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Revolução Científica

A Revolução Científica foi um período de transformações na compreensão de mundo e na busca por conhecimento. Ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII, na Europa.

Nicolau Copérnico, grande nome da Revolução Científica, contemplando o céu em pintura.
Grandes nomes da astronomia marcaram a Revolução Científica, como Galileu Galilei e Nicolau Copérnico.
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A Revolução Científica foi um período de intensa transformação intelectual e metodológica ocorrido entre os séculos XVI e XVIII, na Europa Ocidental. Suas causas incluíam o desejo de entender a natureza de forma mais precisa, a valorização do método científico e o questionamento das autoridades tradicionais.

Seus objetivos eram promover o avanço do conhecimento, eliminar superstições e dogmas, e explorar novas fronteiras do saber. Durante esse período, houve descobertas fundamentais, como o heliocentrismo, as leis do movimento de Newton, avanços na astronomia e na anatomia, entre outras.

Leia também: Revolução Industrial — evento histórico que transformou o mundo a partir do século XVIII

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Revolução Científica

  • A Revolução Científica foi um período marcado por mudanças significativas na compreensão e busca do conhecimento.
  • Essa transformação intelectual e metodológica se deu entre os séculos XVI e XVIII, na Europa Ocidental.
  • Ocorreu no contexto de mudanças econômicas e políticas na Europa.
  • Foi motivada pelo renascimento e a valorização da razão; pela Reforma Protestante e o questionamento das autoridades tradicionais; pelas navegações e os descobrimentos, que estimularam o interesse pela ciência e pelo desenvolvimento tecnológico.
  • Seus objetivos eram entender a natureza de forma mais precisa e sistemática; desenvolver teorias baseadas em evidências empíricas; eliminar superstições e dogmas; promover o uso do método científico; e explorar novas fronteiras do conhecimento.
  • As principais descobertas da revolução foram: o heliocentrismo; as leis do movimento, de Isaac Newton; as leis de Kepler; o método científico; a microscopia; e os avanços na anatomia e fisiologia humana.
  • A Revolução Científica contribuiu para a ascensão da ciência moderna; o desenvolvimento tecnológico; a transformação da visão de mundo; a secularização do conhecimento; e o estímulo ao pensamento crítico e à educação.

O que foi a Revolução Científica?

A Revolução Científica foi um período de transformação intelectual e metodológica que ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII, na Europa Ocidental. Esse período marcou uma mudança significativa na forma como as pessoas entendiam o mundo e buscavam conhecimento, especialmente nas áreas da física, astronomia, matemática, biologia e química.

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Principais características da Revolução Científica

Durante a Revolução Científica, houve uma mudança gradual do pensamento baseado na autoridade e na tradição para um método mais sistemático de investigação, por meio observação, experimentação e formulação de hipóteses testáveis. Esse método tornou-se fundamental para o progresso científico.

As ideias de Aristóteles, que haviam dominado o pensamento ocidental por séculos, começaram a ser questionadas e substituídas por novas teorias e conceitos. Por exemplo, a visão geocêntrica do Universo, defendida por Aristóteles e Ptolomeu, foi gradualmente substituída pela teoria heliocêntrica, de Copérnico e Galileu.

Galileu e Viviani em pintura de Tito Lessi, em texto sobre Revolução Científica.
 O heliocentrismo afirmava que a Terra e outros planetas orbitavam o Sol.

Avanços significativos foram feitos na matemática e na física, com nomes como Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac Newton contribuindo para a formulação de leis e teorias que ainda são fundamentais para a compreensão do mundo físico. Nesse período também a experimentação sistemática se tornou uma ferramenta essencial para validar teorias e hipóteses.

Galileu, por exemplo, realizou experimentos controlados para estudar o movimento dos corpos e lançou as bases para a física moderna. A invenção da imprensa por Gutenberg e o subsequente aumento na produção de livros permitiram uma disseminação mais ampla do conhecimento científico. Isso ajudou a criar uma comunidade científica mais conectada, na qual os cientistas podiam compartilhar ideias e descobertas mais facilmente.

Veja também: Renascimento comercial e urbano — transformações na vida em sociedade

Contexto histórico da Revolução Científica

A Revolução Científica ocorreu em um contexto histórico complexo, marcado por uma série de mudanças sociais, políticas, religiosas e intelectuais que prepararam o terreno para o surgimento de novas ideias e abordagens científicas. Alguns eventos que marcaram esse período e contribuíram para a revolução foram:

Causas da Revolução Científica

A Revolução Científica foi resultado de uma série de fatores que convergiram ao longo do tempo, criando um ambiente propício para a emergência de novas ideias e abordagens científicas:

