Revolução Científica

A Revolução Científica foi um período de transformações na compreensão de mundo e na busca por conhecimento. Ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII, na Europa.

A Revolução Científica foi um período de intensa transformação intelectual e metodológica ocorrido entre os séculos XVI e XVIII, na Europa Ocidental. Suas causas incluíam o desejo de entender a natureza de forma mais precisa, a valorização do método científico e o questionamento das autoridades tradicionais.

Seus objetivos eram promover o avanço do conhecimento, eliminar superstições e dogmas, e explorar novas fronteiras do saber. Durante esse período, houve descobertas fundamentais, como o heliocentrismo, as leis do movimento de Newton, avanços na astronomia e na anatomia, entre outras.

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Resumo sobre Revolução Científica

O que foi a Revolução Científica?

A Revolução Científica foi um período de transformação intelectual e metodológica que ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII, na Europa Ocidental. Esse período marcou uma mudança significativa na forma como as pessoas entendiam o mundo e buscavam conhecimento, especialmente nas áreas da física, astronomia, matemática, biologia e química.

Principais características da Revolução Científica

Durante a Revolução Científica, houve uma mudança gradual do pensamento baseado na autoridade e na tradição para um método mais sistemático de investigação, por meio observação, experimentação e formulação de hipóteses testáveis. Esse método tornou-se fundamental para o progresso científico.

As ideias de Aristóteles, que haviam dominado o pensamento ocidental por séculos, começaram a ser questionadas e substituídas por novas teorias e conceitos. Por exemplo, a visão geocêntrica do Universo, defendida por Aristóteles e Ptolomeu, foi gradualmente substituída pela teoria heliocêntrica, de Copérnico e Galileu.

Galileu e Viviani em pintura de Tito Lessi, em texto sobre Revolução Científica.
 O heliocentrismo afirmava que a Terra e outros planetas orbitavam o Sol.

Avanços significativos foram feitos na matemática e na física, com nomes como Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac Newton contribuindo para a formulação de leis e teorias que ainda são fundamentais para a compreensão do mundo físico. Nesse período também a experimentação sistemática se tornou uma ferramenta essencial para validar teorias e hipóteses.

Galileu, por exemplo, realizou experimentos controlados para estudar o movimento dos corpos e lançou as bases para a física moderna. A invenção da imprensa por Gutenberg e o subsequente aumento na produção de livros permitiram uma disseminação mais ampla do conhecimento científico. Isso ajudou a criar uma comunidade científica mais conectada, na qual os cientistas podiam compartilhar ideias e descobertas mais facilmente.

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Contexto histórico da Revolução Científica

A Revolução Científica ocorreu em um contexto histórico complexo, marcado por uma série de mudanças sociais, políticas, religiosas e intelectuais que prepararam o terreno para o surgimento de novas ideias e abordagens científicas. Alguns eventos que marcaram esse período e contribuíram para a revolução foram:

Causas da Revolução Científica

A Revolução Científica foi resultado de uma série de fatores que convergiram ao longo do tempo, criando um ambiente propício para a emergência de novas ideias e abordagens científicas:

Julgamento de Galileu Galilei pelo Tribunal da Santa Inquisição, em texto sobre Revolução Científica.
Julgamento de Galileu Galilei pelo Tribunal da Santa Inquisição. Mitos e tradições foram questionados nesse período.[1]

Quais eram os objetivos da Revolução Científica?

Os objetivos da Revolução Científica não eram tão precisos ou unificados como os de um movimento político ou social, mas sim refletiam uma série de aspirações intelectuais, práticas e filosóficas que impulsionaram os cientistas e pensadores da época.

Um dos principais objetivos da Revolução Científica era entender e explicar os fenômenos naturais de uma maneira mais precisa e sistemática. Os cientistas buscavam compreender as leis que regem o Universo e as regularidades observáveis nos eventos naturais.

Os cientistas procuravam desenvolver teorias explicativas robustas que pudessem descrever e prever os fenômenos naturais de forma consistente. Isso envolvia o desenvolvimento de modelos matemáticos, leis físicas e teorias que pudessem ser testadas empiricamente.

A Revolução Científica promoveu o uso do método científico como uma ferramenta fundamental para investigar e compreender o mundo natural. Isso incluía a formulação de hipóteses testáveis, a realização de experimentos controlados e a análise sistemática dos resultados.

Outro objetivo era eliminar superstições e dogmas. Muitos cientistas da época estavam interessados em desafiar crenças supersticiosas e dogmas religiosos que haviam dominado o pensamento medieval. Eles buscavam substituir explicações baseadas em mitos e tradições por explicações fundamentadas em observação e razão.

