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Cosmologia

A cosmologia é o estudo da origem e da composição do Universo. Os filósofos pré-socráticos são considerados cosmólogos por buscarem a origem racional do Universo.

Cosmologia é o estudo da origem e da composição do Universo (Cosmos, em grego).
Cosmologia é o estudo da origem e da composição do Universo (Cosmos, em grego).
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Atualmente, a cosmologia é uma vertente de estudos da Astronomia que lida diretamente com a origem do Universo por meio do uso de aparelhos tecnológicos e de cálculos físicos avançados. No passado, a cosmologia foi utilizada pelos pré-socráticos para descobrir a possível origem do Cosmos por meio de observações e especulações.

Não havia instrumentos tecnológicos, portanto, o que eles poderiam fazer era observar a olho nu o que estava ao seu alcance, inclusive elementos encontrados no próprio planeta, e formular raciocínios com base em suas observações.

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Significado

A palavra cosmologia tem sua raiz no idioma grego antigo, derivada dos termos Cosmos (Universo) e logos (razão, organização racional). A cosmologia é o estudo do Universo, de sua origem e de sua organização. A tarefa do cosmólogo é determinar qual é a origem do Universo, de maneira científica e racional. Portanto, podemos dizer, grosso modo, que cosmologia é o estudo da origem do Universo, de como este se formou, de como se organiza e dos elementos que o compõem.

Acesse também: A Filosofia da ciência de Thomas Kuhn

Cosmologia e Filosofia

A Filosofia grega pré-socrática está intimamente ligada à cosmologia. Em contraposição às narrativas mitológicas, os primeiros filósofos intentaram encontrar a verdadeira origem do Universo que, de uma maneira lógica e racional, fizesse sentido. Assim sendo, os primeiros filósofos também eram cosmólogos.

  • Cosmologia e cosmogonias

A palavra cosmogonia possui os radicais Cosmos (Universo) e gonia (vocábulo que originou a palavra gênese, ou seja, criação). Antes do surgimento da Filosofia, quem apresentava a origem do Universo eram as mitologias, por meio de narrativas cosmogônicas. As narrativas mitológicas gregas apresentam a origem de tudo a partir dos titãs Chaos, Chronos e Gaia — como pilares do surgimento do Cosmos. Os primeiros deuses, Zeus, Hades e Poseidon, foram os que libertaram o Universo da crueldade de Chronos.

  • Cosmologia grega

Tales foi o primeiro cosmólogo da tradição grega. Ao observar o Universo e pensar que aquelas cosmogonias não faziam sentido, o filósofo passou por um processo de observação e especulação que originou a sua teoria: a ideia de que a água dá origem a tudo.

Sua especulação pode parecer-nos absurda hoje, mas também pode ser considerada o primeiro pilar da cosmologia grega, porque Tales não buscou um elemento sobrenatural para explicar o Universo e sim postulou que a origem estava dentro da natureza.

Na mesma esteira, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Heráclito, Parmênides, Demócrito, Anaxágoras e outros filósofos propuseram teorias cosmológicas com base na observação do Universo e na especulação racional.

Veja também: O ser para Parmênides

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O que houve na Grécia Antiga, a partir do surgimento da Filosofia ocidental, foi um embate de ideias de pensadores que buscavam na natureza a origem de todo o Universo contra as teorias cosmogônicas propostas pela mitologia grega, que equivalia à religião daquele povo.

Do equilíbrio entre as cosmogonias e a cosmologia, surgiu o pensamento contemporâneo, inclinado a uma busca da racionalidade, que, por sua vez, originou as ciências. A Filosofia é, portanto, a mãe de todas as ciências, e seus suportes racionais deram origem à atividade científica extremamente empírica.

Ernst Cassirer, filósofo contemporâneo, assim descreve o embate entre as cosmogonias e a cosmologia no mundo grego, ao apresentar a visão dramática proposta pela mitologia e a visão científica que trata a natureza como um objeto a ser desbravado:

A natureza, em seu sentido empírico ou científico, pode ser definida como a existência de coisas enquanto for determinada por leis gerais. Uma 'natureza' assim não existe para os mitos. O mundo do mito é um mundo dramático — um mundo de ações, de forças, de poderes conflitantes. Em todo fenômeno da natureza ele vê a colisão desses poderes. A percepção mítica está sempre impregnada dessas qualidades emocionais. Tudo o que é visto, o sentido está rodeado por uma atmosfera especial — uma atmosfera de alegria, de pesar, de angústia, de excitação, de exultação ou depressão. Não podemos falar aqui de 'coisas' como matéria morta ou indiferente. Todos os objetos são benignos ou malignos, amistosos ou hostis, familiares ou estranhos, atraentes e fascinantes ou repelentes e ameaçadores. Podemos reconstruir facilmente essa forma elementar da experiência humana, pois, nem mesmo na vida do homem civilizado, ela perdeu seu poder original. Quando estamos sobre a atenção de uma emoção violenta, temos ainda essa concepção dramática de todas as coisas. Elas não têm mais o rosto de sempre; mudam abruptamente de fisionomia, ficam tingidas da cor específica de nossas paixões, de amor ou ódio, de medo ou esperança.i

Veja também: O empirismo crítico de John Locke

Cosmologia moderna

Nos dias atuais, a cosmologia faz parte dos estudos de Astronomia e Astrofísica. Diferente da cosmologia antiga, a cosmologia atual conta com os avançados cálculos matemáticos e fórmulas físicas, além de instrumentos tecnológicos de alta precisão, como computadores e telescópios.

iCASSIRER, E. Ensaio sobre o homem: introdução a uma filosofia da cultura humana. São Paulo: Martins Fontes, 1994, p. 129.

 

Por Francisco Porfírio
Graduado em Filosofia

Escritor do artigo
Escrito por: Francisco Porfírio Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PORFíRIO, Francisco. "Cosmologia"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/cosmologia.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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