardes. Porém, os integrantes da revolta entraram em combate contra soldados governistas e foram derrotados. Vários integrantes morreram e os demais ficaram gravemente feridos.
Essa revolta motivou outros jovens tenentes a se organizarem e se armarem novamente para derrubar o governo. A Revolta Paulista começou no dia 5 de julho de 1924, numa referência à Revolta do Forte de Copacabana.
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Objetivos da Revolta Paulista de 1924
O principal objetivo da Revolta Paulista de 1924 era derrubar o governo de Artur Bernardes. Para os revoltosos, era necessário fazer reformas na república, como o voto secreto, mudanças no ensino público, moralização da política e destituição do presidente. Os tenentistas não viam com bons olhos a liderança civil à frente do governo e defendiam a retomada do poder político pelos militares.
Líderes da Revolta Paulista de 1924
O principal líder da Revolta Paulista de 1924 foi o General Isidoro Dias Lopes, alcunhado de “marechal da revolução”. Desde o ano anterior à eclosão da revolta, ele articulava apoio de outros estados em um movimento armado contra o governo Artur Bernardes. No final de julho de 1924, Isidoro Dias Lopes ordenou a retirada dos revoltosos de São Paulo e decidiu marchar para o Paraná e se juntar às tropas que aderiram à Coluna Prestes.
Outras lideranças, como Eduardo Gomes e Juarez Távora, participaram das revoltas tenentistas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Deflagração da Revolta Paulista de 1924
A revolta começou em 5 de julho de 1924, na mesma data em que, dois anos antes, aconteceu outra revolta tenentista, a Revolta do Forte de Copacabana. A capital paulista foi bombardeada durante o ataque rebelde, tendo casas e prédios destruídos. Muitos paulistanos abandonaram a cidade em direção ao interior para se proteger desses ataques.
O governador de São Paulo, Carlos Campos, teve que abandonar a sede do governo paulista e se refugiar no interior para se defender dos ataques dos tenentistas. Foram 23 dias de combate intenso. Os revoltosos aguardavam o apoio de outros estados, como Mato Grosso, Amazonas, Pará e Rio Grande do Sul, para que a causa tenentista ganhasse amplitude nacional, mas os paulistas estiveram praticamente sozinhos no ataque contra a regência de Artur Bernardes.
A ausência de um plano de governo e a falta de apoio popular fizeram com que a Revolta Paulista de 1924 fosse derrotada rapidamente. Seus integrantes fugiram para o interior do estado ou para o Sul do país. Os que permanecerem em São Paulo foram presos ou mortos.
Consequências da Revolta Paulista de 1924
Logo após a derrota para as tropas leais ao governo federal, os rebeldes fugiram de São Paulo e seguiram para o Paraná e Santa Catarina. Os tenentistas se juntaram à Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes, dando início à marcha que trilhou o interior do Brasil atacando a República Velha e propondo reformas.
Apesar das derrotas nos movimentos do Forte de Copacabana, em 1922, e de São Paulo, em 1924, os ideais do Tenentismo se mantiveram vivos e se espalharam pelo sertão brasileiro durante a Coluna Prestes.
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Exercícios resolvidos sobre a Revolta Paulista de 1924
Questão 1
(Mackenzie) “Em julho de 1924, a elite paulista buscava fugir da capital, bombardeada a esmo pelas forças legalistas (...). Os misteriosos tenentes, dos quais toda a gente falava, tinham ocupado a cidade.”
Boris Fausto
O trecho se reporta a um dos movimentos tenentistas dos anos 20, cujo objetivo era:
a) defender o setor cafeeiro em detrimento dos demais produtos nacionais.
b) apoiar o governo de Artur Bernardes, representante de seus ideais.
c) introduzir um governo esquerdista, apoiando as reivindicações anarcossindicalistas.
d) estabelecer o voto secreto e a derrubada da oligarquia paulista, expressão dos piores vícios do regime.
e) restabelecer o governo monárquico, considerado politicamente mais estável.
Resolução:
Letra D. A Revolta Paulista de 1924 foi um movimento que exigia reformas sociais e a adoção do voto secreto.
Questão 2
(Unesp) “Os poucos grupos operários que foram procurar o general Isidoro no quartel da Luz para aderirem à revolução nem sequer foram por ele recebidos, embora o general recebesse facilmente os representantes da Associação Comercial.”
José de Souza Martins, Folha de S.Paulo, 11.06.2004
O fragmento faz referência à Revolução de 1924. Esse evento relaciona-se com
a) a Campanha Civilista, que opôs os candidatos Hermes da Fonseca, alagoano, e Pinheiro Machado, gaúcho.
b) as primeiras crises políticas da república, como a que depôs o presidente Artur Bernardes.
c) as manifestações operárias organizadas pelo Partido Comunista Brasileiro contra a posse do presidente Washington Luís.
d) as radicais reformas urbanas pelas quais passava a cidade de São Paulo, conforme proposta do prefeito Antonio Prado Júnior.
e) a ação do movimento tenentista, que questionava a ordem oligárquica da chamada I República (1889-1930).
Resolução:
Letra E. O movimento tenentista organizou as revoltas de 1922, no Rio de Janeiro, e a de 1924, em São Paulo, e um dos objetivos dessas revoltas era derrotar as oligarquias que dominavam a república e fazer reformas, bem como implementar o voto secreto.
Créditos da imagem
[1] FGV CPDOC (reprodução)