PUBLICIDADE
Irene Curie (1897-1956), filha de Marie Curie, e seu marido Frederic Joliot (1900-1958) realizaram, no ano de 1934, experimentos de transmutação artificial, no quais bombardearam o alumínio 1327Al com partículas alfa (24α) e conseguiram obter um isótopo do fósforo (1530P) e um nêutron.
1327Al + 24α → 1530P + 01n
O mais interessante, porém, foi que eles observaram que esse isótopo do fósforo era radioativo e que ele emitia uma partícula com massa igual à do elétron; no entanto, a sua carga era positiva. Eles viram também que, quando o bombardeamento de partículas alfa era interrompido, o alumínio deixava de emitir nêutrons, mas continuava a lançar pósitrons, do mesmo modo que as partículas alfa e beta são emitidas na radioatividade natural – indicando que realmente os pósitrons eram emitidos pelo fósforo e não pelo alumínio.
A essa nova partícula radioativa foi dado o nome de pósitron, ou partícula beta positiva, sendo representada por +10e ou β+, ou, ainda, +10β. Hoje se sabe que o pósitron é, na verdade, uma antipartícula beta negativa.
A reação nuclear desse processo estudado por Irene e Frederic é representada por:
1530P → +10e + 1430Si
Observe que quando o radioisótopo, que no caso é o fósforo, emite um pósitron, seu número atômico (Z = prótons) diminui uma unidade e seu número de massa (A = prótons + nêutrons) permanece inalterado. Veja mais dois exemplos:
815O→ +10e + 715O (Note que 15 = 0 + 15 e 8 = 1 + 7)
611C → +10e + 511B (Note que 11 = 0 + 11 e 6 = 1 + 5)
Os pósitrons são emitidos por radioisótopos que possuem elevado número de prótons.
A emissão de pósitrons é usada na medicina em diagnósticos por imagem cintilográfica, conhecida como pósitron emission tomografia (PET). Esse método diagnóstico estuda a medula óssea por meio da injeção do marcador radioativo e é útil principalmente na avaliação de processos inflamatório/infecciosos (osteomielite aguda). Esse marcador radioativo tem a capacidade de se agregar à matriz óssea proporcionalmente ao fluxo sanguíneo na região e à atividade metabólica. Com isso, realiza-se uma fotografia do corpo ou algumas imagens localizadas, quando há indicação.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química