Alguns cientistas viam a busca pelo conhecimento científico como um meio de promover o progresso humano e melhorar as condições de vida. Eles acreditavam que avanços na ciência e na tecnologia poderiam levar a uma sociedade mais próspera, saudável e justa. A Revolução Científica também foi impulsionada pelo desejo de explorar novas fronteiras do conhecimento, expandindo os limites do entendimento humano sobre o Universo e os seres vivos.

Principais descobertas da Revolução Científica

Retrato de René Descartes, teórico da Revolução Científica.
René Descartes, um defensor do método científico.

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Quais foram as consequências da Revolução Científica?

A Revolução Científica estabeleceu as bases para a ciência moderna, promovendo a observação, experimentação e formulação de teorias baseadas em evidências empíricas. Isso levou ao desenvolvimento de disciplinas científicas distintas e ao avanço do conhecimento em uma ampla gama de áreas, incluindo física, química, biologia, astronomia e medicina.

Os avanços científicos resultantes da Revolução Científica forneceram a base para o desenvolvimento de novas tecnologias que revolucionaram a vida humana. A aplicação do conhecimento científico levou ao surgimento de invenções e inovações, como o telescópio, o microscópio, a máquina a vapor, a eletricidade e muitas outras tecnologias que moldaram o mundo moderno.

A Revolução Científica transformou radicalmente a visão de mundo predominante na Europa, substituindo explicações baseadas na autoridade religiosa e na tradição por explicações baseadas na razão e na observação. Isso resultou em uma mudança significativa na forma como as pessoas entendiam e interagiam com o Universo ao seu redor.

A crescente ênfase na investigação científica e na razão contribuiu para a secularização do conhecimento, separando-o cada vez mais das explicações religiosas. Isso levou a uma divisão crescente entre o conhecimento científico e a religião, antes intrinsecamente ligados.

A Revolução Científica teve implicações sociais e políticas significativas, desafiando as estruturas de poder estabelecidas e contribuindo para mudanças na organização social e política. Por exemplo, o avanço científico ajudou a fortalecer o papel do Estado na promoção da educação e na regulação das atividades científicas.

A ênfase na observação, na experimentação e no raciocínio lógico durante a Revolução Científica estimulou o desenvolvimento do pensamento crítico e da educação científica. Isso contribuiu para uma maior alfabetização e para o surgimento de uma classe intelectual mais instruída e engajada.

Exercícios resolvidos sobre a Revolução Científica

1. Durante o período da Revolução Científica, ocorrida entre os séculos XVI e XVIII na Europa Ocidental, houve uma mudança significativa na forma como as pessoas entendiam e buscavam conhecimento. Um dos principais fatores que impulsionaram essa transformação foi:

A) a expansão do comércio marítimo.

B) a ascensão da arte renascentista.

C) o fortalecimento da autoridade da Igreja Católica.

D) a disseminação da imprensa de Gutenberg.

E) o declínio das universidades medievais.

Resposta Correta: D)

A invenção da imprensa de tipos móveis por Johannes Gutenberg permitiu a produção em massa de livros e a disseminação do conhecimento de forma mais rápida e ampla. Isso contribuiu significativamente para o surgimento e a propagação das ideias da Revolução Científica, tornando o conhecimento mais acessível e possibilitando o debate intelectual em uma escala sem precedentes.

2. Uma das consequências mais significativas da Revolução Científica foi a secularização do conhecimento, que contribuiu para a separação entre ciência e religião. Essa mudança pode ser melhor compreendida como:

A) o fortalecimento do poder da Igreja Católica.

B) o declínio do interesse pela educação.

C) a valorização da observação e experimentação.

D) o aumento da influência dos dogmas religiosos.

E) a redução da alfabetização na Europa.

Resposta Correta: C)

A secularização do conhecimento durante a Revolução Científica refletiu a então crescente ênfase na observação direta e na experimentação como fontes legítimas de conhecimento. Essa abordagem contrastava com a autoridade da Igreja Católica e seus dogmas, contribuindo para a autonomia da ciência em relação à religião e promovendo o desenvolvimento do método científico.

Créditos da imagem

[1]Wikimedia Commons

Fontes

HENRY, John. A Revolução Científica. Zahar: 1998

MARCONDES, Danilo. Textos Básicos De Filosofia E História Das Ciências - A Revolução Científica. Zahar: 2016


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-cientifica.htm