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Os pronomes interrogativos são usados em orações interrogativas. Como pronome, eles servem para acompanhar um substantivo ou substituí-lo. No caso dos interrogativos, eles aparecem em enunciados que expressem dúvida.
Leia também: Como usar corretamente os porquês
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre pronomes interrogativos
- 2 - Videoaula sobre pronomes interrogativos
- 3 - O que são pronomes interrogativos?
- 4 - Flexão dos pronomes interrogativos
- 5 - Tipos de pronomes interrogativos
- 6 - Emprego dos pronomes interrogativos
- 7 - Emprego exclamativo dos pronomes interrogativos
- 8 - Diferenças entre pronomes interrogativos e advérbios interrogativos
- 9 - Exercícios resolvidos
Resumo sobre pronomes interrogativos
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Os pronomes interrogativos são pronomes usados em orações interrogativas, em perguntas diretas ou indiretas.
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Alguns são invariáveis, enquanto outros podem variar em gênero e em número.
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Podem exercer função de substantivo ou de adjetivo.
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Também podem aparecer em enunciados exclamativos, em casos específicos.
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Diferenciam-se dos advérbios interrogativos, por terem função distinta.
Videoaula sobre pronomes interrogativos
O que são pronomes interrogativos?
Pronomes interrogativos são aqueles usados em orações interrogativas. Eles podem aparecer em perguntas diretas ou indiretas. Observe:
De quem é essa mochila?
Eu preciso saber de quem é essa mochila.
No primeiro caso, temos um exemplo de pronome interrogativo usado em uma pergunta direta, isto é, que termina com ponto de interrogação. Já no segundo caso, o pronome interrogativo foi empregado em uma pergunta indireta, em que, apesar de não haver ponto de interrogação, ainda é um enunciado que expressa dúvida.
Flexão dos pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos podem ser variáveis ou invariáveis.
Pronomes interrogativos |
|
variáveis |
invariáveis |
qual |
que |
quanto |
quem |
-
Pronomes interrogativos variáveis
Os pronomes interrogativos variáveis flexionam em número (singular ou plural). O pronome “quanto” pode, ainda, flexionar em gênero (masculino ou feminino).
Flexão dos pronomes interrogativos variáveis |
||
|
Singular |
Plural |
Masculino |
quanto |
quantos |
Feminino |
quanta |
quantas |
- |
qual |
quais |
Veja alguns exemplos dessas flexões:
“Quanto tempo você levou para concluir a tarefa?”
“Quanta coisa você usou para concluir a tarefa?”
“Quantos objetos você usou para concluir a tarefa?”
“Quantas horas você levou para concluir a tarefa?”
“Qual é o seu livro favorito?”
“Quais são as suas séries favoritas?”
-
Pronomes interrogativos invariáveis
Os pronomes interrogativos invariáveis são aqueles cuja forma não se altera, independentemente do gênero (masculino ou feminino) ou do número (singular ou plural) do termo que acompanham.
Observe:
“Quem é o novo professor de Matemática?”
“Quem são as novas professoras da escola?”
“O que você está fazendo neste momento?”
“O que são glóbulos vermelhos?”
Veja também: Que, quem, onde e outros pronomes relativos
Tipos de pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos podem exercer função de adjetivos ou de substantivos.
-
Pronomes interrogativos adjetivos
Os pronomes interrogativos adjetivos acompanham outro termo no enunciado — geralmente, um substantivo — especificando esse termo e indicando o contexto de dúvida. Observe:
“Qual camiseta você quer experimentar?”
Nesse caso, o pronome interrogativo “qual” é adjetivo, acompanhando o substantivo “camiseta”.
-
Pronomes interrogativos substantivos
Os pronomes interrogativos substantivos têm valor de nome no enunciado, substituindo-os no enunciado. Retomando o exemplo usado para os pronomes interrogativos adjetivos, observe como o pronome interrogativo substantivo pode retomar um elemento, passando a substituí-lo no enunciado:
“Gostei dessas duas camisetas.”
“E qual você vai levar?”
