PUBLICIDADE
Bertha von Suttner é uma escritora tcheca. Ela nasceu em Praga, no dia 9 de junho de 1843. Era filha de um conde e de uma condessa. Mais tarde, Bertha Kinsky (nome de solteira) se casou com Arthur Gundaccar, filho do barão Von Suttner. Pouco antes, conheceu o químico e engenheiro Alfred Nobel.
A autora, que faleceu em 21 de junho de 1914, em Viena, escreveu obras antibelicistas, além de atuar em prol da paz mundial. Durante mais de duas décadas, participou de congressos e conferências pela paz, além de palestrar sobre o tema. Assim, em 1905, tornou-se a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
Leia também: Alice Munro — vida e obra da escritora canadense que ganhou o Nobel de Literatura em 2013
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Bertha von Suttner
- 2 - Biografia de Bertha von Suttner
- 3 - Bertha von Suttner e o Prêmio Nobel
- 4 - Bertha von Suttner e a luta pela paz
- 5 - Obras de Bertha von Suttner
- 6 - Frases de Bertha von Suttner
Resumo sobre Bertha von Suttner
-
Bertha von Suttner é uma autora tcheca que nasceu em 1843 e faleceu em 1914.
-
Além de escritora, foi uma importante ativista pela pacificação da Europa.
-
Bertha von Suttner foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
-
Seu livro Abaixo as armas! é um romance antibelicista.
Biografia de Bertha von Suttner
Bertha von Suttner nasceu em 9 de junho de 1843, em Praga, na República Tcheca. Era filha de um conde e de uma condessa. Seu pai, um homem de 76 anos, faleceu antes do nascimento de Bertha. Na infância, a escritora viveu em Brno, na região da Morávia do Sul. Na juventude, morou em Viena e em Klosterneuburg, na Áustria.
Sua mãe, a condessa, era viciada em jogos, o que ajudou no empobrecimento da família. Segundo os costumes da época, uma mulher precisava se casar para sobreviver e ter uma boa posição social. As tentativas da jovem Bertha de conseguir um noivo, no entanto, não tiveram sucesso.
Em 1873, com 30 anos de idade, a autora estava solteira e sem recursos financeiros. Para sobreviver, Bertha Kinsky passou a trabalhar como professora das filhas do barão Von Suttner (1819-1898). Assim, ela se envolveu amorosamente com o filho do barão. Arthur Gundaccar von Suttner (1850-1902) era sete anos mais novo do que Bertha.
Ela foi demitida em 1876, quando então tentou conseguir uma vaga como secretária de Alfred Nobel (1833-1896), que vivia em Paris. A escritora falava italiano, inglês e francês. Apesar de passar na entrevista, decidiu voltar a Viena, onde, em 12 de junho de 1876, casou-se às escondidas com Arthur Gundaccar von Suttner.
O casal se mudou para o Cáucaso, onde o marido de Bertha passou a trabalhar como jornalista. Em 1883, a escritora publicou o livro Inventário de uma alma, onde já falava da questão da guerra. Voltaram à Áustria e, em 1885, Bertha e seu marido participaram do Congresso da Associação de Escritores em Berlim.
Mas foi em 1889 que ela publicou o romance antibelicista Abaixo as armas!, que foi um grande sucesso na época. Assim, dois anos depois, a autora estava engajada na luta pela paz. Em 1892, ela se tornou editora da revista Die Waffen Nieder! [Abaixo as Armas!] e participou do IV Congresso Internacional da Paz em Berna.
Nesse ano, encontrou Alfred Nobel em Berna e em Zurique, na Suíça. Anos depois, em 1896, a escritora esteve presente no Congresso Internacional da Paz em Budapeste. Já em 1899, foi a única mulher a participar da I Conferência da Paz de Haia, na Holanda. Em 1902, esteve no Congresso Internacional da Paz em Mônaco.
Bertha ficou viúva em 10 de dezembro 1902. E participou, em 1904, do Congresso Mundial da Paz, em Boston, nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente Theodore Roosevelt (1858-1919). No ano seguinte, deu palestras na Alemanha e ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Em 1906, conheceu os reis da Dinamarca e da Noruega, na Escandinávia.
No ano de 1907, participou da II Conferência da Paz de Haia. Dois anos depois, esteve no Congresso da Paz, em Londres, na Inglaterra, onde foi recebida pelo rei Eduardo VII (1841-1910). Em 1912, deu palestras na América do Norte, Paris e Berlim. Ela faleceu em 21 de junho de 1914, em Viena, cerca de um mês antes do início da Primeira Guerra Mundial.
