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Ariranha é um animal mamífero de hábito semiaquático, sendo também conhecida como onça d’água e lontra-gigante. Esse animal é social e monogâmico, bem como carnívoro, alimentando-se principalmente de peixes. Para se locomover na água, conta com uma longa cauda achatada e membranas interdigitais em suas patas. A característica marcante desse mamífero e que permite a diferenciação com outros membros da família é a presença de uma mancha branca no pescoço. A ariranha é o maior carnívoro semiaquático da América do Sul.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Taxonomia da ariranha
- 2 - Características gerais da ariranha
- 3 - Habitat das ariranhas
- 4 - Alimentação das ariranhas
- 5 - Comportamento das ariranhas
- 6 - Reprodução da ariranha
- 7 - Ameaças às ariranhas
Taxonomia da ariranha
A ariranha é um animal mamífero pertencente à família Mustelidae, a família maior e mais diversa da ordem Carnivora. O nome científico desse animal é Pteronura brasiliensi. Veja a seguir a classificação completa da ariranha.
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Mustelidae
Gênero: Pteronura
Espécie: Pteronura brasiliensis
Características gerais da ariranha
A ariranha é um animal de corpo longilíneo e que apresenta uma cauda achatada, características que tornam esse animal bastante ágil no ambiente aquático. Possuem um pelo curto, com coloração marrom-escuro, sendo observada uma mancha clara na região do pescoço. Essa mancha apresenta variações de um indivíduo para outro, sendo, portanto, uma característica que auxilia na identificação, assim como nossa impressão digital. Além disso, vale destacar as glândulas odoríferas anais que elas apresentam, as quais são usadas na marcação do território.
As ariranhas possuem orelhas pequenas e arredondadas, seus olhos são grandes e as patas apresentam membrana interdigital, outra característica relacionada à natação. Podem atingir cerca de 1,8 metro de comprimento e pesar até 32 kg. As fêmeas tendem a ser menores que os machos, atingindo cerca de 1,7 metro de comprimento e 26 kg. Quando comparada a outras espécies da família Mustelidae, a ariranha se destaca como a maior espécie da família.
Habitat das ariranhas
A ariranha é uma espécie endêmica da América do Sul, ocorrendo, no passado, na maioria dos países. No Brasil, ocorria nos biomas Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia, entretanto, devido principalmente à caça intensiva e indiscriminada, verificou-se uma grande redução populacional. Populações viáveis são observadas, nos dias atuais, apenas em regiões da Bacia Amazônica e Pantanal. Em outras regiões, há registros isolados.
As ariranhas apresentam hábitos semiaquáticos, sendo encontradas habitando áreas onde há rios, lagos, córregos e regiões sazonalmente alagáveis. Geralmente, essa espécie é observada em regiões onde a água é mais calma, com correnteza fraca, sem perturbações, com barrancos altos, onde podem construir suas tocas e onde há uma grande quantidade de presas.
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Alimentação das ariranhas
As ariranhas são animais carnívoros, ou seja, alimentam-se de outros animais. Sua dieta é formada em grande quantidade por peixes, mas podem se alimentar de outros grupos animais, como répteis, aves, mamíferos, moluscos e crustáceos. Por consumirem uma grande quantidade de peixes, até quatro quilos por dia, pescadores frequentemente matam esse animal para que ele não interfira em sua pesca.
Comportamento das ariranhas
As ariranhas são animais que vivem em grupo, os quais podem apresentar de 2 a 16 indivíduos. Observa-se variação na quantidade de ariranhas em cada grupo de acordo com a região onde são encontradas e a estação do ano. Os grupos de ariranhas são geralmente formados por um casal dominante e seus descendentes. Os casais formados são estáveis, sendo essa espécie considerada monogâmica.
Esses animais possuem hábitos diurnos e costumam se esconder em tocas no fim do dia, sendo esse local usado para descanso, bem como para darem à luz e cuidarem dos filhotes nas primeiras semanas de vida. As tocas são criadas ao longo dos barrancos dos rios e, em época de enchente, novas tocas são construídas em locais mais altos. Além da criação de tocas, as ariranhas também formam latrinas, onde depositam fezes e urina. As latrinas são usadas para marcar o território. Esses animais apresentam capacidade de comunicação, utilizando para isso vocalização, além de marcarem o território utilizando odores.
As ariranhas vivem cerca de 11 anos na natureza, mas podem viver até cerca de 20 anos em cativeiro.
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Reprodução da ariranha
As ariranhas são animais que atingem a maturidade sexual por volta dos 2,5 anos de idade. Apesar de entrarem em maturidade sexual nessa fase, o acasalamento costuma ocorrer cerca de dois anos após o início da capacidade reprodutiva. As ariranhas apresentam uma gestação que dura entre 52 e 70 dias.
Geralmente, de cada gestação, nascem de um a cinco filhotes. As fêmeas produzem, normalmente, uma ninhada por ano; porém, se houver problemas com a primeira ninhada, poderá ocorrer uma segunda. As fêmeas dão à luz os seus filhotes no interior de tocas, e eles saem desse local após cerca de seis semanas de vida. Os filhotes começam a pescar por volta dos três meses de idade, mas continuam com seus pais até os dois anos de idade. O desmame ocorre por volta dos 9 meses.
Ameaças às ariranhas
No passado, a principal ameaça às ariranhas era a caça indiscriminada, com o objetivo de comercialização de sua pele. A caça também era voltada para a exposição em zoológicos e para a criação como animais de estimação.
Apesar de a caça ilegal ainda existir, as ariranhas hoje sofrem também com outros problemas, os quais são também desencadeados pelo homem. Dentre os principais problemas enfrentados por esses animais nos dias atuais, podemos destacar a destruição de habitat, contaminação dos ambientes aquáticos, pesca excessiva e doenças provocadas pelo contato com outros animais.
Atualmente a ariranha está classificada, de acordo com a IUCN (sigla em inglês para União Internacional para a Conservação da Natureza), como “em perigo”. Isso significa que, se nada for feito por essa espécie, ela poderá entrar em extinção. Ainda de acordo com a IUCN, a tendência populacional da espécie é de decréscimo.