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Pangermanismo

O pangermanismo foi uma ideologia e um movimento que visaram unificar os povos germânicos. Teve participação crucial para o início da Primeira Guerra.

Quadro com a definição de pangermanismo.
O pangermanismo visou à união de todos os povos germânicos.
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O pangermanismo foi uma ideologia e um movimento que tiveram origem na Liga Pangermânica, em 1895, visando à ampliação do Império Alemão. Para tal, anexaria terras onde estavam povos germânicos da Europa Central. O pangermanismo foi responsável pela entrada da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, pois o governante alemão da época, kaiser Guilherme II, era um adepto da ideologia, além de um expansionista.

Leia também: Resumo com os principais fatos sobre a Primeira Guerra Mundial

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o pangermanismo

  • O pangermanismo foi uma ideologia e um movimento nacionalista que promoveram a união e expansão alemã.
  • Seu contexto histórico diz respeito aos períodos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
  • Foi fundamental para o estopim da Primeira Guerra Mundial, pelo atrito com o pan-eslavismo.
  • Assim como existiu o pangermanismo, existiu o pan-eslavismo. O primeiro tentava unificar povos eslavo, e o segundo, os germânicos, mas, no fim, tratava-se de desejos expansionistas do Império Russo e do Império Austro-Húngaro.
  • O pangermanismo diferenciava-se do pan-eslavismo, pois aquele buscava unificar germânicos e este, os povos da região dos Bálcãs. Ambos eram nacionalistas.

Contexto histórico do pangermanismo

O contexto histórico do pangermanismo diz respeito ao período final do século XIX, quando países europeus formavam verdadeiras potências econômicas e exerciam sua hegemonia. Destacava-se, nesse contexto, a Inglaterra, com muitas colônias e forte exército, o que perdurou até o início do século XX.

Buscando quebrar essa supremacia inglesa, Itália e Alemanha se organizaram, sobretudo após a divisão dos países asiáticos e africanos, quando elas se sentiram injustiçadas e demandavam outra divisão. Outro país, fora da Europa, que também visava quebrar a hegemonia inglesa foram os EUA, que se destacavam industrialmente produzindo aço e ferro.

Enquanto isso, o velho continente vivia uma instabilidade política promovida pelos movimentos nacionalistas que passaram a surgir depois dos exemplos de unificação dados pela Alemanha e Itália.

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Os países que almejavam independência eram: Irlanda, Finlândia, Hungria, Eslováquia e Polônia. Assim, os antagonismos eram nítidos e cada vez mais acentuados. Os franceses haviam sido vencidos na Guerra Franco-Prussiana, perdendo a Alsácia-Lorena para a Alemanha, o que despertou neles o revanchismo, abrindo caminhos para que acontecesse outra guerra.

Enquanto isso, alemães isolavam a França e faziam alianças com diversos países nos quesitos militar e político. Essa política de alianças foi pensada por Otto Von Bismarck, um estadista alemão, em 1873, quando se buscou um pacto para a constituição e o desenvolvimento da Liga dos Três Imperadores ou Liga Pangermânica.

Essa concordata pretendia ordenar interesses do Império Austro-Húngaro, da Rússia e, por óbvio, da Alemanha, o que não foi possível, pois os russos divergiam quanto ao predomínio austríaco nos Bálcãs. Dessa forma, a liga foi impossibilitada e, em 1878, finalizada.

Mais tarde, em 1882, os alemães tentaram novamente desenvolver outro acordo e, assim, criaram a Tríplice Aliança, constituída por Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro, que, por sua vez, tinha muitos interesses em comum com a Alemanha, sobretudo econômicos. A novidade nesse novo pacto era a Itália, que procurava elementos capazes de estimular o mercado e, consequentemente, expandir terras.

Ato contínuo, as movimentações desses poderes fizeram com que europeus prestassem mais atenção, preocupando-se, sobretudo a Inglaterra, com o avanço industrial pujante na Alemanha e com seus objetivos bélicos de constituição de esquadras náuticas. Esses aspectos deixavam nítido que, economica e militarmente, os alemães sustentariam seus projetos expansionistas.

Outra nação que se preocupava e estava disposta a reforçar a oposição à Alemanha era a França, já que havia sido vencida na Guerra Franco-Prussiana e perdido o controle de Alsácia e Lorena. Inicialmente, antes da aproximação entre franceses e ingleses, a França, em 1894, já havia instituído pactos com a Rússia, que também se opunha à ocupação dos Bálcãs pelos austríacos. Assim, Inglaterra e França assinaram a Entente Cordiale, que daria origem, mais tarde, em 1907, à Tríplice Entente, incluindo nela a Rússia.

