PUBLICIDADE
A Guerra de Independência dos Estados Unidos foi um confronto entre os colonos das Treze Colônias (EUA) e a Inglaterra que durou cinco anos e foi bastante violento.
A Inglaterra havia estipulado uma serie de novas normas (Leis Intoleráveis) que faziam os colonos pagarem mais impostos e terem menos liberdade. Com isso, gerou-se uma série de revoltas. Foram então realizados dois congressos: o Primeiro e o Segundo Congresso Continental da Filadélfia. Do segundo saiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos.
Foram muitos embates até a Batalha de Yorktown, quando os colonos venceram a guerra. Eles contaram com o apoio da França e da Espanha, que tinham interesse em quebrar a hegemonia inglesa.
Leia também: Pais fundadores dos EUA — os líderes que elaboram a Declaração de Independência
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a Guerra de Independência dos Estados Unidos
- 2 - Antecedentes históricos da Guerra de Independência dos Estados Unidos
- 3 - Causas da Guerra de Independência dos Estados Unidos
- 4 - Fases da Guerra de Independência dos Estados Unidos
- 5 - Fim da Guerra de Independência dos Estados Unidos
- 6 - Exercícios resolvidos sobre a Guerra de Independência dos Estados Unidos
Resumo sobre a Guerra de Independência dos Estados Unidos
- A Guerra de Independência dos Estados Unidos foi o conflito gerado entre as Treze Colônias e a Inglaterra pela independência estadunidense.
- Seus antecedentes históricos foram a Revolução Industrial; a formação de uma nova classe, a burguesia, na Inglaterra; e a passagem da monarquia absoluta para a parlamentarista. Os burgueses visavam novos mercados consumidores, matérias-primas e polos industriais.
- Suas causas foram as leis que aumentaram impostos e diminuíram a autonomia das Treze Colônias.
- Suas fases foram: o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia; o Segundo Congresso Continental da Filadélfia; as batalhas de Lexington e Concord; a declaração de independência dos Estados Unidos; e a Batalha de Yorktown.
- O fim da guerra se deu na Batalha de Yorktown, com a vitória dos colonos.
- Suas consequências foram a independência dos EUA, a retomada de terras pelos espanhóis e franceses, e a propagação de ideais iluministas.
Antecedentes históricos da Guerra de Independência dos Estados Unidos
Os antecedentes históricos da Guerra de Independência dos Estados Unidos foram os desacordos entre as Treze Colônias e a Inglaterra (metrópole), já que esta havia mudado sua política em relação aos colonizados no final do século XVIII, o que causou revoltas. Isso porque a metrópole também havia deixado de ser absolutista e se tornado uma monarquia parlamentarista com base constitucional.
O surgimento de uma nova classe — a dos burgueses — pela Revolução Industrial também influenciou bastante essas mudanças, uma vez que a burguesia passou a ter poder político e os seus interesses visavam à ampliação de mercados consumidores, da indústria, além da busca por novas matérias-primas. Assim, as Treze Colônias passaram a ser vistas como parte desse processo, ou seja, elas nutririam a metodologia industrial da Inglaterra.
Ao mesmo tempo, a metrópole passava por vários confrontos (Guerra da Secessão Espanhola, Guerra do Rei Jorge, Guerra Franco-Índia, Guerra dos Sete Anos, e Guerra da Liga de Augsburgo etc.) no século XVIII, e, para manter seu caráter expansionista (retirando territórios antes da França), majorou impostos e taxas para manter sua força militar ininterruptamente nas colônias.
Os habitantes dessas localidades não gostaram do aumento das cobranças. Ainda, o rei Jorge III vetou que os colonos ocupassem novos territórios no rio Mississippi e nos montes Apalaches. Jorge III vislumbrava o impedimento de confrontos com povos originários daquelas regiões, mas acabou por desgastar ainda mais a relação com as Treze Colônias.
Até porque a Inglaterra sempre prezara pela autonomia das Treze Colônias, diferentemente do que se observaria a partir de 1760, quando variadas leis foram implementadas, retirando a autonomia e impondo altos impostos, como:
- Lei da Moeda: vedava às Treze Colônias o direito de emitir documentos de crédito.
- Lei do Selo: determinava que um selo fosse adicionado a quaisquer tipos de publicações, garantindo-se que a Coroa inglesa estava recebendo por ele.
- Lei da Hospedagem: estipulava aos colonos que hospedassem, obrigatoriamente, quaisquer soldados ingleses.
- Lei do Açúcar: majorava os tributos sobre o açúcar, a seda, o café e o vinho.
- Atos Townshend: também acresceram impostos no chá, nos corantes e no vidro.
Revoltados com tais medidas, colonos protestaram e iniciaram um boicote aos produtos da Inglaterra, que, por sua vez, voltou atrás em algumas dessas medidas, como a Lei do Selo.
A norma que foi a gota d’água para o início dos levantes foi a Lei do Chá. Esta definia que o chá produzido pelas Treze Colônias seria comercializado exclusivamente pela Companhia das Índias Orientais.
O desagrado com tal regra provocou a Festa do Chá de Boston, quando cerca de 150 habitantes das Treze Colônias, vestidos de trajes indígenas, invadiram, na calada da noite, o Porto de Boston. Lá, atacaram três embarcações, lançando ao mar mais de 300 caixas do produto.
Como retaliação, a Inglaterra implantou leis mais duras ainda, chamadas de Leis Intoleráveis. Alguns exemplos delas foram: o Porto de Boston, local da revolta, ficaria trancado até que houvesse ressarcimento dos estragos da chamada festa; os colonos perderiam o direito de se reunirem; e tropas da Inglaterra ocupariam Massachusetts como abrigo obrigatório de colonos na região.
