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As lendas da Região Sudeste mostram a diversidade e riqueza do folclore brasileiro. Muitas dessas lendas são comuns a outras regiões do Brasil, como a do saci-pererê; mas há também lendas que são muito específicas da porção Sul do país, como é o caso do chibamba e do corpo-seco. São exemplos de lendas presentes na Região Sudeste:
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lobisomem;
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saci-pererê;
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boitatá;
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mula sem cabeça;
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lenda do cavalo invisível;
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mãe de ouro;
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corpo-seco;
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chibamba.
Leia também: Principais lendas e personagens do folclore brasileiro
Tópicos deste artigo
Resumo sobre as lendas da Região Sudeste
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A Região Sudeste manifesta diferentes lendas como resultado da diversidade cultural do Brasil.
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O chibamba é uma lenda típica do Sudeste. Ela fala de uma espécie de bicho-papão que é atraído por crianças malcriadas.
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A lenda do saci, por sua vez, é comum a todo o país e possui variações típicas do Sudeste. Essa lenda aborda um ser que é conhecido por suas travessuras.
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A lenda do lobisomem fala de um homem que é amaldiçoado, transformando-se em um ser que é parte lobo e parte homem.
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O boitatá é uma cobra de fogo de nosso folclore que é conhecida por proteger os campos contra incêndios criminosos.
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A lenda da mula fala de uma mulher que foi amaldiçoada por manter relações carnais com um padre. Ela se transforma em uma mula com uma labareda de fogo no lugar da cabeça.
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O cavalo invisível é uma lenda de caráter cristão que fala de um cavalo invisível que é enviado por Deus no período da Quaresma para dar um aviso àqueles que não acreditam em sua mensagem.
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A mãe de ouro é conhecida no folclore como um ser que tem cabelos loiros e usa um vestido branco; tem enorme capacidade de encontrar metais preciosos.
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O corpo-seco é uma lenda que fala de uma espécie de morto-vivo, uma pessoa muito má que não foi para o céu nem para o inferno, vagando na Terra.
Lendas do folclore na Região Sudeste
A Região Sudeste, como todas as outras regiões do Brasil, tem suas próprias manifestações culturais, e muitas lendas que se popularizaram em todo o país são muito presentes na cultura popular sudestina. Vamos conhecer algumas das principais lendas do Sudeste:
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Lobisomem: A lenda do lobisomem é resultado da influência europeia na cultura popular brasileira, e ela foi reproduzida fortemente no Sudeste brasileiro. Fala de um homem amaldiçoado que se transforma em lobo durante as noites de Lua cheia, saindo à procura de pessoas para conseguir se alimentar do sangue delas. O lobisomem é vulnerável à prata, e o único jeito de detê-lo é feri-lo mortalmente com algum item desse material.
A maldição pode ser transmitida hereditariamente, e muitos acreditavam que o lobisomem era o homem nascido depois de uma mulher ter gerado sete filhas. No interior de São Paulo, era comum acreditar que ele invadiria as casas para comer as crianças, sobretudo as não batizadas. Retornava à forma humana ao nascer do Sol. Para saber mais sobre a origem da lenda, clique aqui.
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Saci-pererê: A lenda do saci-pererê é uma das mais difundidas em todo o Brasil, podendo ser encontrada com variações em todo o território brasileiro, incluindo o Sudeste. Considerado um dos símbolos de nosso folclore, o saci é um jovem negro, de uma perna só e grande mobilidade, conhecido por cometer inúmeras travessuras por onde passa.
No Sudeste é muito conhecido por usar um gorro e roupas de cor vermelha e por ter uma enorme habilidade com o cavalo. Um sinal muito comum de que o saci passou por um local era encontrar a crina dos cavalos emaranhada de maneira impossível de ser desfeita. Para saber mais sobre o saci, clique aqui.
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Boitatá: O boitatá é uma cobra de fogo que reside nos campos, protegendo esses locais de incêndios causados por seres humanos. É descrito na lenda como uma cobra gigante que possui muitos olhos, expelindo fogo de sua boca e de seus muitos olhos. Estes, por sinal, teriam surgido da quantidade de humanos que o boitatá comera.
Esse ser mítico é conhecido em algumas regiões do Sudeste como Bitatá. A lenda surgiu pela influência europeia e indígena, sendo considerada uma explicação para o fogo-fátuo, as chamas que surgem espontaneamente em locais onde existe a decomposição de matéria orgânica. Para saber mais, clique aqui.
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Mula sem cabeça: A lenda da mula sem cabeça conta a história de uma mulher que foi amaldiçoada, transformando-se em uma mula com labaredas no lugar de sua cabeça. Essa maldição se deu como punição aos pecados cometidos pela mulher, e a versão mais tradicional afirma que é uma punição para mulheres que mantêm um relacionamento amoroso com padres.
A mula sem cabeça possui um relinchado assustador, perseguindo e ferindo todos os que cruzem o seu caminho, até mesmo matando-os. A mulher amaldiçoada assume a condição de mula sem cabeça na madrugada durante a passagem de quinta para a sexta-feira, permanecendo nessa forma até o nascer do dia. Para saber mais, clique aqui.
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Lenda do cavalo invisível: A lenda, de cunho cristão, fala de um cavalo invisível que é enviado por Deus na época da Quaresma como um aviso a todos os descrentes das tradições cristãs da Quaresma e da Páscoa. Na lenda, esse cavalo passa galopando próximo da casa da pessoa descrente, e, ao ouvirem o som, as pessoas saem para ver o animal, mas não encontram nada porque ele é invisível.
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Mãe de ouro: Essa lenda apresenta uma mulher descrita como possuidora de uma grande beleza, além de ter cabelos longos e dourados e sempre usar um vestido branco. Ela é conhecida pela sua capacidade de encontrar tesouros escondidos debaixo da terra, como ouro e outros metais preciosos.
Durante a noite, transforma-se em uma bola de fogo que cruza os céus para localizar e proteger os metais preciosos. Uma variação dessa lenda afirma que ela não possui cabeça, e outras variações a associam com a iara e com o boitatá. Para saber mais, clique aqui.
- Corpo-seco: O corpo-seco é uma lenda muito comum no Sudeste do Brasil e tem origem europeia; foi trazida, provavelmente, pelos portugueses. O corpo-seco é um morto-vivo que foi condenado a vagar pela Terra, trazendo terror a todos que cruzassem o seu caminho. Ele se tornou esse ser após seu corpo ter sido repelido pela terra, que não o aceitou por ele ter sido muito mau em vida.
Por ser mau, ele não foi aceito por Deus no céu, mas as suas maldades eram tamanhas que o diabo também não o quis no inferno. Isso fez com que o seu corpo podre passasse a vagar sem rumo pela terra. As descrições apontam que ele tinha o corpo ressecado, com cabelos e unhas enormes. É entendido por muitos como uma espécie de alma penada. Para saber mais, clique aqui.
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Chibamba: Lenda de origem africana que se popularizou em algumas regiões do Sudeste, como Minas Gerais. Essa lenda fala de um ser que corresponde a um bicho-papão, isto é, um ser maléfico que é atraído por crianças mal-educadas, devorando-as como punição. É descrito como um fantasma que se veste com folhas de bananeira, dança e tem um ronco assustador, parecido com o de um porco.
Fontes
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Ediouro, s/d.
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012.