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Gabriel García Márquez

Gabriel García Márquez, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, é um dos mais importantes escritores latino-americanos, sendo um dos difusores do realismo mágico.

Imagem do Gabriel García Márquez sorrindo
Gabriel García Márquez foi um dos poucos escritores latino-americanos agraciados com o Prêmio Nobel de Literatura.
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Gabriel García Márquez, um dos principais autores do chamado realismo mágico na literatura latino-americana, é escritor, jornalista, editor, ativista e político. Nascido na Colômbia, é considerado um dos autores mais importantes do século XX, reconhecimento materializado no recebimento, em 1972, do Prêmio Internacional Neustadt de Literatura e, em 1982, do Prêmio Nobel da Literatura. Autor de uma vasta obra, publicou desde contos, romances e textos não ficcionais. Suas mais aclamadas obras são os romances Cem anos de solidão e O amor nos tempos do cólera.

Leia também: José Saramago – autor português vencedor do Nobel e Prêmio Camões

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Biografia de Gabriel García Márquez

Gabriel José García Márquez nasceu em 6 de março de 1927, na cidade colombiana de Aracataca. Foi o mais velho de 11 irmãos, mas viveu um período da infância fora da casa de seus pais, momento em que, dos 5 aos 9 anos de idade, foi criado pelos avós maternos.

Após a morte de seu avô, em 1936, Gabriel, ou Gabo, como era chamado pelos amigos, voltou a morar com seus pais na cidade de Sucre, onde, aos 10 anos de idade, escrevia versos humorísticos. Por meio de uma bolsa que ganhou, iniciou, quando tinha 13 anos, os estudos no Liceu Nacional de Zipaquirá. Após concluir seus estudos nessa instituição, o jovem Gabriel mudou-se para Bogotá, capital de seu país, para estudar Direito na Universidade Nacional. Nesse período, iniciou seu trabalho como jornalista no Jornal El Universal.

No início da década de 1940, Gabriel García Márquez ingressou no Grupo de Barranquilla, grupo literário de amigos cujo líder era Ramón Vinyes, dono de uma livraria com um grande acervo de obras da literatura espanhola, italiana, francesa e inglesa, o que possibilitou ao autor de Cem anos de solidão ler os clássicos.

Em 1955, García Márquez publicou seu primeiro livro, A Revoada (O enterro do diabo), ano em que também venceu o primeiro prêmio no concurso da Associação de Escritores e Artistas. Como jornalista, atuou como correspondente internacional do jornal El espectador em Genebra e em Roma, além de ter passado um período em Paris, Polônia, Hungria, República Democrática Alemã, Tchecoslováquia e na União Soviética.

Em março de 1958, casou-se com Mercedes Barchay e tiveram dois filhos: Rodrigo (1959) e Gonzalo (1962). No ano de 1959 foi nomeado diretor da recém-criada agência de notícias cubana Prensa Latina. Em 1960 passou seis meses em Cuba e, no ano seguinte, foi enviado a Nova York. Posteriormente foi morar no México, onde escreveu grande parte de sua obra e onde faleceu em 17 de abril de 2014.

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Características literárias de Gabriel García Márquez

As obras ficcionais de Gabriel García Márquez se caracterizam por apresentar elementos da corrente literária realismo mágico, ou seja, aspectos mágicos ou fantásticos que se distanciam da realidade racional. Contribuem para a construção de um enredo que rompe com a realidade pragmática:

  • ausência de sentido lógico e racional;

  • situações absurdas que contrariam as leis naturais;

  • acontecimentos que não podem ser explicados pela razão;

  • ações que geram estranhamento nos leitores;

  • presença de um tom de mistério ao longo do enredo;

  • linguagem mais metafórica e alegórica.

Veja também: Conto fantástico – narrativa curta com elementos inverossímeis

Obras de Gabriel García Márquez

  • A Revoada (O Enterro do Diabo) (1955);

  • Relato de um náufrago (1955);

  • Ninguém escreve ao coronel (1961);

  • Os funerais da mamãe grande (1962);

  • A sesta de terça-feira (1962);

  • Má hora: o veneno da madrugada (1962);

  • Cem anos de solidão (1967);

  • A última viagem do navio fantasma (1968);

  • Um senhor muito velho com umas asas enormes (1968);

  • A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada (1972);

  • Olhos de cão azul (1972);

  • O outono do Patriarca (1975);

  • Maria dos prazeres (1979);

  • Crônica de uma morte anunciada (1981);

  • Textos Caribenhos (1948-1952) - Obra Jornalística - Volume 1 (1981);

  • Textos Andinos (1954-1955) - Obra Jornalística - Volume 2 (1982);

  • Cheiro de goiaba (1982);

  • Da Europa e da América - (1955-1960) - Obra Jornalística - Volume 3 (1983);

  • Reportagens Políticas (1974-1995) - Obra Jornalística - Volume 4 (1984);

  • O amor nos tempos do cólera (1985);

  • O verão feliz da senhora Forbes (1986);

  • A aventura de Miguel Litín Clandestino no Chile (1986);

  • O general em seu labirinto (1989);

  • Crônicas (1961-1984) - Obra Jornalística - Volume 5 (1991);

  • Entre amigos (1990);

  • Doze contos peregrinos (1992);

  • Do amor e outros demônios (1994);

  • Notícia de um sequestro (1996);

  • Como contar um conto (1998);

  • Viver para contar (2002);

  • Memórias de minhas putas tristes (2004);

  • Eu não vim fazer um discurso (2010).

