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No ano de 1929, a economia capitalista norte-americana vivenciou uma das maiores crise do capitalismo na história. Essa crise ficou conhecida como a quebra da bolsa de Nova York. Os reflexos da crise capitalista foram imediatos, milhões de trabalhadores ficaram desempregados, milhares de empresários perderam todos os seus capitais e decretaram a falência de suas empresas. Muitos cidadãos norte-americanos suicidaram-se em razão da quebra da bolsa.
A sociedade norte-americana esperava por uma intervenção do Estado na economia com vistas a superar a crise. O tempo passou e os empresários e o governo republicano não foram capazes de superá-la. Trabalhadores desempregados e empresários falidos reivindicavam reformas do Estado na economia.
O presidente contemporâneo ao evento (de 1929), Herbert Hoover, adotou uma ação passiva, pois seguia as regras do liberalismo clássico, de acordo com o qual o Estado não deveria interferir nas questões econômicas e caberia ao mercado estipular salários, preços e limites da produção.
A posição liberal clássica do Estado norte-americano tinha que ser deixada de lado, e o Estado deveria limitar o poder do mercado e aumentar a renda dos trabalhadores, o que aumentaria a capacidade de consumo.
Na década de 1930, assumiu a presidência dos Estados Unidos o democrata Franklin Delano Roosevelt, que formou uma equipe de assessores influenciados pelas teorias do economista inglês John Keynes. Eles salientavam a efetivação de investimentos públicos (Estado) para dinamizar a economia em períodos de crise. As ideias de Keynes superavam o liberalismo clássico. Conhecidas como Keynesianismo, essas ideias preconizaram a intervenção do Estado na economia (mercado).
Roosevelt e sua equipe assessora implantaram um plano, o chamado New Deal (Novo “Ajuste”), que tinha algumas metas a cumprir. Uma das primeiras metas foi superar e acabar com as falências bancárias: para isso, o Banco Central Norte-Americano autorizou empréstimos financeiros ilimitados aos bancos e efetivaram-se empréstimos aos fazendeiros para a realização da agricultura.
Outra meta estipulada pelo New Deal foi o combate ao desemprego. O governo fixou o valor do salário mínimo, estipulou os horários máximos de trabalho, forneceu subsídios aos estados para cobrir o seguro-desemprego e aboliu o trabalho infantil. Houve também uma ampliação na previdência social: o governo passou a oferecer para os trabalhadores seguros em casos de invalidez, velhice e desemprego (o chamado Estado do bem-estar social).
No ano de 1933, o governo norte-americano iniciou um projeto de grandes obras públicas para acabar com o desemprego no país. Foram construídas estradas, pontes, casas populares e hidrelétricas. Todas as medidas implementadas pelo New Deal amenizaram os problemas sociais e econômicos que a crise capitalista de 1929 deixou para os Estados Unidos, mas não solucionaram definitivamente os problemas econômicos.
Em 1939, teve início a Segunda Guerra Mundial. A indústria bélica e a ida de soldados para o front de batalha resolveram o problema do desemprego; e a produção de armamentos e munições movimentou outra vez a economia mundial. Decorrido todo o século XX, e iniciado o século XXI, a economia dos Estados Unidos entrou em bancarrota e diversas empresas do setor imobiliário e do setor bancário decretaram falência. A crise de 1929 pairava no ar norte-americano outra vez?
Mussolini e Hitler durante a Segunda Guerra Mundial: ascensão da economia por meio da indústria bélica.
No século XX, vários conflitos aconteceram, vários governos esfacelaram-se e outros começaram. No início do século XXI, outra ameaça de guerra assolou o mundo: Estados Unidos e Iraque. O que levou essas duas nações ao conflito? Muitos analistas dizem que os Estados Unidos necessitavam movimentar sua economia após as sucessivas crises. Assim, a indústria bélica seria mais uma vez a redentora econômica?
Após os ataques terroristas aos Estados Unidos no dia 11 de setembro de 2001, os norte-americanos invadiram o Afeganistão, procurando o líder dos ataques, o terrorista Osama Bin Laden. O Iraque foi acusado de colaborar com o terrorismo, e o ditador iraquiano Saddam Hussein tornou-se o novo alvo dos estadunidenses.
Georg W. Bush e Saddam Hussein, respectivamente, lideranças de EUA e Iraque durante a guerra de 2003.
O Iraque, acusado pelos Estados Unidos de fabricar armas de destruição em massa (nucleares, químicas e biológicas), teve seu território invadido pelas forças de coalizão em 2003 (EUA, França, Inglaterra), mesmo após uma comissão da ONU (Organização das Nações Unidas) ter ido ao Iraque e não ter encontrado nenhuma espécie de armamento de destruição em massa (conforme o relatório da comissão).
O governo do ditador iraquiano Saddam Hussein chegou ao fim após a derrota das suas tropas. No ano de 2006, Saddam foi julgado por um tribunal e condenado à morte. A motivação bélica norte-americana de atacar o Iraque no ano de 2003, segundo alguns especialistas, aconteceu para movimentar a crise econômica norte-americana (indústria bélica) e para o efetivo controle dos Estados Unidos das produções de petróleo no Iraque.
Por Leandro Carvalho
Mestre em História