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Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca de Alexandria foi uma grande construção desenvolvida na cidade de Alexandria, no Egito ptolomaico, sendo parte de um grande complexo cultural.

Egípicios manuseando papiros na Biblioteca de Alexandria.
Construída no Egito do período ptolomaico, a Biblioteca de Alexandria era um grande centro cultural do mundo helenístico.[1]
Crédito da Imagem: Commons
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A Biblioteca de Alexandria foi uma grande biblioteca construída em Alexandria, cidade do Egito, durante o período ptolomaico. Foi planejada durante o reinado de Ptolomeu I, e provavelmente finalizada durante o reinado de Ptolomeu II. Foi concebida por Demétrio de Faleros.

A Biblioteca de Alexandria teve o intuito de armazenar cada livro do planeta, sendo parte de um enorme complexo cultural chamado Mouseion. Tinha uma enorme estrutura, com dormitórios, refeitórias, salas de aula, salas de leitura etc. Foi destruída em um momento desconhecido, mas existem algumas teorias sobre sua destruição.

Leia mais: Cleópatra — rainha do Egito entre 51 a.C. e 30 a.C., reconhecida como uma das mulheres mais importantes da Antiguidade

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a Biblioteca de Alexandria

  • A Biblioteca de Alexandria foi uma grande biblioteca construída no Egito do período ptolomaico.

  • Sua construção se iniciou durante o reinado de Ptolomeu I, sendo provavelmente concluída no reinado de Ptolomeu II.

  • Foi concebida por um estadista ateniense chamado Demétrio de Faleros.

  • Era um grande centro cultural do mundo helenístico, recebendo diversos intelectuais por ano.

  • Os motivos de sua destruição são incertos, embora algumas teorias falem que aconteceu por um incêndio.

Origem da Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca de Alexandria foi um enorme complexo cultural construído na cidade de Alexandria, no Egito, durante o período ptolomaico. Foi construída durante o reinado de Ptolomeu I, general que assumiu o comando do Egito quando Alexandre, o Grande faleceu, em 323 a.C.

Não se sabe exatamente quando, mas especula-se que a biblioteca começou a ser planejada em 295 a.C., por ordem de Ptolomeu I, rei do Egito ptolomaico. Os historiadores acreditam que a construção foi uma sugestão de Demétrio de Faleros, um filósofo e ex-governante de Atenas. A ideia era construir uma biblioteca que tivesse livros de todas as partes do planeta.

Além disso, a nova biblioteca deveria ser parte de um templo e um complexo cultural para as nove musas, importantes deusas gregas, e, por isso, o local foi recebeu o nome de Mouseion (do qual deriva o termo museu).

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A Biblioteca de Alexandria era, portanto, parte do Mouseion, e a ideia de construí-la em Alexandria também passava pelo objetivo de transformar essa cidade em um grande centro cultural na Antiguidade.

Embora o planejamento da biblioteca e do museu tenha começado durante o reinado de Ptolomeu I, acredita-se que ela só entrou em funcionamento no reinado de Ptolomeu II. De toda forma, os historiadores acreditam que, com Ptolomeu I, os primeiros manuscritos começaram a ser armazenados para fazerem parte do acervo do local.

O funcionamento da Biblioteca de Alexandria

Os historiadores têm um conhecimento bastante limitado a respeito de como funcionava a Biblioteca de Alexandria. Sabemos que ela fazia parte do complexo do Mouseion e que reunia milhares de obras produzidas por gregos, egípcios, romanos, hebreus, persas, assírios, entre outros.

Com o tempo, o acervo da biblioteca cresceu em uma quantidade tão significativa que se estima que ela chegou a ter mais de 500 mil rolos de papiro no total. Em um dado momento, o volume do acervo se tornou tão grande que uma segunda biblioteca foi construída no Templo de Serápis, em Alexandria.

Além de ser o local que procurava abrigar todos os livros do mundo, a Biblioteca de Alexandria fazia parte de um grande complexo cultural. Junto dela, estava toda uma estrutura gigantesca que tornava Alexandria um dos grandes centros culturais do planeta.

O complexo do qual a Biblioteca de Alexandria fazia parte tinha:

  • dormitórios;

  • refeitórios;

  • salas de aula;

  • salas de leitura;

  • laboratórios;

  • scriptoriums (onde os livros eram produzidos);

  • jardins;

  • zoológico;

  • observatório;

  • galeria de arte;

  • templo para as musas.

