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Por que o homem ainda não voltou à Lua?

A chegada do homem à Lua ocorreu graças à missão Apollo 11. Entretanto, quase 50 anos depois, jamais voltamos lá. Conheça os motivos que estão por trás disso!

Na foto, o capitão da missão Apollo 17, Eugene Cernan, checa o funcionamento do veículo lunar. (Créditos: Reprodução Nasa)
Na foto, o capitão da missão Apollo 17, Eugene Cernan, checa o funcionamento do veículo lunar. (Créditos: Reprodução Nasa)
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A última vez que um ser humano pisou na superfície da Lua foi em dezembro de 1972, durante a missão Apollo 17. Ao longo das décadas que se seguiram, a Nasa planejou a volta do homem ao nosso satélite natural, entretanto, muitas dificuldades adiaram possíveis missões. Esses obstáculos não são tecnológicos, e sim políticos e econômicos.

Apesar de a missão Apollo ter sido encerrada em 1972, a Lua ainda continua a ser um objeto de estudo de grande interesse da Nasa. Graças às missões tripuladas nela, a Nasa pôde enviar mais de 500 amostras do solo e das rochas do satélite para diversas instituições ao redor do mundo. As análises científicas dessas amostras têm rendido novos conhecimentos importantes para entendermos a história, a estrutura e a composição do nosso único satélite natural.

Apesar de não termos retornado à Lua, hoje conhecemos, detalhadamente, o relevo de sua superfície, bem como a sua composição mineral. Os exemplos mais notáveis do interesse humano pela Lua são as sondas robóticas não tripuladas enviadas para fotografar e colher informações sobre a superfície lunar.

Dentre essas sondas, destacamos a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), lançada pela Nasa no ano de 2009. Atualmente, essa sonda encontra-se na órbita da Lua, com velocidade de 1,6 km/s e a 50 km do solo lunar.

Concepção artística da Lunar Reconnaissance Orbiter, sonda lunar lançada em 2019. (Créditos da imagem: Nasa)
Concepção artística da Lunar Reconnaissance Orbiter, sonda lunar lançada em 2019. (Créditos da imagem: Nasa)

Por meio da LRO, uma enorme quantidade de informações vem sendo extraída da Lua. Em algumas das fotos tiradas pela sonda, foi possível reconhecer até mesmo o local de pouso, as pegadas e alguns objetos deixados pelos astronautas das missões do projeto Apollo.

Graças à presença de sondas robóticas e diversos dispositivos tecnológicos deixados na Lua, a humanidade obteve uma grande quantidade de conhecimento sobre essa. E pelo menos até então, não era necessário que se investisse novamente a mesma quantidade massiva de recursos financeiros para conhecer seus detalhes.

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De acordo com a Nasa, a companhia vem dispensando esforços para liderar um programa de exploração espacial sustentável e inovador, com a ajuda de empresários de todo o mundo. No entanto, o foco principal da agência não é a Lua, mas sim a exploração do Sistema Solar. Começa-se pela Lua, para que, em seguida, possa-se chegar a Marte.

Por isso, pode-se dizer que o homem ainda não voltou à Lua porque não há mais tanto interesse quanto antigamente na sua exploração. Hoje já possuímos e produzimos continuamente uma quantidade de conhecimento relevante, apenas com os equipamentos e procedimentos atuais, sem necessidade de estarmos por lá.

Entretanto, em breve o homem voltará a pisar na Lua, por volta de 2024, mas com outro intuito: instalar um posto avançado de exploração espacial em solo lunar.

Veja também: Corrida espacial: contexto, principais acontecimentos, como teve fim

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Projeto Ártemis

Recentemente a Nasa divulgou a sua nova missão, que tem o início previsto para 2024: Ártemis. De acordo com a mitologia, Ártemis é a deusa grega representante da Lua e irmã de Apolo, cujo nome, referente às descobertas e à colonização, serviu de batismo para o programa que levou o homem à Lua pela primeira vez.

