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Ponto de interrogação (?)

Ponto de interrogação é um sinal gráfico que indica dúvida. Ele é usado no fim de uma palavra, frase ou oração, quando o enunciador pretende fazer uma pergunta direta.

Ponto de interrogação vermelho escrito em um fundo azul
O ponto de interrogação é usado para se expressar uma dúvida.
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Ponto de interrogação é um sinal gráfico que indica dúvida e, portanto, é utilizado em perguntas diretas. Ele aparece no final de uma palavra, frase ou oração, que, assim, apresentam uma entonação ascendente, ou seja, são caracterizadas pela elevação da voz ao serem pronunciadas.

Leia também: Quais são os sinais de pontuação utilizados em língua portuguesa?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre ponto de interrogação

  • O ponto de interrogação ocorre no fim de uma palavra, frase ou oração para se expressar uma dúvida.

  • Ele pode ser combinado com o ponto de exclamação ou com as reticências.

  • Nas perguntas indiretas, utiliza-se o ponto-final em vez do ponto de interrogação.

  • As frases interrogativas são caracterizadas por uma entonação ascendente.

Quando usar um ponto de interrogação?

Usamos o ponto de interrogação no fim de uma palavra, frase ou oração para fazermos uma pergunta direta:

Quando?

E agora, meu amigo?

Por que não descansa um pouco?

Atenção! Em frases interrogativas indiretas, utilizamos o ponto-final em vez do ponto de interrogação:

Ela perguntou o que você pretende com isso.

Quero saber o que significa isso.

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Ponto de interrogação com outros sinais de pontuação

O ponto de interrogação pode aparecer com o ponto de exclamação:

Você quer falar comigo?! Isso é novidade para mim.

Assim, uma pergunta pode ocorrer ao mesmo tempo em que se expressa surpresa, indignação etc. Quando se quer dar ênfase mais à surpresa do que à dúvida, é só colocar o ponto de exclamação antes:

Você quer falar comigo!? Isso é novidade para mim.

Além disso, o ponto de interrogação pode acompanhar as reticências:

Ele é o mesmo homem que...?

Nesse caso, temos uma pergunta combinada com a interrupção de um pensamento.

Videoaula sobre o uso do ponto-final, ponto de exclamação e ponto de interrogação

Ponto de interrogação em frases

As frases interrogativas diretas apresentam uma entonação ascendente, isto é, marcada pela elevação da voz:

Você conhece o baterista, cantor e compositor Wilson das Neves?

Já chegou o livro que te mandei?

O que você prefere? Morango ou chocolate?

Como uma pessoa pode ser tão desumana?

Eu? Não sei de nada.

O quê? Não ouvi o que você falou.

Confira no nosso podcast:  5 dúvidas frequentes da língua portuguesa

Exercícios resolvidos sobre ponto de interrogação

Questão 01

(Unimontes)

A FLOR NO ASFALTO

Otto Lara Resende

Conheço essa estrada genocida, o começo da Rio-Petrópolis. Duvido que se encontre um trecho rodoviário ou urbano mais assassino do que esse. São tantos os acidentes que já nem se abre inquérito. Quem atravessa a avenida Brasil fora da passarela quer morrer. Se morre, ninguém liga. Aparece aquela velinha acesa, o corpo é coberto por uma folha de jornal e pronto. Não se fala mais nisso.

Teria sido o destino de d. Creusa, se não levasse nas entranhas a própria vida. Na pista que vem para o Rio, a vinte metros da passarela de pedestres, d. Creusa foi apanhada por uma Kombi. O motorista tentou parar e não conseguiu. Em seguida veio outro carro, um Apolo, e sobreveio o segundo atropelamento. A mesma vítima. Ferida, o ventre aberto pelas ferragens, deu-se aí o milagre.

D. Creusa estava grávida e morreu na hora. Mas no asfalto, expelida com a placenta, apareceu uma criança. Coberta a mãe com um plástico azul, um estudante pegou o bebê e o levou para o acostamento. Nunca tinha visto um parto na sua vida. Entre os curiosos, uma mulher amarrou o umbigo da recém-nascida. Uma menina. Por sorte, vinha vindo uma ambulância. Depois de chorar no asfalto, o bebê foi levado para o hospital de Xerém.

D. Creusa, aos quarenta e quatro anos, já era avó, mãe de vários filhos e viúva. Pobre, concentração humana de experiências e de dores, tinha pressa de viver. E era uma pilha carregada de vida. Quem devia estar ali era sua nora Marizete. Mas d. Creusa se ofereceu para ir no seu lugar porque, grávida, não pagava a passagem. Com o dinheiro do ônibus podia comprar sabão. Levava uma bolsa preta, com um coração de cartolina vermelha.

No cartão estava escrito: quinta-feira. Foi o dia do atropelamento. Apolo é o nome do segundo carro atropelador. Na mitologia, Apolo é o símbolo da vitória sobre a violência. Diz o poeta Píndaro que é o deus que põe no coração o amor da concórdia. No hospital, sete mães disputaram o privilégio de dar de mamar ao bebê. A vida é forte. E bela, apolínea, apesar de tudo. Por que não?

Do livro Bom dia para nascer, Crônicas — Companhia das Letras, 1993.

O autor finaliza seu texto com um enunciado interrogativo. Sua função no texto é

a) levar-nos à reflexão e à avaliação a respeito do que disse.

b) fazer com que duvidemos da pertinência do que disse.

c) mostrar-nos que, no Brasil, apesar do descaso das autoridades com situações que envolvem a perda de vidas humanas, tais autoridades ainda são capazes de realizações visando ao bem-comum.

d) fazer-nos compreender que ele próprio duvida de que as reflexões que escreve possuam relevância.

Resolução:

Alternativa “d”

O texto fala de uma “estrada genocida”, onde a morte virou algo banal e “ninguém liga”. Em seguida, narra o atropelamento e morte de d. Creusa, mas também o nascimento de sua filha. No final, o autor conclui que “a vida é forte”, o que contraria o início do texto, em que a vida é vista como algo frágil, pois são “tantos os acidentes que já nem se abre inquérito”. Assim, quando pergunta “Por que não?”, o autor expressa uma dúvida, de forma que demonstra ausência de certeza quanto à relevância de suas declarações.

Questão 02

(Unimontes)

“Como saber, por exemplo, se o remorso demonstrado por um assassino é verdadeiro ou apenas um gesto dissimulado? Como é possível mirar em seus olhos, lembrar de seus crimes e ainda assim dar o indulto que lhe permitirá sentir-se menos sufocado pelo peso da culpa?”

Veja, 28/7/2010 (Adaptação)

Marque a única alternativa que apresenta uma análise CORRETA do fragmento citado.

a) “Como”, nas duas ocorrências, é um advérbio interrogativo.

b) Os adjetivos “verdadeiro” e “dissimulado” exercem, na passagem, função sintática idêntica.

c) A oração “mirar em seus olhos”, no 2o período da passagem, classifica-se como substantiva objetiva direta.

d) O advérbio “menos” passaria a “menas”, se o adjetivo “sufocado” fosse feminino.

Resolução:

Alternativa “a”

No trecho em questão, “como” é um advérbio interrogativo. Já os adjetivos “verdadeiro” e “dissimulado” são, respectivamente, predicativo e adjunto adnominal. Além disso, “mirar em seus olhos” é uma oração substantiva subjetiva. Por fim, o termo “menos” é invariável e, portanto, não possui uma forma feminina.

 

Por Warley Souza
Professor de Gramática

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Ponto de interrogação (?)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/ponto-de-interrogacao.htm. Acesso em 25 de abril de 2024.

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