PUBLICIDADE
Stevia cristalina, ou stevia cristal, é um edulcorante (adoçante) formado por uma mistura de glicídios extraídos da planta Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni, encontrada na América do Sul. Essa mistura ganhou fama no ano de 2017, quando a empresa multinacional Coca-Cola passou a produzir refrigerantes com Stevia.
Embalagem de Coca-Cola com Stevia Título: Coca-Cola com Stevia
A Stevia consegue substituir o açúcar comum (a sacarose), pois apresenta um considerável poder adoçante.
Edulcorantes
Os edulcorantes, também conhecidos como adoçantes, são moléculas orgânicas capazes de simular o sabor açucarado da sacarose na fabricação de alimentos, principalmente. Como não são metabolizados ou são muito pouco metabolizados, possuem baixíssimo nível calórico.
Entre os edulcorantes mais conhecidos, temos:
-
Sorbitol (natural)
-
Xilitol (natural)
-
Manitol (natural)
-
Aspartame (sintético)
-
Acessulfame K (sintético)
- Ciclamatos (sintético)
Planta Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni
A Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni recebeu esse nome em homenagem ao botânico suíço Moisés Santiago Bertoni e ao químico paraguaio Ovídio Rebaudi. Essa planta é muito conhecida na região da Serra do Amambaí, entre o Brasil e o Paraguai. Trata-se de uma dicotiledônea de pequeno porte, como podemos ver na imagem a seguir:
A Stevia rebaudiana (Bert) Bertoni foi muito utilizada pelos povos nativos da região para adoçar alimentos, já que, quando suas folhas eram fervidas com a água, esta sempre ficava com um sabor bastante adocicado.
A Stevia passou a ser estudada em 1887. Em 1908, cristais de sabor adocicado foram extraídos a partir de suas folhas. Desde então, esses cristais passaram a ser utilizados como adoçantes.
Utilização do Stevia cristal
O uso do edulcorante à base da Stevia, o Stevia Cristal, é realizado há mais de 50 anos. Todavia, sua utilização em um determinado país deve ser liberada por órgãos reguladores de substâncias, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, e também a Organização Mundial da Saúde.
Toda substância que é fornecida para consumo deve passar por um estudo rigoroso para avaliar, principalmente, se ela pode gerar efeitos tóxicos ao ser humano.
No Brasil, a utilização da Stevia como edulcorante em alimentos foi autorizada pela Anvisa em 1987.
Química do Stevia cristal
O Stevia cristal é formado pela mistura dos glicídios esteviosídeo e o rebaudiosídeo, cujas fórmulas estruturais estão dispostas a seguir:
Fórmula estrutural do esteviosídeo
Fórmula estrutural do rebaudiosídeo
O esteviosídeo e o rebaudiosídeo são compostos orgânicos bastante solúveis em água e em alcoóis. Diferenciam-se entre si por uma unidade de glicose a mais presente no rebaudiosídeo.
Quimicamente, podemos classificar o esteviosídeo e o rebaudiosídeo como terpenos cíclicos, já que possuem quatro ou cinco regiões cíclicas. Além disso, são compostos que apresentam as seguintes funções orgânicas em suas estruturas:
-
Éster
- Éter
Benefícios do uso do Stevia cristal
Os benefícios do uso do Stevia cristal estendem-se do campo econômico à saúde. Sua capacidade adoçante pode ser 400 vezes maior que a da sacarose, assim, a quantidade utilizada é menor que a de açúcar.
Outro benefício econômico da utilização do Stevia é que ele pode ser adicionado a qualquer alimento que necessite de aquecimento até 200 oC, já que, até essa temperatura, não sofre modificação química.
Com relação aos benefícios proporcionados à saúde, podemos citar
-
Praticamente não é metabolizado;
-
Praticamente não é calórico;
-
Pode ser utilizado na prevenção da obesidade (por causa da diminuição do consumo de açúcar);
-
Não aumenta o nível glicêmico (quantidade de glicose na corrente sanguínea) no organismo;
-
Estimula a liberação de insulina por parte do pâncreas;
-
Auxilia no tratamento de pacientes com diabetes tipo 2;
- Contribui para a prevenção de cáries, pois inibe o desenvolvimento de placas bacterianas.
Por Me. Diogo Lopes Dias