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A Revolução Federalista aconteceu no Sul do Brasil, entre os anos de 1893 e 1895, e demonstrou a insatisfação dos republicanos quanto aos rumos tomados pelos primeiros presidentes da república brasileira. Havia uma divisão entre os republicanos: uma ala defendia a descentralização do poder, com maior participação dos estados, enquanto outra ala considerava necessário o presidente ter mais poderes para consolidar-se a república no Brasil. Ao mesmo tempo, havia o embate entre militares do Exército e da Marinha a respeito das suas participações no governo federal.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Causas da Revolução Federalista
- 2 - Líderes da Revolução Federalista
- 3 - Como foi o conflito?
- 4 - Como terminou a Revolução Federalista?
- 5 - Consequências da Revolução Federalista
- 6 - Resumo sobre a Revolução Federalista
- 7 - Exercícios resolvidos
Causas da Revolução Federalista
A Revolução Federalista expôs os conflitos envolvendo os diversos grupos que pensavam caminhos opostos para a república nascente no Brasil. Desde 1889, ano da proclamação da república, que se discutia a respeito da centralização do poder no Executivo federal ou na autonomia dos estados. Os governos Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, ambos militares, defendiam maiores poderes para o presidente da república, no intuito de consolidar-se o movimento que depôs a monarquia, evitando qualquer reação de grupos contrários.
O confronto entre esses grupos ultrapassou as discussões de ideias e concretizou-se fisicamente. Entre militares havia divisões. A Marinha rebelou-se, exigindo maior participação no governo. O autoritarismo dos primeiros presidentes provocou reações armadas, como aconteceu no Rio Grande do Sul. A nomeação de Júlio Castilhos para o governo gaúcho era uma forma de Floriano Peixoto impor sua força no Sul do país. Os federalistas, que desejavam mais participação dos estados e a formação de um parlamentarismo, não aceitaram as ordens vindas do Rio de Janeiro e pegaram em armas como forma de reação.
Líderes da Revolução Federalista
A Revolução Federalista colocou em campos opostos dois grupos que desejavam caminhos diferentes para a nascente república brasileira. Júlio de Castilhos foi o líder dos republicanos, também chamados de chimangos, e defendia um Executivo forte, ou seja, que o presidente da república tivesse amplos poderes para consolidar-se a república. Castilhos era aliado de Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil.
O outro grupo era federalista, também chamado de maragatos, e tinha Gaspar Silveira Martins como líder. Esse grupo defendia a descentralização do poder e a implantação do parlamentarismo, nos moldes do Segundo Reinado. Essa era uma forma de evitar a concentração de poderes nas mãos do presidente e a formação de governos autoritários, como os dos primeiros republicanos: Deodoro da Fonseca (1889-1891) e Floriano Peixoto (1891-1894).
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Como foi o conflito?
Júlio Castilhos foi nomeado presidente do estado do Rio Grande do Sul em 1892. Era aliado do presidente Floriano Peixoto e defensor da tese de que, naqueles primeiros anos da república, era preciso que o Executivo tivesse amplos poderes para governar. A escolha de Castilhos desagradou aos federalistas, que não tardaram a rebelar-se contra a indicação do novo governante gaúcho. Foram inúmeras as batalhas entre os dois grupos. Os maragatos venceram algumas batalhas, como as de Lagoa Branca e Restinga da Jarraca.
Essas derrotas fizeram com que Castilho pedisse ajuda a Floriano Peixoto, que prontamente enviou tropas do Exército, também chamadas de tropas legalistas, para o combate. Além dessa ajuda do governo federal, Castilhos criou a brigada militar estadual, com o objetivo inicial de derrotar os federalistas. Mesmo com toda a força militar nas mãos do governo gaúcho, os federalistas conseguiram impor algumas derrotas aos republicanos.
Se o governo gaúcho reforçou suas tropas, os federalistas não ficaram atrás. A Marinha, que, em 1893, organizou a Revolta da Armada, apoiou os federalistas, principalmente após a invasão de Santa Catarina e do Paraná. Percebendo a perda de soldados e as consequências caso continuassem a batalha, os federalistas recuaram e mantiveram a luta em terras gaúchas.
A Revolução Federalista ficou marcada pela crueldade. Ambos os lados em disputa degolaram seus prisioneiros. Essa era uma forma de humilhar o adversário e de poupar munição para o ataque contra o inimigo.
Como terminou a Revolução Federalista?
Mesmo após o término do governo Floriano Peixoto, a guerra continuou. Prudente de Moraes, o primeiro presidente civil da nossa história, assumiu o poder em 1894 e, no ano seguinte, celebrou um acordo entre os grupos conflitantes, terminando assim a Revolução Federalista. Júlio de Castilhos manteve-se no poder gaúcho, e os revoltosos foram anistiados.
Consequências da Revolução Federalista
A república consolidou-se no governo Floriano Peixoto. As forças opositoras que questionavam o autoritarismo do Executivo ou buscavam restaurar o modelo monárquico foram duramente banidas.
O Exército reformou sua presença na república ao participar ativamente das rebeliões contra o governo federal. Mesmo não estando na presidência, os militares não se afastaram da política. Movimentos iniciados nos quartéis contra o poder civil começam a ser organizados no começo do século XX.
Resumo sobre a Revolução Federalista
- A Revolução Federalista foi um conflito ocorrido no Sul do país entre republicanos e federalistas.
- Os federalistas começaram a revolução ao resistirem à nomeação de Júlio Castilhos como presidente do estado do Rio Grande do Sul.
- Aliança entre federalistas e a Revolta da Armada.
- Castilhos contou com o apoio militar do governo Floriano Peixoto.
- A revolução terminou em 1895, quando o presidente Prudente de Morais selou um acordo entre as duas partes.
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Exercícios resolvidos
Questão 1 – Assinale a alternativa que corretamente contém os grupos que participaram da Revolução Federalista:
A) Florianistas e sertanistas
B) Federalistas e republicanos
C) Farrapos e sabinos
D) Federalistas e sertanejos
Resolução
Alternativa B. A Revolução Federalista foi o conflito entre federalistas, contrários ao autoritarismo do governo federal e defensores do parlamentarismo tal qual no período monárquico, e republicanos, favoráveis à concentração de poderes nas mãos do presidente para consolidar-se a república no Brasil.
Questão 2 – A Revolução Federalista foi um conflito ocorrido no Rio de Janeiro e mostrou o embate entre diversos grupos nos primeiros anos da república no Brasil. Sobre esse fato histórico, assinale a alternativa que corretamente aponta o desfecho desse conflito:
A) Júlio Castilhos foi deposto, e o Rio Grande do Sul separou-se do Brasil.
B) Floriano Peixoto transferiu o governo para o Sul, no intuito de ajudar Castilhos no combate aos federalistas.
C) O conflito terminou em 1895, quando o presidente Prudente de Morais celebrou um acordo entre as duas partes.
D) Uruguai e Argentina enviaram tropas para apoiar Júlio de Castilhos no combate aos federalistas.
Resolução
Alternativa C. O desfecho da Revolução Federalista foi o acordo celebrado no governo Prudente de Morais entre as duas partes. Júlio Castilhos manteve-se no poder gaúcho, e os federalistas foram anistiados.
Crédito da imagem
[1] Jacinto arq / Commons
Por Carlos César Higa
Professor de História