  • Renascimento e humanismo: durante o renascimento, houve um ressurgimento do interesse pelas obras clássicas da Grécia e Roma antigas, juntamente a um foco na valorização do indivíduo, do conhecimento empírico e da razão. O humanismo renascentista promoveu uma mentalidade crítica e uma abordagem mais científica para entender o mundo e uma atmosfera intelectual mais aberta e questionadora.
  • Inovações tecnológicas: avanços tecnológicos, como a invenção da imprensa, facilitaram a disseminação do conhecimento e a troca de ideias. A disponibilidade de livros e materiais impressos estimulou o debate intelectual e ajudou a difundir novas descobertas científicas.
  • Exploração e descobrimentos geográficos: abriram novas rotas comerciais, estabelecendo contatos entre diferentes culturas e civilizações. Isso resultou em uma troca de conhecimentos, ideias e produtos, contribuindo para o desenvolvimento da ciência.
  • Reforma Protestante: desafiou a autoridade da Igreja Católica Romana e estimulou a livre interpretação das escrituras. Isso enfraqueceu o monopólio da Igreja sobre o conhecimento e encorajou uma abordagem mais crítica e racional para a compreensão do mundo. Saiba mais sobre essa reforma clicando aqui.
Julgamento de Galileu Galilei pelo Tribunal da Santa Inquisição, em texto sobre Revolução Científica.
Julgamento de Galileu Galilei pelo Tribunal da Santa Inquisição. Mitos e tradições foram questionados nesse período.[1]
  • Crise da autoridade tradicional: o período que antecedeu a Revolução Científica foi marcado por uma crise na autoridade tradicional, tanto na religião quanto na política. Ideias previamente aceitas foram questionadas, abrindo espaço para novas interpretações e abordagens. O ceticismo em relação às autoridades estabelecidas incentivou a busca por conhecimento baseado na observação e na experimentação.
  • Desenvolvimento da matemática e da física: ocorreu especialmente durante o renascimento e após, e proporcionou uma base sólida para o avanço científico. Grandes matemáticos, como Descartes, Galileu, Kepler e Newton, contribuíram com teorias e métodos que revolucionaram o entendimento do Universo.

Quais eram os objetivos da Revolução Científica?

Os objetivos da Revolução Científica não eram tão precisos ou unificados como os de um movimento político ou social, mas sim refletiam uma série de aspirações intelectuais, práticas e filosóficas que impulsionaram os cientistas e pensadores da época.

Um dos principais objetivos da Revolução Científica era entender e explicar os fenômenos naturais de uma maneira mais precisa e sistemática. Os cientistas buscavam compreender as leis que regem o Universo e as regularidades observáveis nos eventos naturais.

Os cientistas procuravam desenvolver teorias explicativas robustas que pudessem descrever e prever os fenômenos naturais de forma consistente. Isso envolvia o desenvolvimento de modelos matemáticos, leis físicas e teorias que pudessem ser testadas empiricamente.

A Revolução Científica promoveu o uso do método científico como uma ferramenta fundamental para investigar e compreender o mundo natural. Isso incluía a formulação de hipóteses testáveis, a realização de experimentos controlados e a análise sistemática dos resultados.

Outro objetivo era eliminar superstições e dogmas. Muitos cientistas da época estavam interessados em desafiar crenças supersticiosas e dogmas religiosos que haviam dominado o pensamento medieval. Eles buscavam substituir explicações baseadas em mitos e tradições por explicações fundamentadas em observação e razão.

Alguns cientistas viam a busca pelo conhecimento científico como um meio de promover o progresso humano e melhorar as condições de vida. Eles acreditavam que avanços na ciência e na tecnologia poderiam levar a uma sociedade mais próspera, saudável e justa. A Revolução Científica também foi impulsionada pelo desejo de explorar novas fronteiras do conhecimento, expandindo os limites do entendimento humano sobre o Universo e os seres vivos.

Principais descobertas da Revolução Científica

  • Heliocentrismo: uma das descobertas mais revolucionárias foi a teoria heliocêntrica do Sistema Solar, que afirmava que a Terra e outros planetas orbitavam o Sol. Essa ideia, proposta por Nicolau Copérnico no século XVI e apoiada por evidências observacionais de Galileu Galilei, contradizia a visão geocêntrica predominante, na qual a Terra era considerada o centro do Universo.
  • Leis do movimento e lei da gravitação universal: foram formuladas por Isaac Newton no século XVII. Suas contribuições revolucionaram a física, fornecendo um quadro matemático preciso para descrever o movimento dos corpos celestes e os fenômenos terrestres.
  • Descobertas astronômicas: além do heliocentrismo, astrônomos como Johannes Kepler fizeram importantes descobertas sobre o movimento dos planetas, incluindo as leis dos movimentos planetários (as leis de Kepler), que descrevem as órbitas elípticas dos planetas em torno do Sol.
  • Formulação do método científico: com ênfase na observação, experimentação, formulação de hipóteses e em teste de teorias, trata-se de uma conquista crucial da Revolução Científica. Francis Bacon e René Descartes foram importantes defensores dessa abordagem.
Retrato de René Descartes, teórico da Revolução Científica.
René Descartes, um defensor do método científico.
  • Desenvolvimento do microscópio: permitiu aos cientistas observarem estruturas microscópicas e realizar descobertas fundamentais na biologia e na medicina. Por exemplo, Antony van Leeuwenhoek foi um pioneiro na observação de micro-organismos.
  • Descobertas em química: a alquimia, precursora da química moderna, experimentou avanços significativos durante a Revolução Científica. Descobertas como a lei da conservação da massa (proposta por Antoine Lavoisier) e a Tabela Periódica dos elementos (desenvolvida por Dmitri Mendeleev) contribuíram para a compreensão da matéria e das reações químicas.
  • Avanços na anatomia e na fisiologia: feitos por cientistas como Andreas Vesalius e William Harvey desafiaram concepções antigas e medievais sobre a estrutura e o funcionamento do corpo humano.

