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Aterosclerose

Aterosclerose desencadeia a redução do fluxo sanguíneo e o enrijecimento das artérias, sendo responsável, por exemplo, por casos de infarto e morte súbita.

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Aterosclerose é um problema de saúde de origem multifatorial que se caracteriza pelo acúmulo de lipídios, células inflamatórias e outros elementos na parede das artérias, o que leva ao estreitamento e enrijecimento desses vasos. Ela ocorre, principalmente, na camada íntima (camada mais interna) das artérias de pequeno e médio calibre. A seguir descobriremos mais a respeito da aterosclerose, que é um problema grave relacionado com o desenvolvimento de uma série de outros problemas, como infarto e acidentes vasculares cerebrais.

Saiba mais: 10 principais causas de morte no mundo

Tópicos deste artigo

Como ocorre a formação da placa aterosclerótica?

A aterosclerose pode ser responsável por desencadear problemas cardíacos, como infartos do miocárdio.
A aterosclerose pode ser responsável por desencadear problemas cardíacos, como infartos do miocárdio.

De acordo com a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, a formação da placa aterosclerótica ocorre da seguinte forma. A placa aterosclerótica inicia sua formação quando há uma agressão ao endotélio da artéria. Essa agressão pode ocorrer por diversos fatores, tais como pressão alta, uso de cigarro e aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue.

Como consequência, verifica-se o aumento da permeabilidade da íntima às lipoproteínas, o que faz que essas fiquem retidas no espaço subendotelial. As partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) sofrem então oxidação, o que as torna imunogênicas, ou seja, capazes de gerar uma resposta do sistema imune. Vale destacar que o depósito de lipoproteínas é proporcional à concentração dessas no plasma.

Além disso, outra consequência da agressão ao endotélio é o surgimento de moléculas de adesão leucocitárias, que acontece em resposta à presença de LDL oxidadas. As moléculas de adesão leucocitárias atraem monócitos e linfócitos, dois tipos de leucócitos também conhecidos como glóbulos brancos.

A formação de placas ateroscleróticas provoca o estreitamento da artéria.
A formação de placas ateroscleróticas provoca o estreitamento da artéria.

Os monócitos seguem em direção ao espaço subendotelial, diferenciam-se em macrófagos e fagocitam as LDL oxidadas. Esses macrófagos passam, então, a ser chamados de células espumosas. Os macrófagos ativados atuam ampliando a inflamação e degradando componentes teciduais e colágeno devido à secreção de citocina e de enzimas proteolíticas, respectivamente. Vale salientar que outras células inflamatórias podem participar do processo de formação da placa.

Mediadores de inflamação são responsáveis por estimular a proliferação e a migração das células musculares lisas para a região da íntima. Essas células passam a produzir citocina, fatores de crescimento e matriz extracelular, a qual garantirá a formação da capa fibrosa da placa aterosclerótica.

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Fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose

A aterosclerose apresenta alguns fatores de risco, entre os quais se incluem fatores genéticos e ambientais. Alguns exemplos são:

Uma alimentação inadequada pode estar relacionada com o surgimento da aterosclerose.
Uma alimentação inadequada pode estar relacionada com o surgimento da aterosclerose.
  • Alimentação inadequada;

  • Anormalidades genéticas no metabolismo das lipoproteínas;

  • Diabetes;

  • Dislipidemia (presença de níveis elevados de lipídios no sangue);

  • Envelhecimento;

  • Histórico familiar;

  • Obesidade;

  • Pressão alta;

  • Sedentarismo;

  • Sexo (homens apresentam risco aumentado de desenvolver o problema);

  • Tabagismo.

Os fatores de risco podem ser classificados em dois grandes grupos: os modificáveis e os não modificáveis. Os modificáveis são aqueles que podem ser prevenidos, ou seja, podem ser controlados, como é o caso da hipertensão, do uso de cigarros e do colesterol alto. Já os não modificáveis estão relacionados com a herança de cada indivíduo e não se tem controle sobre eles. Esses fatores incluem histórico familiar, envelhecimento e sexo, por exemplo.

Leia mais: Riscos do uso do cigarro

Sintomas da aterosclerose

A aterosclerose é um problema que pode ser silencioso, sendo descoberto, muitas vezes, apenas após a ocorrência de alguma complicação. Os sintomas causados pela formação das placas ateroscleróticas dependem do local onde ela será formada.

Dores no peito, por exemplo, podem indicar a formação de uma placa em alguma artéria que nutre o coração. Outro sintoma é a dor nos membros inferiores ao andar, quando as placas formam-se nessa região. Quando as artérias com placas ateroscleróticas estão localizadas no cérebro, podem ser responsáveis, por exemplo, por tonturas.

Consequências da aterosclerose

A formação das placas ateroscleróticas é responsável por desencadear o estreitamento e enrijecimento das artérias. Esse estreitamento pode levar a uma redução do fluxo sanguíneo no vaso e até mesmo sua obstrução por completo.

Com a falta ou redução do fluxo sanguíneo, reduz-se a disponibilidade de oxigênio e nutrientes para uma determinada área irrigada pelo vaso em questão. Desse modo, a aterosclerose pode comprometer o funcionamento de algumas estruturas importantes do corpo, sendo responsável por causar problemas como acidentes vasculares cerebrais, infarto e até mesmo morte súbita.

Saiba mais: Infarto

Tratamento da aterosclerose

A colocação de stent ajuda a restabelecer o fluxo sanguíneo nas artérias com placas de aterosclerose.
A colocação de stent ajuda a restabelecer o fluxo sanguíneo nas artérias com placas de aterosclerose.

O tratamento da aterosclerose tem por objetivo garantir que o fluxo de sangue seja restabelecido nos locais afetados. Para atingir tal objetivo, o médico poderá optar por: tratamento com medicamentos, tais como antiagregantes plaquetários e vasodilatadores; procedimentos baseados em cateteres, como a angioplastia com balão (pequenos balões são colocados e inflados a fim de expandir a área que está com o diâmetro reduzido); e colocação de stent (espécie de suporte mecânico que garante a abertura do vaso) ou procedimentos cirúrgicos.

Prevenção da aterosclerose

A prevenção da aterosclerose é feita, principalmente, com a adoção de hábitos de vida saudáveis. Veja a seguir algumas dicas que podem ajudar na prevenção desse problema:

  • Controlar a pressão arterial;

  • Controlar o diabetes;

  • Manter o peso adequado. Pessoas obesas ou com sobrepeso devem reduzir o peso;

  • Não fazer uso de cigarro;

  • Praticar atividades físicas regularmente;

  • Ter uma alimentação balanceada com baixo teor de sal e gorduras.

     

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Aterosclerose"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude/aterosclerose.htm. Acesso em 10 de outubro de 2024.

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