Aqui, o pronome interrogativo “qual” não está acompanhando nenhum elemento no enunciado em que aparece; porém, ele retoma outro elemento já citado anteriormente (o substantivo “camisetas”), substituindo-o. Portanto, esse pronome interrogativo aparece com valor de substantivo.
Emprego dos pronomes interrogativos
Entenda quando empregar cada um dos pronomes interrogativos a seguir.
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Que
É invariável e pode ser usado no enunciado com valor de adjetivo ou de substantivo. É usado para se referir a pessoas ou a coisas.
“O que você achou da apresentação do novo produto?”
“Que música é essa que está tocando?”
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Quem
É invariável e pode ser usado no enunciado com valor de substantivo. Usa-se especificamente para se referir a pessoas ou a algo personificado.
“Quem vai participar da reunião hoje à tarde?”
“Eu preciso saber quem mandou essa mensagem.”
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Qual
Varia em número (singular ou plural) e pode ser usado no enunciado com valor de substantivo ou de adjetivo. Faz referência tanto a pessoas quanto a coisas.
“Qual é a sua melhor lembrança?”
“Com quais métodos você trabalha para se manter eficiente?”
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Quanto
Varia em número (singular ou plural) e em gênero (masculino e feminino), podendo ser usado no enunciado com valor de substantivo ou de adjetivo. Usa-se especificamente para se referir a valores quantitativos no geral.
“Quanto custa o aluguel desse apartamento?”
“Quantas semanas vamos levar até completarmos esse projeto?”
Saiba mais: Quando usar o ponto de exclamação?
Emprego exclamativo dos pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos também podem ser usados em enunciados exclamativos, expressando ênfase e intensidade na frase. Observe:
“Nossa, que fome!”
“Quanta beleza em uma só mulher!”
“Ora, ora, quem diria!”
Diferenças entre pronomes interrogativos e advérbios interrogativos
Enquanto os pronomes acompanham (ou substituem) um nome, geralmente um substantivo, os advérbios acompanham ou modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Além disso, os pronomes interrogativos têm, como resposta, um nome, geralmente um substantivo.
Já os advérbios interrogativos têm, como resposta, uma circunstância indicando causa, tempo, modo ou lugar. Os advérbios interrogativos são: “por que”, “quando”, “como” e “onde”. Entenda a diferença nos exemplos a seguir, prestando atenção às respostas.
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Exemplo de pronome interrogativo:
— Quem está vindo para cá?
— O Rodrigo.
A resposta é um nome, nesse caso, um substantivo próprio.
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Exemplo de advérbio interrogativo:
— Como o Rodrigo está vindo para cá?
— De ônibus.
A resposta expressa uma circunstância, por isso como é um advérbio interrogativo.
Exercícios resolvidos
Questão 1
(Cespe/Cebraspe - adaptada)
Não têm conta entre nós os pedagogos da prosperidade que, apegando-se a certas soluções onde, na melhor hipótese, se abrigam verdades parciais, transformam-nas em requisito obrigatório e único de todo progresso. É bem característico, para citar um exemplo, o que ocorre com a miragem da alfabetização. Quanta inútil retórica se tem desperdiçado para provar que todos os nossos males ficariam resolvidos de um momento para o outro se estivessem amplamente difundidas as escolas primárias e o conhecimento do abc.
A muitos desses pregoeiros do progresso seria difícil convencer de que a alfabetização em massa não é condição obrigatória nem sequer para o tipo de cultura técnica e capitalista que admiram. Desacompanhada de outros elementos fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em certos casos, a uma arma de fogo posta nas mãos de um cego.
Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 27.ª ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015 (com adaptações).
O vocábulo Quanta classifica-se, na oração em que ocorre, como pronome interrogativo.
( ) Certo
( ) Errado
Resposta
Certo. Trata-se do uso de um pronome interrogativo para dar ênfase em um enunciado que não apresenta ponto de interrogação.
Questão 2
(Fundep)
Um apólogo
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?
Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
São pronomes interrogativos, EXCETO:
A) Que lhe importa o meu ar?
B) Você é que os cose?
C) — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile.
D) Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas?
Resposta
Alternativa B. A palavra destacada “que” não é um pronome interrogativo, e sim um pronome relativo.
Por Guilherme Viana
Professor de Gramática