O amor nos tempos do cólera

Publicado em 1985, o romance O amor nos tempos do cólera narra a história de amor, que ultrapassa mais de 53 anos, entre o telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza e Fermina Daza. O inusitado desse enredo é o fato de que, ao longo desse tempo todo, eles pouco tiveram contato físico, mantendo diálogo quase sempre por meio de correspondências.

Florentino Ariza, funcionário dos correios, foi entregar uma carta na casa de Lorenzo Daza, pai de uma jovem chamada Fermina, por quem Florentino imediatamente se sente atraído. A partir desse momento, ele passa a cortejá-la por meio de cartas muito românticas, o que desperta a paixão da jovem pelo carteiro. No entanto, o pai da moça, ao descobrir quem era o pretendente da filha, mostra-se indignado, afinal, não poderia aceitar como genro um mensageiro dos correios. Para evitar essa união, Lorenzo envia sua filha para a casa de um familiar que morava distante, além de também ameaçar Florentino.

Quando Fermina retorna à casa do pai, tempos depois, não dá mais vazão às investidas de Florentino, o qual, não entendendo a mudança de comportamento de sua amada, passa a remoer os sofrimentos de um amor não correspondido.

Outro fato muda os rumos da narrativa: a suspeita de que Fermina contraíra cólera. Nesse momento de enfermidade, a moça recebe as constantes visitas do médico Juvenal Urbino. Esse jovem médico apaixona-se por sua paciente, que a princípio não demonstra interesse por ele, mas posteriormente se rende às suas investidas. Casados, Juvenal e Fermina têm vários filhos. Florentino mantém-se solteiro e ainda devoto do amor à Fermina.

Muitos anos se passam, e, apesar de casada, Fermina ora ou outra pensa em como seria se tivesse casada com Florentino. Este, por sua vez, envolve-se com outras mulheres, mas sem que se envolva profundamente. Essa obra de Gabriel García Márquez, que foi adaptada para o cinema em 2007, é um clássico do amor não correspondido.

A obra ficcional foi baseada na história real dos pais de Gabriel García Márquez. O pai do autor, Gabriel Elígio Garciá, que era telegrafista, violinista e poeta, assim como o personagem de O amor nos tempos do cólera, apaixonou-se pela jovem Luiza Márquez. O romance entre os dois, porém, enfrentou a resistência do pai da moça, o coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento de sua filha a enviando ao interior do país.

Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. García Márquez, portanto, homenageia a inusitada história de seus pais nesse romance, que, em 2007, foi adaptado para as telas de cinema.

Prêmios de Gabriel García Márquez

  • Prêmio de Novela ESSO (1961);
  • Doutor Honoris Causa da Universidade de Columbia, em Nova Iorque (1971);
  • Medalha da Legião Francesa, em Paris (1981);
  • Condecoração Águila Azteca, no México (1982);
  • Nobel de Literatura (1982);
  • Prêmio quarenta anos do Círculo jornalístico de Bogotá (1985);
  • Membro honorário do Instituto Caro y Cuervo, em Bogotá (1993);
  • Doutor Honoris Causa da Universidade de Cádiz (1994)

Acesse também: Julio Cortázar – autor argentino que também apresentava marcas do realismo mágico

Frases de Gabriel García Márquez

“Todos somos reféns de nossos preconceitos”.

“Quem não tiver Deus, que tenha superstições”.

“Um escritor só escreve um único livro, embora esse livro apareça em muitos tomos, com títulos diversos”.

“Você não pode imaginar como pesa um homem morto”.

“A solidão, para mim, é o contrário da solidariedade”.

“Acho que a incapacidade para o amor é o que os impulsiona a procurar o consolo do poder”.

“Mais vale chegar a tempo do que ser convidado”.

“Diria que o machismo, tanto nos homens quanto nas mulheres, não é mais que a usurpação do direito alheio”.

“Não acredito em uma terceira alternativa: acredito em muitas”.

“A América Latina não quer, nem tem qualquer razão para querer, ser massa de manobra, sem vontade própria”.

Crédito da imagem

[1] Jose Lara / Commons  

 

Por Leandro Guimarães
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Leandro Guimarães Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUIMARãES, Leandro. "Gabriel García Márquez"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/gabriel-garcia-marquez.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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