Além disso, a Biblioteca de Alexandria abrigou diversos intelectuais — como poetas, filósofos e copistas — que lá residiam e eram pagos para exercer o seu trabalho.

Leia mais: Papiro — folha produzida de uma planta também chamada papiro, era utilizado no Egito Antigo e foi substituído pelo pergaminho

Destruição da Biblioteca de Alexandria

Além de sua grande importância enquanto centro cultural, a Biblioteca de Alexandria recebeu enorme notoriedade pelos historiadores pelo fato de ter sido destruída em um incêndio e todo o seu gigantesco acervo ter sido perdido. Sabe-se que a biblioteca foi destruída em um incêndio, mas ainda hoje não sabemos exatamente quando ele aconteceu e quem foi o seu causador.

A Biblioteca de Alexandria já passava por um processo de decadência desde o reinado de Ptolomeu VIII, que expulsou os intelectuais da biblioteca, o que contribuiu para que a reputação dela decaísse bastante no mundo antigo.

De toda forma, atualmente existem três teorias que falam sobre a destruição da Biblioteca de Alexandria. A primeira fala que a biblioteca foi incendiada acidentalmente por Júlio César, quando ele lutava em uma guerra civil em Alexandria. Conta-se que ele foi cercado, e, para evitar a aproximação de seu inimigo, incendiou parte de sua frota. O incêndio, então, espalhou-se para a doca e consumiu outras partes da cidade, incluindo a biblioteca.

Outra teoria afirma que, em 391, cristãos atacaram a biblioteca e outros locais da cidade de Alexandria considerados pagãos, como o Templo de Serápis. Essa teoria não tem muita força entre os historiadores pela falta de evidência. Uma terceira teoria aponta a destruição pelos árabes, que conquistaram Alexandria em 641.

Por fim, muitos historiadores falam que a Biblioteca de Alexandria deixou de existir durante o período romano como consequência da falta de importância que os romanos davam ao local. A biblioteca deixou de ser um centro cultural de referência, recebendo cada vez menos verbas e perdendo prestígio, fechando em algum momento do século III ou IV. Fala-se, inclusive, que ela pode ter sido destruída durante um conflito travado na cidade no reinado de Aureliano.

As ruínas da Biblioteca de Alexandria

Uma das questões que intrigam os historiadores é não existirem mais ruínas da Biblioteca de Alexandria. Isso levou alguns pesquisadores a questionarem se a biblioteca, de fato, existiu. No entanto, ainda existem ruínas do Templo de Serápis, que abrigou parte do acervo da Biblioteca de Alexandria.

Qual a importância da Biblioteca de Alexandria?

A Biblioteca de Alexandria foi um centro cultural muito importante e um polo que cultivou e propagou a cultura helenística na Antiguidade, reunindo milhares de exemplares de livros, além de ser um centro que atraía intelectuais de todo o mundo antigo. Muitos pesquisadores apontam que ela é uma antecessora da universidade moderna, uma vez que tinha um modelo semelhante ao das universidades atuais.

Leia mais: Período Helenístico — época de difusão da cultura grega no Oriente que acabou com a conquista romana da Grécia

A nova Biblioteca de Alexandria

Em 16 de outubro de 2002, o governo egípcio inaugurou a Bibliotheca Alexandrina, que se estabeleceu como a sucessora moderna da Biblioteca de Alexandria. Ela começou a ser planejada pelo governo do Egito na década de 1970, e um concurso para definir a arquitetura foi realizado na década de 1990, ganho por uma empresa norueguesa.

A obra de construção da nova biblioteca se iniciou em 1995, encerrando-se somente em 2002. A biblioteca tornou-se uma referência no continente africano, com mais de 20 mil metros quadrados e uma estrutura que abriga um acervo de milhares de livros, incluindo obras raríssimas.

Curiosidades da Biblioteca de Alexandria

  • O primeiro bibliotecário que chefiou a Biblioteca de Alexandria foi Apolônio de Rodes.

  • Os intelectuais que atuavam em Alexandria eram isentos de impostos pelo governo do Egito ptolomaico.

  • No século II a.C., os intelectuais estrangeiros foram banidos da Biblioteca de Alexandria por Ptolomeu VI.

Créditos da imagem

[1]Commons

Fontes

HAUGHTON, Brian. What happened to the great library at Alexandria https://www.worldhistory.org/article/207/what-happened-to-the-great-library-at-alexandria/

MARK, Joshua J. Library of Alexandria. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Library_of_Alexandria/   

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Biblioteca de Alexandria"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/biblioteca-de-alexandria.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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