Veja também: Gabriel García Márquez — escritor colombiano que também recebeu o Prêmio Nobel da Literatura
Bertha von Suttner e o Prêmio Nobel
Em 1892, quando Bertha von Suttner conversou com Alfred Nobel, em Berna e Zurique, ela teria inspirado o químico e engenheiro a criar um prêmio para quem mais atuou em prol da pacificação europeia. Assim, quando faleceu em 1896, Nobel deixou um testamento que indicava a criação do que hoje conhecemos como Prêmio Nobel.
A primeira cerimônia do Prêmio Nobel ocorreu no ano de 1901. E foi em 1905 que Bertha von Suttner se tornou a primeira mulher a ser homenageada com o Prêmio Nobel da Paz. No mês de abril do ano seguinte, ela foi a Oslo, na Noruega, para participar da cerimônia em que recebeu o seu Nobel.
Bertha von Suttner e a luta pela paz
A luta pela paz da escritora tcheca Bertha von Suttner teve início em 1888. No ano seguinte, ela publicou seu livro antibelicista Abaixo as armas! e passou a ser conhecida. Portanto, iniciou sua atuação política por meio da literatura e, a partir de 1891, passou a atuar de forma mais direta.
Nesse ano, ela fundou a Sociedade Austríaca dos Amigos da Paz, além de participar do III Congresso Internacional para a Paz, em Roma. Em 1892, passou a editar a revista Abaixo as armas!, que fez grande sucesso na Europa, e participou do IV Congresso Internacional da Paz, em Berna.
Bertha esteve no Congresso Internacional da Paz, em Budapeste, no ano de 1896, e na I Conferência da Paz de Haia, em 1899. Participou, em 1902, do Congresso Internacional da Paz, em Mônaco, e do Congresso Mundial da Paz em Boston, no ano de 1904. No ano de 1907, esteve na II Conferência da Paz de Haia. E, em 1909, participou do Congresso da Paz em Londres.
Além disso, deu palestras em várias cidades da Europa e também na América do Norte. E, por fim, em seu livro Pensamentos elevados da humanidade, publicado em 1911, mostrou a assustadora possibilidade de uma arma atômica ser um dia utilizada, com potencial de extinguir a humanidade.
Obras de Bertha von Suttner
- Inventário de uma alma (1883).
-
Verdades e mentiras (1885).
-
Uma pessoa má (1885).
-
Daniela Dormes (1886).
-
Vida elevada (1886).
-
Abaixo as armas! (1889).
-
A Idade das Máquinas (1889).
-
Histórias e reflexões (1890).
-
Na Riviera (1892).
-
Quinta-feira do doutor Hallmut (1892).
-
Eva Siebeck (1892).
-
Um manuscrito (1892).
-
Concatenações (1892).
-
Fantasias sobre o Gotha (1893).
-
Defendam-se! Um aviso aos judeus (1893).
-
Na casa da montanha (1893).
-
Es Löwos (1894).
-
Antes da tempestade (1894).
-
Hanna (1894).
-
Solitário e pobre (1896).
-
Borboletas (1898).
-
Xadrez do tormento (1898).
-
Os filhos de Martha (1902).
-
Cartas para uma pessoa morta (1904).
-
Vozes e formas (1907).
-
Memórias (1909).
-
Pensamentos elevados da humanidade (1911).
Frases de Bertha von Suttner
A seguir, vamos ler algumas frases de Bertha von Suttner, retiradas do livro Abaixo as armas!:
-
“Ter certeza antecipada da invencibilidade faz parte do dever do soldado.”
-
“Enquanto durar a guerra, ninguém estará interessado na vida espiritual.”
-
“Com exceção dos fornecedores do exército, não há empresário a quem a guerra não cause danos incalculáveis.”
-
“A história da humanidade não é determinada pelos reis e estadistas, pelas guerras e tratados, mas sim pelo desenvolvimento gradual da inteligência.”
-
“Uma pessoa não precisa ser tão mesquinha e tacanha para que seu interesse egoísta pareça tão grande que bloqueie sua visão da desgraça geral.”
-
“A paz é o bem maior, a única condição sob a qual os interesses da população podem ser promovidos.”
Créditos da imagem
Fontes
BIBLIOTHECA AUGUSTANA. Das werk [Obras]. Disponível em: https://www.hs-augsburg.de/~harsch/germanica/Chronologie/19Jh/Suttner/sut_intr.html.
SUTTNER, Bertha von. Die waffen nieder! [Abaixo as armas!] Disponível em: https://www.hs-augsburg.de/~harsch/germanica/Chronologie/19Jh/Suttner/sut_waf1.html.
UNIVERSITÄT DÜSSELDORF. Bertha von Suttner. Disponível em: https://www.phil-fak.uni-duesseldorf.de/frauenarchiv/ausstellungen/europa/suttner/index.html.