O principal objetivo dessa próxima missão é estudar quais são as possibilidades de colonização da Lua, para que, futuramente, por volta de 2030, seja possível lançar foguetes em direção a Marte que partirão do nosso satélite.

Algumas das metas do projeto Ártemis incluem levar a primeira mulher à Lua e também o desenvolvimento de uma espaçonave capaz levar o ser humano de volta ao satélite, bem como explorar os confins do Sistema Solar. Essa espaçonave, batizada como Orion, será equipada com uma grande quantidade de recursos e tecnologias altamente confiáveis que possibilitarão viagens de até seis meses de duração tripuladas por até seis astronautas.

O projeto Ártemis é ambicioso, mas conta com a participação de empresas privadas. A Boeing, por exemplo, produzirá o maior foguete já construído pela humanidade, o Space Launch System (SLS). Este terá, aproximadamente, 100 metros de comprimento e será capaz de transportar até 45 toneladas de equipamento para fora da Terra, além de ser o responsável por lançar a espaçonave Orion em direção à Lua. De acordo com as estimativas da Nasa, o custo da missão será de, aproximadamente, 30 bilhões de dólares.

Concepção artística do foguete SLS.
Concepção artística do foguete SLS.

A missão Ártemis será dividida em três etapas distintas. A primeira etapa, não tripulada, foi realizada em 2020 e serviu para a realização de diversos testes preliminares. O segundo voo, previsto para 2022, levará uma pequena tripulação para uma viagem que orbitará a Lua. A última etapa da missão será a entrega de peças, feita pela espaçonave Orion, para a construção da Lunar Orbital Platform-Gateway (LOP-G).

A LOP-G, vulgo Gateway, será uma grande estação espacial que ficará em órbita lunar e receberá os recursos necessários para que os seres humanos possam instalar-se temporariamente na Lua de maneira sustentável. A coleta de recursos será realizada pela espaçonave Orion, que trará os recursos da Gateway para a superfície da Lua.

A coleta de recursos será realizada pela espaçonave Orion, que trará os recursos da Gateway para a superfície da Lua.
Concepção artística da estação Gateway e da espaçonave Orion (Créditos: Nasa)

A estação espacial LOP-G custará cerca de 450 milhões de dólares e será financiada pelo governo norte-americano, além de diversas empresas privadas. A LOP-G descreverá uma órbita elíptica de seis dias ao redor da Lua, em alturas que variam entre 1500 km e 70000 km. A estação funcionará com energia solar e gerará cerca de 50 kW de energia com base no efeito fotoelétrico. A propulsão dessa estação espacial funcionará com base na eletricidade gerada pelas placas solares instaladas nela.

Esse sistema de propulsão — o Advanced Electric Propulsion System (AEPS) — será constituído de quatro propulsores elétricos de, aproximadamente, 12,5 kW de potência cada. Os propulsores elétricos funcionam com base na aceleração de íons gasosos (como o xenônio) pela aplicação de um intenso campo elétrico. Quando os gases são expelidos para fora dos propulsores, uma força de reação atua sobre o foguete, produzindo uma força no sentido oposto que é capaz de acelerar a espaçonave.

A missão que levará novamente o ser humano à Lua está diretamente ligada com a exploração de Marte. As missões tripuladas à Lua permitirão a realização de testes com novas tecnologias que poderão, algum dia, ser usadas em Marte, como habitat humanos artificiais e novos sistemas de suporte à vida. Desse modo, futuramente, talvez sejamos capazes de construir postos avançados de exploração autossustentáveis, mesmo longe da Terra.

Por Me. Rafael Helerbrock   

Escritor do artigo
Escrito por: Rafael Helerbrock Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

HELERBROCK, Rafael. "Por que o homem ainda não voltou à Lua?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/por-que-homem-ainda-nao-voltou-lua.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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