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Existe a radioatividade natural e a artificial, você já sabia disso? Se não, é importante saber agora diferenciá-las. Para isso, nada melhor que conhecer como surgiu cada uma delas. Antes de tudo é preciso enfatizar que o estudo da radioatividade permitiu um maior conhecimento da estrutura dos núcleos atômicos e das partículas subatômicas.
A radioatividade natural foi descoberta por volta de 1896, pelo físico francês Henry Becquerel (1852-1908), ele percebeu que o elemento Urânio emitia radiações ao deixar filmes fotográficos em contato com o elemento radioativo. Os filmes apresentaram manchas e Becquerel concluiu que se tratava dos raios emitidos por sais de Urânio. Como se vê, o Urânio é um elemento natural.
Uma utilidade interessante de isótopos radioativos naturais diz respeito ao carbono 14 (C-14). Sabe-se que essa espécie carbônica possui uma meia-vida de 5.730 anos aproximadamente. A utilização desse conceito se faz importante na arqueologia, as medidas do conteúdo de carbono 14 permitem calcular a idade de objetos históricos como ossos de animais antigos ou múmias de faraós.
A radioatividade artificial é produzida quando se bombardeiam certos núcleos com partículas apropriadas. Se a energia dessas partículas tem um valor adequado, elas penetram no núcleo modificando-o, este, por ser instável, se desintegra posteriormente. Então, como ocorreu a descoberta da radioatividade artificial? Esse fato foi possível graças ao bombardeamento de núcleos de boro e alumínio com partículas alfa, após cessar o ataque com partículas, os núcleos continuaram emitindo radiação.
Infelizmente, essa descoberta foi usada para programar o próprio fim do homem, o estudo das reações nucleares e a busca de novos isótopos radioativos artificiais levaram ao descobrimento da fissão nuclear e ao posterior desenvolvimento da bomba atômica.
Mas existem também utilidades pacíficas dessa descoberta, como os radioisótopos artificiais que são usados na medicina nuclear. Eles são chamados também de radiotraçadores, porque mapeiam os órgãos e se concentram em determinados tecidos. Por exemplo, o Na-24 é usado para mapear o coração e lesões vasculares, o I-131 é usado em terapia do câncer da tireoide para matar as células doentes e o F-18 é utilizado em tomografias por emissão de pósitrons (PET do inglês pósitron emission tomography) para identificar as regiões do organismo com metabolismo intenso de glicose.
Mas não é só em estudos arqueológicos e na medicina que a radioatividade interessa, existem várias aplicações dos isótopos radioativos naturais e artificiais, como por exemplo, na agricultura, na indústria e na alimentação.
Por Líria Alves e Jennifer Fogaça
Graduadas em Química