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Lúpus

Lúpus é uma doença inflamatória autoimune que não apresenta causa conhecida. Pode acometer a pele e outros órgãos, como pulmões, coração e rins.

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Lúpus eritematoso sistêmico (LES), também chamado apenas de lúpus, é uma doença autoimune. Isso significa que o sistema imunológico do indivíduo reconhece seu próprio corpo como estranho e, devido a essa falha, o organismo passa a ser atacado por anticorpos (autoanticorpos) produzidos pelo próprio sistema imune.

O LES é mais comum em mulheres em fase reprodutiva e apresenta causa até então desconhecida. A doença pode afetar diferentes partes do corpo, tais como pele, rins, articulações, pulmões e cérebro. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que existam cerca de 65.000 pessoas com lúpus em nosso país.

Leia também: Diferença entre doenças, síndromes e transtornos

Tópicos deste artigo

O que é lúpus?

Lúpus ou lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória autoimune. Suas causas não são bem conhecidas, entretanto é sabido que fatores genéticos, hormonais e ambientais, tais como luz ultravioleta e determinados medicamentos, estão relacionados com o desenvolvimento da doença. No lúpus, o sistema imunológico do indivíduo ataca seu próprio corpo, desencadeando inflamação e danos nos tecidos. As mulheres são as mais acometidas, mas essa doença pode se desenvolver em pessoas de qualquer sexo, idade ou raça. Além disso, afeta com mais frequência adultos jovens do que crianças e idosos.

Manchas na pele surgem em cerca de 80% dos casos de lúpus.
Manchas na pele surgem em cerca de 80% dos casos de lúpus.

Sintomas do lúpus

O lúpus apresenta sintomas que variam de um indivíduo para outro e podem surgir de repente ou se desenvolverem de maneira lenta. Os sintomas podem ainda ocorrer de forma grave ou moderada, bem como podem ser permanentes ou surgir de tempos em tempos, em crises, sendo marcados, portanto, por fases de atividade e de remissão.

O indivíduo com lúpus pode apresentar sintomas como: febre, perda de apetite, fraqueza, desânimo, mal-estar, inchaços, dor nas articulações, manchas avermelhadas na pele, queda de cabelo, dor de cabeça, confusão mental, dor e dificuldade para respirar, convulsões, pressão alta e problemas nos rins.

Dentre as manifestações clínicas mais frequentes, destacam-se:

  • lesões na pele, que ocorrem em, aproximadamente, 80% dos casos;

  • dores nas articulações, que acometem cerca de 90% das pessoas com LES;

  • inflamação nos rins, que ocorre em, aproximadamente, 50% dos casos.

Como a doença se manifesta de diferentes formas, ela é frequentemente confundida com outras enfermidades, o que dificulta seu diagnóstico precoce.

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Tipos de lúpus

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, são reconhecidos dois tipos principais de lúpus.

  • Cutâneo: manifesta-se apenas na pele, com surgimento de manchas especialmente em locais que ficam mais expostos à luz do sol, como rosto, colo e braços.

  • Sistêmico: caracteriza-se pelo acometimento de um ou mais órgãos internos.

Leia também: Câncer de pele — a neoplasia causada pela exposição inadequada ao Sol

Diagnóstico do lúpus

O diagnóstico do lúpus é feito por meio da análise do quadro clínico e dos resultados dos exames laboratoriais do paciente. Para realizar o diagnóstico da doença, utilizam-se os critérios propostos pelo American College of Rheumatology, sendo esse diagnóstico confirmado pela presença de, pelo menos, 4 dos 11 critérios a seguir:

  • eritema malar;

  • lesão discoide;

  • fotossensibilidade;

  • úlceras orais/nasais;

  • artrite;

  • serosite;

  • comprometimento renal;

  • alterações neurológicas;

  • alterações hematológicas;

  • alterações imunológicas;

  • anticorpos antinucleares.

Vale salientar, no entanto, que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, não é obrigatório que a pessoa com LES seja enquadrada nos critérios do American College of Rheumatology para que o diagnóstico de LES seja feito e que o tratamento seja iniciado.

Tratamento do lúpus

Os pacientes com lúpus podem apresentar dores nas articulações.
Os pacientes com lúpus podem apresentar dores nas articulações.

O lúpus é tratado de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente e os órgãos acometidos, sendo, portanto, uma doença que possui tratamento individualizado. Esse tratamento inclui medicamentos que atuam na modulação do sistema imunológico e que também tratam as alterações provocadas pelo LES, como dores, febre e aumento da pressão arterial. Entre os medicamentos que atuam nas alterações imunológicas, podemos destacar os corticoides, antimaláricos e os imunossupressores, sendo esses últimos usados em situações em que a doença atinge os pulmões, rins e cérebro.

As lesões na pele podem ser tratadas com cremes e injeções que reduzem a inflamação. Protetores solares devem também ser utilizados, em especial nas áreas mais sensíveis. A depender do comprometimento do indivíduo, é fundamental a ajuda de uma equipe multidisciplinar, incluindo dermatologistas, reumatologistas, nefrologistas, neurologistas e pneumologistas.

Leia também: Artrite reumatoide — doença autoimune que causa inflamação nas articulações

Prevenção do lúpus

O lúpus é uma doença que não apresenta causa conhecida e que está relacionada com predisposição genética e alguns fatores ambientais. Não há, portanto, maneiras de prevenir seu aparecimento. Algumas medidas, no entanto, podem ser tomadas, a fim de se evitar as crises da doença. Recomenda-se que os pacientes com lúpus evitem a exposição solar, usem sempre protetores solares e não façam uso de álcool e cigarro. Alimentação balanceada e a prática de atividades físicas também são recomendadas. É importante também que, durante as crises, o paciente respeite suas limitações.

Outra recomendação importante que deve ser feita às pacientes com lúpus diz respeito à gestação. Recomenda-se que a gravidez ocorra em período de remissão da doença e um médico seja consultado antes que a decisão de engravidar seja tomada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a gravidez pode levar à piora do lúpus em metade das pacientes, além de oferecer risco de aborto.
 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Lúpus"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/lupus.htm. Acesso em 18 de dezembro de 2024.

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