PUBLICIDADE
O glicerol, ou glicerina, é um composto orgânico pertencente ao grupo dos alcóois (função orgânica que apresenta um grupo OH ligado a um carbono saturado). De acordo com a regra de nomenclatura estabelecida pela União Internacional da Química Pura e Aplicada (IUPAC), esse composto é chamado de propan-1,2,3-triol.
Cadeia carbônica de uma molécula de glicerol
Propriedades do glicerol
-
Em temperatura ambiente, é um líquido oleoso;
-
É incolor;
-
É inodoro;
-
É higroscópico (absorve a umidade do ar);
-
É viscoso;
-
Apresenta sabor adocicado;
-
Seu ponto de fusão é 17,8°C,
-
Seu ponto de ebulição é 290°C;
-
Apresenta moléculas polares;
-
Suas moléculas realizam entre si ligação de hidrogênio;
-
É bastante solúvel em água e álcool, mas pouco solúvel em solventes orgânicos e insolúvel em hidrocarbonetos;
-
Em contato com algum agente oxidante, pode gerar uma explosão.
Formas de produção (síntese) do glicerol
O glicerol é, na realidade, um subproduto de reações de saponificação de óleos ou gorduras para a formação de sabões e detergentes ou de reações de transesterificação para a produção de biodiesel. Em ambas as reações utiliza-se um mesmo regante, o triacilglicerídeo (um triéster):
Fórmula estrutural de um triglicerídeo
O triglicerídio apresenta em sua estrutura três grupos funcionais da função orgânica éster.
A reação de saponificação ocorre quando um triglicerídeo ou triacilglicerol reage com uma base inorgânica, como na equação que representa o processo abaixo:
Equação de formação do glicerol a partir de um triacilglicerídeo
Podemos observar que, durante a reação, a ligação entre o metal e o grupo hidroxila da base e as ligações entre oxigênio e o grupo CH2 no triglicerídeo são rompidas (traços vermelhos):
Quebra de ligações nos reagentes de uma reação de saponificação
Em seguida, cada átomo do metal liga-se aos oxigênios que estavam ligados aos grupos CH2, formando sal de ácido carboxílico:
Representação da formação do sal de ácido carboxílico
Cada grupo CH2 une-se às hidroxilas provenientes da base, formando o glicerol:
Representação da formação do glicerol
→ Reação de transesterificação
A reação de transesterificação ocorre quando um triglicerídeo ou triacilglicerol reage com o etanol na presença de uma base forte, como na equação que representa o processo a seguir:
Formação da glicerina na reação de transesterificação
Podemos observar que, durante a reação, a ligação entre o radical etil (CH2-CH3) e o grupo hidroxila do etanol e as ligações entre oxigênio e grupo CH2 no triglicerídeo são rompidas:
Quebra de ligações nos reagentes de uma reação de transesterificação
Em seguida, cada radical etil liga-se aos oxigênios que estavam ligados aos grupos CH2, formando um éster:
Representação da formação do sal de ácido carboxílico
Cada grupo CH2 une-se às hidroxilas provenientes do etanol, formando a glicerina:
Representação da formação do glicerol
Aplicações do glicerol
-
Utilizado na indústria para a composição de cápsulas farmacêuticas;
-
Produção de supositórios;
-
Composição de anestésicos, xaropes, antibióticos e antissépticos;
-
Utilizado como emoliente e umectante em cremes dentais, em hidratantes para a pele, loções pós-barba, desodorantes e maquiagens;
-
Amacia e aumenta a flexibilidade das fibras têxteis;
-
Utilizado no processamento de tabaco, na composição dos filtros de cigarro e como veículo de aromas;
-
Utilizado como lubrificante de máquinas processadoras de alimentos;
-
Utilizado na fabricação de tintas e resinas.
Por Me. Diogo Lopes Dias