Saiba mais: Iluminismo — o que é e qual a sua influência científica, econômica e política?

Quais foram as consequências da Revolução Científica?

A Revolução Científica estabeleceu as bases para a ciência moderna, promovendo a observação, experimentação e formulação de teorias baseadas em evidências empíricas. Isso levou ao desenvolvimento de disciplinas científicas distintas e ao avanço do conhecimento em uma ampla gama de áreas, incluindo física, química, biologia, astronomia e medicina.

Os avanços científicos resultantes da Revolução Científica forneceram a base para o desenvolvimento de novas tecnologias que revolucionaram a vida humana. A aplicação do conhecimento científico levou ao surgimento de invenções e inovações, como o telescópio, o microscópio, a máquina a vapor, a eletricidade e muitas outras tecnologias que moldaram o mundo moderno.

A Revolução Científica transformou radicalmente a visão de mundo predominante na Europa, substituindo explicações baseadas na autoridade religiosa e na tradição por explicações baseadas na razão e na observação. Isso resultou em uma mudança significativa na forma como as pessoas entendiam e interagiam com o Universo ao seu redor.

A crescente ênfase na investigação científica e na razão contribuiu para a secularização do conhecimento, separando-o cada vez mais das explicações religiosas. Isso levou a uma divisão crescente entre o conhecimento científico e a religião, antes intrinsecamente ligados.

A Revolução Científica teve implicações sociais e políticas significativas, desafiando as estruturas de poder estabelecidas e contribuindo para mudanças na organização social e política. Por exemplo, o avanço científico ajudou a fortalecer o papel do Estado na promoção da educação e na regulação das atividades científicas.

A ênfase na observação, na experimentação e no raciocínio lógico durante a Revolução Científica estimulou o desenvolvimento do pensamento crítico e da educação científica. Isso contribuiu para uma maior alfabetização e para o surgimento de uma classe intelectual mais instruída e engajada.

Exercícios resolvidos sobre a Revolução Científica

1. Durante o período da Revolução Científica, ocorrida entre os séculos XVI e XVIII na Europa Ocidental, houve uma mudança significativa na forma como as pessoas entendiam e buscavam conhecimento. Um dos principais fatores que impulsionaram essa transformação foi:

A) a expansão do comércio marítimo.

B) a ascensão da arte renascentista.

C) o fortalecimento da autoridade da Igreja Católica.

D) a disseminação da imprensa de Gutenberg.

E) o declínio das universidades medievais.

Resposta Correta: D)

A invenção da imprensa de tipos móveis por Johannes Gutenberg permitiu a produção em massa de livros e a disseminação do conhecimento de forma mais rápida e ampla. Isso contribuiu significativamente para o surgimento e a propagação das ideias da Revolução Científica, tornando o conhecimento mais acessível e possibilitando o debate intelectual em uma escala sem precedentes.

2. Uma das consequências mais significativas da Revolução Científica foi a secularização do conhecimento, que contribuiu para a separação entre ciência e religião. Essa mudança pode ser melhor compreendida como:

A) o fortalecimento do poder da Igreja Católica.

B) o declínio do interesse pela educação.

C) a valorização da observação e experimentação.

D) o aumento da influência dos dogmas religiosos.

E) a redução da alfabetização na Europa.

Resposta Correta: C)

A secularização do conhecimento durante a Revolução Científica refletiu a então crescente ênfase na observação direta e na experimentação como fontes legítimas de conhecimento. Essa abordagem contrastava com a autoridade da Igreja Católica e seus dogmas, contribuindo para a autonomia da ciência em relação à religião e promovendo o desenvolvimento do método científico.

Créditos da imagem

[1]Wikimedia Commons

Fontes

HENRY, John. A Revolução Científica. Zahar: 1998

MARCONDES, Danilo. Textos Básicos De Filosofia E História Das Ciências - A Revolução Científica. Zahar: 2016

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Revolução Científica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-cientifica.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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