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O período de 1894 a 1930 ficou conhecido pelo domínio das oligarquias nos Estados brasileiros. Essas oligarquias controlaram o cenário político e econômico de suas regiões utilizando diferentes mecanismos para manutenção do poder, principalmente a fraude eleitoral que contribuiu para a soberania dos ricos fazendeiros.
Campos Sales (1898 – 1902) foi o presidente brasileiro que deu origem a um dos mecanismos mais conhecidos em relação à corrupção nas eleições. A política dos governadores desenvolvida por ele consistiu em uma troca de favores entre o governo federal e os governos estaduais. Os governadores dos estados, através de fraudes eleitorais, conseguiam votos para o candidato à Presidência que, depois de eleito, concederia mais vantagens e autonomia para o Estado que o apoiou.
A prática da degola foi uma das mais conhecidas fraudes eleitorais realizadas durante as primeiras décadas da república. Essa corrupção eleitoral foi alicerçada com a criação da Comissão Verificadora de Poderes, que tinha o objetivo de contribuir para a eleição dos candidatos indicados pelos coronéis. Diante disso, essa comissão impedia que muitos candidatos vitoriosos nas urnas assumissem o cargo, pelo fato de eles não terem sido indicados pelos ricos fazendeiros e, por isso, eram “degolados”, ou seja, impedidos de tomar posse.
O termo degola foi utilizado no sentido figurado para retratar a prática fraudulenta das oligarquias brasileiras que interviram diretamente no resultado das eleições. Aproveitando-se da influência política, os ricos fazendeiros empossavam candidatos que não tinham ganhado democraticamente as eleições e “degolava” os candidatos da oposição, que eram impedidos de usufruir dos seus direitos eleitorais.
Créditos da imagem: Boris15 e Shutterstock.com
Por Fabrício Santos
Graduado em História