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Aterosclerose é um problema de saúde de origem multifatorial que se caracteriza pelo acúmulo de lipídios, células inflamatórias e outros elementos na parede das artérias, o que leva ao estreitamento e enrijecimento desses vasos. Ela ocorre, principalmente, na camada íntima (camada mais interna) das artérias de pequeno e médio calibre. A seguir descobriremos mais a respeito da aterosclerose, que é um problema grave relacionado com o desenvolvimento de uma série de outros problemas, como infarto e acidentes vasculares cerebrais.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Como ocorre a formação da placa aterosclerótica?
- 2 - Fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose
- 3 - Sintomas da aterosclerose
- 4 - Consequências da aterosclerose
- 5 - Tratamento da aterosclerose
- 6 - Prevenção da aterosclerose
Como ocorre a formação da placa aterosclerótica?
De acordo com a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, a formação da placa aterosclerótica ocorre da seguinte forma. A placa aterosclerótica inicia sua formação quando há uma agressão ao endotélio da artéria. Essa agressão pode ocorrer por diversos fatores, tais como pressão alta, uso de cigarro e aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue.
Como consequência, verifica-se o aumento da permeabilidade da íntima às lipoproteínas, o que faz que essas fiquem retidas no espaço subendotelial. As partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) sofrem então oxidação, o que as torna imunogênicas, ou seja, capazes de gerar uma resposta do sistema imune. Vale destacar que o depósito de lipoproteínas é proporcional à concentração dessas no plasma.
Além disso, outra consequência da agressão ao endotélio é o surgimento de moléculas de adesão leucocitárias, que acontece em resposta à presença de LDL oxidadas. As moléculas de adesão leucocitárias atraem monócitos e linfócitos, dois tipos de leucócitos também conhecidos como glóbulos brancos.
Os monócitos seguem em direção ao espaço subendotelial, diferenciam-se em macrófagos e fagocitam as LDL oxidadas. Esses macrófagos passam, então, a ser chamados de células espumosas. Os macrófagos ativados atuam ampliando a inflamação e degradando componentes teciduais e colágeno devido à secreção de citocina e de enzimas proteolíticas, respectivamente. Vale salientar que outras células inflamatórias podem participar do processo de formação da placa.
Mediadores de inflamação são responsáveis por estimular a proliferação e a migração das células musculares lisas para a região da íntima. Essas células passam a produzir citocina, fatores de crescimento e matriz extracelular, a qual garantirá a formação da capa fibrosa da placa aterosclerótica.
Fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose
A aterosclerose apresenta alguns fatores de risco, entre os quais se incluem fatores genéticos e ambientais. Alguns exemplos são:
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Alimentação inadequada;
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Anormalidades genéticas no metabolismo das lipoproteínas;
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Dislipidemia (presença de níveis elevados de lipídios no sangue);
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Envelhecimento;
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Histórico familiar;
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Sedentarismo;
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Sexo (homens apresentam risco aumentado de desenvolver o problema);
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Tabagismo.
Os fatores de risco podem ser classificados em dois grandes grupos: os modificáveis e os não modificáveis. Os modificáveis são aqueles que podem ser prevenidos, ou seja, podem ser controlados, como é o caso da hipertensão, do uso de cigarros e do colesterol alto. Já os não modificáveis estão relacionados com a herança de cada indivíduo e não se tem controle sobre eles. Esses fatores incluem histórico familiar, envelhecimento e sexo, por exemplo.
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Sintomas da aterosclerose
A aterosclerose é um problema que pode ser silencioso, sendo descoberto, muitas vezes, apenas após a ocorrência de alguma complicação. Os sintomas causados pela formação das placas ateroscleróticas dependem do local onde ela será formada.
Dores no peito, por exemplo, podem indicar a formação de uma placa em alguma artéria que nutre o coração. Outro sintoma é a dor nos membros inferiores ao andar, quando as placas formam-se nessa região. Quando as artérias com placas ateroscleróticas estão localizadas no cérebro, podem ser responsáveis, por exemplo, por tonturas.
Consequências da aterosclerose
A formação das placas ateroscleróticas é responsável por desencadear o estreitamento e enrijecimento das artérias. Esse estreitamento pode levar a uma redução do fluxo sanguíneo no vaso e até mesmo sua obstrução por completo.
Com a falta ou redução do fluxo sanguíneo, reduz-se a disponibilidade de oxigênio e nutrientes para uma determinada área irrigada pelo vaso em questão. Desse modo, a aterosclerose pode comprometer o funcionamento de algumas estruturas importantes do corpo, sendo responsável por causar problemas como acidentes vasculares cerebrais, infarto e até mesmo morte súbita.
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Tratamento da aterosclerose
O tratamento da aterosclerose tem por objetivo garantir que o fluxo de sangue seja restabelecido nos locais afetados. Para atingir tal objetivo, o médico poderá optar por: tratamento com medicamentos, tais como antiagregantes plaquetários e vasodilatadores; procedimentos baseados em cateteres, como a angioplastia com balão (pequenos balões são colocados e inflados a fim de expandir a área que está com o diâmetro reduzido); e colocação de stent (espécie de suporte mecânico que garante a abertura do vaso) ou procedimentos cirúrgicos.
Prevenção da aterosclerose
A prevenção da aterosclerose é feita, principalmente, com a adoção de hábitos de vida saudáveis. Veja a seguir algumas dicas que podem ajudar na prevenção desse problema:
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Controlar a pressão arterial;
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Controlar o diabetes;
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Manter o peso adequado. Pessoas obesas ou com sobrepeso devem reduzir o peso;
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Não fazer uso de cigarro;
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Praticar atividades físicas regularmente;
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Ter uma alimentação balanceada com baixo teor de sal e gorduras.
Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos