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No texto “Emissões alfa (α)” foi citado um experimento realizado por Rutherford, que consistiu basicamente em colocar uma amostra de material radioativo em um bloco de chumbo. Por meio de um furo no bloco e de um campo eletromagnético, orientaram-se as emissões radioativas.
O físico francês Paul Ulrich Villard (1860-1934) repetiu esse experimento – no mesmo ano em que Rutherford o realizou (1900) – e verificou que uma das radiações emitidas não sofria desvio pelo campo eletromagnético. Isso significa que essas emissões não eram constituídas de partículas, como as radiações alfa (α) e beta (β), mas eram, na verdade, radiações eletromagnéticas.
Essa radiação eletromagnética emitida pelos elementos radioativos foi denominada radiação gama e representada pela letra grega γ.
Elas são semelhantes aos raios X, não possuindo carga elétrica e nem massa. Porém, são mais energéticas que os raios X, porque seu comprimento de onda é bem menor, ficando entre 0,1 Å e 0,001Å. Elas são capazes de atravessar milhares de metros no ar, folhas de papel, placas de madeira, 15 cm de aço e somente são detidas por placas de chumbo ou por mais de 5 cm de paredes grossas de concreto.
Além disso, seu alto poder de penetração também se deve ao fato de que, como não possui carga elétrica, não sofre interferência dos elétrons e prótons dos átomos dos materiais que atravessa.
Em razão disso, as emissões gama podem atravessar um corpo humano e causar danos irreparáveis. Quando passa através da matéria, essa radiação interage com as moléculas, resultando em íons e radicais livres, sendo que esses últimos são prejudiciais às células vivas. Algumas células se mostram mais sensíveis, como as do tecido linfático, as da medula, as das membranas mucosas intestinais, as das gônadas e as do cristalino dos olhos.
Veja a seguir o seu poder de penetração em comparação às radiações alfa e beta:
Elas são emitidas pelo núcleo imediatamente após a saída das partículas α ou β. Por isso, mesmo um elemento emissor de partículas alfa pode ser perigoso, pois também emite raios γ.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química