Diante disso, cada vez mais pessoas aderiram à ideia de separação entre as Treze Colônias e a metrópole. Foi então que se realizou o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, uma reunião de 12 delegados das Treze Colônias (menos a Geórgia), em setembro de 1774. Nesse evento, foi escrita uma carta ao rei da Inglaterra professando-se lealdade, porém bradando-se contra as Leis Intoleráveis.
O rei novamente reagiu enviando mais força militar para as Treze Colônias, o que fez com que começassem os primeiros confrontos com armas entre soldados ingleses e colonos.
Causas da Guerra de Independência dos Estados Unidos
As causas da Guerra de Independência dos Estados Unidos foram as revoltas dos colonos das Treze Colônias contra as medidas austeras inglesas caracterizadas pelas Leis Intoleráveis, que aumentavam impostos e colocavam soldados permanentemente na região, retirando a autonomia que sempre existira nela.
Leia também: Peregrinos do Mayflower — os primeiros colonos que chegaram aos Estados Unidos
Fases da Guerra de Independência dos Estados Unidos
As fases da Guerra de Independência dos Estados Unidos foram:
- Primeiro Congresso Continental da Filadélfia;
- Segundo Congresso Continental da Filadélfia;
- batalhas de Lexington e Concord, em 1775;
- Declaração de Independência dos Estados Unidos;
- Batalha de Yorktown, em outubro de 1781, finalizando a guerra.
O Segundo Congresso Continental da Filadélfia contou com a Geórgia, totalizando as Treze Colônias, e aconteceu em maio de 1775. Entre seus encaminhamentos, o principal era que não seria mais aceitável o status de colônia da Inglaterra. Assim, nasceu a Declaração de Independência dos Estados Unidos, redigida por Thomas Jefferson e publicada no ano seguinte, no dia 4 de julho de 1776.
No entanto, antes da independência de fato, foram necessários cincos anos de guerra. Para ela, colonos criaram o Exército Continental, depois de feita a Declaração. Foi permitido aos cidadãos que portassem armas de fogo (permissão que entrou para a Constituição).
Espanha e França também entraram na guerra do lado dos colonos para que a hegemonia inglesa fosse quebrada. A França queria recuperar territórios perdidos para a Inglaterra na Guerra dos Sete Anos, no século XVIII. A Espanha também, ao final, recuperou terras.
Fim da Guerra de Independência dos Estados Unidos
Foram várias batalhas ao longo dos cinco anos de guerra, e a conquista final dos colonos ocorreu na Batalha de Yorktown, em outubro de 1781.
O reconhecimento oficial da independência dos Estados Unidos veio em 1783, no Tratado de Paris.
Consequências da Guerra de Independência dos Estados Unidos
As consequências da Guerra de Independência dos Estados Unidos foram:
- os EUA se tornaram nação independente;
- a guerra se tornou inspiração para outras independências, especialmente por meio das ideias iluministas;
- a decadência da hegemonia da Inglaterra nas colônias americanas;
- a recuperação de terras espanholas e francesas;
- a consolidação do republicanismo e a abertura do expansionismo ianque.
Leia também: Guerra de Secessão — o conflito entre o Norte o Sul dos Estados Unidos entre 1861 e 1865
Exercícios resolvidos sobre a Guerra de Independência dos Estados Unidos
Questão 01
(Unesp) “Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade.”
(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.). Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.).
O documento expõe o vínculo da luta pela independência das Treze Colônias com os princípios
a) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal.
b) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo.
c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos.
d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutarem pela própria salvação.
e) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e dos direitos divinos.
Gabarito comentado: letra C
Alternativa correta é a letra C, pois o iluminismo influenciou a independência das Treze Colônias.
Questão 02
(IFSUL 2021) A colonização dos Estados Unidos iniciou a partir do século XVII, quando colonos provenientes da Inglaterra se estabeleceram na América do Norte. A colonização efetiva começou em Jamestown, na Virgínia, em 1607. Nos anos seguintes outras colônias foram criadas na região, dando origem às 13 colônias. O processo de colonização inglês nunca foi homogêneo, pois atingiu diferentes formas com o decorrer dos anos.
Sobre o processo colonizador inglês no Novo Mundo, afirma-se que:
- O governo inglês concedia cartas régias aos colonos interessados em migrar e explorar o Novo Mundo, as quais os autorizavam a tomar posse das terras indígenas. Por isso eles migraram para o oeste, estabelecendo suas terras além dos Montes Apalaches, onde encontraram abrigo.
- As colônias da Pensilvânia, Carolina do Sul e Maryland foram ocupadas por colonos puritanos que viajaram a bordo do navio Mayflower e que estabeleceram entre si um acordo de auto governabilidade, conhecido como Pacto do Mayflower.
- Os colonos pobres, os artesãos, os agricultores e os aventureiros em busca de enriquecimento rápido ocuparam as colônias do Sul. As colônias do Norte, conhecidas como Nova Inglaterra, foram abrigo de puritanos pobres fugidos das perseguições religiosas na Inglaterra.
- A colonização inglesa foi uma colonização de povoamento, em detrimento da colonização de exploração. O rei inglês concedia certas extensões de terras a colonos pobres, concedendo-lhes amplos poderes de autogoverno.
Gabarito comentado: letra C
Alternativa correta é a letra C, pois as colônias do Sul e do Norte se constituíram como um marco durante a ocupação das Treze Colônias.
Fontes:
KARNAL, Leandro (org.). História dos Estados Unidos. São Paulo: Contexto, 2008.