De tal modo, as disputas da época eram polarizadas por duas alianças militares, tensionando um iminente conflito. O que, de fato, aconteceu em 1914, após o assassinato do arquiduque a Áustria, Francisco Ferdinando, quando o Império Austro-Húngaro declarou guerra contra a Sérvia.

Leia também: Causas da Primeira Guerra Mundial

O que foi o pangermanismo?

O pangermanismo originou-se em 1895, na Liga Pangermânica, e foi uma ideologia (conjunto de ideias) mas também um movimento (conjunto de práticas). Visava à unificação dos povos germânicos espalhados por toda a Europa Ocidental no Império Alemão.

Otto von Bismarck, um dos nomes envolvidos no pangermanismo.
Otto von Bismarck unificou a Alemanha.

Uma das figuras que marcaram o pangermanismo foi Otto von Bismarck, também chamado de “chanceler de ferro”. No século XIX, ele foi considerado um dos estadistas mais importantes da Alemanha. Foi quem lançou o Segundo Reich (1871-1918) ou Segundo Império, ou seja, a formação de um Estado nacional único com os países germânicos.

Sua política não era baseada no liberalismo corrente da época. Era firme e utilizava-se da força para manter suas ideias, inclusive contra a Igreja Católica (na chamada Kulturkampf, que significa “luta pela cultura”).

Otto Von Bismarck foi primeiro-ministro do reino da Prússia de 1862 a 1890. Depois, tornou-se, de 1871 a 1890, primeiro chanceler (1871-1890) do Império Alemão, após conflitos armados que unificaram a Alemanha.

Otto Von Bismarck era monarquista, conservador e aristocrata, além de nacionalista e militarista. Repreendeu bastante movimentos de trabalhadores que reivindicavam direitos. Foi por meio de confrontos com o Império Austríaco, Dinamarca e França que a unificação alemã foi garantida e o regime autoritário e militarista virou regra.

Características do pangermanismo

  • Nacionalista.
  • Visava à união dos povos germânicos.
  • Expansionista.

Pangermanismo e a Primeira Guerra Mundial

O pangermanismo assim como o pan-eslavismo foram responsáveis pelo início da Primeira Guerra Mundial, uma vez que eram ideologias e movimentos nacionalistas vindos de dois impérios em constantes disputas por expansão: Império Russo e Império Austro-Húngaro.

Sob o pan-eslavismo foi que Francisco Ferdinando, arquiduque do Império Austro-Húngaro, foi assassinato, configurando-se o estopim para a Primeira Guerra. Ele fazia visita, com sua esposa, à Bósnia, território austríaco, porém habitado por povos eslavos.

Diferenças e semelhanças entre pangermanismo e pan-eslavismo

O pangermanismo e o pan-eslavismo somaram-se como ideologias e movimentos que contribuíram para o estado de frequente tensão bélica no continente europeu. O nacionalismo estava em alta no período e foi utilizado para persuadir o povo sobre os interesses expansionistas dos que governavam. Assim, sob a justificativa de unir os povos, os dois movimentos promoveram a expansão territorial de impérios.

Esses movimentos nacionalistas tiveram forte influência na Primeira Guerra Mundial. A Grande Sérvia, plano sérvio que visava à unificação de seu povo e à expansão de seu território, foi um exemplo dessa influência, pois buscava-se estender a alçada sérvia à região dos Bálcãs. Para tal, usou-se de um discurso de independência e autonomia em relação aos impérios, sobretudo depois da libertação sérvia do Império Turco, em 1878. Consequente a isso, surgiu a Guerra dos Balcãs, que durou de 1912 a 1913.

Em contrapartida, o nacionalismo do Império Austro-Húngaro também foi aguçado na região. Nesse sentido, surgiu o pan-eslavismo, uma política que visava à expansão do Império Russo na disputa pela região balcânica.

Como resultado da disputa entre pangermanismo e pan-eslavismo, vimos eclodir a Primeira Guerra Mundial.

Fontes:

HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2014.

______. A era do capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2014.

______. A era dos impérios: 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2014.

VICENTINO, Claudio. DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. Scipione. São Paulo: 2011.

Escritor do artigo
Escrito por: Mariana de Oliveira Lopes Barbosa Doutora em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Graduada e Mestra em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG)

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BARBOSA, Mariana de Oliveira Lopes. "Pangermanismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pangermanismo.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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