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O Brasil Império no Enem é cobrado principalmente em relação ao Segundo Reinado, uma vez que esse vem sendo um dos temas mais cobrados nas questões de História. O Brasil Império é um dos períodos da história do Brasil, estendendo-se de 1822 a 1889. Esse período corresponde ao momento em que o Brasil foi uma monarquia, sendo dividida em Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado. O início desse período se deu com a Independência do Brasil, e seu término se deu com a Proclamação da República.
Leia também: Quais são os conteúdos de História mais cobrados no Enem?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Brasil Império no Enem
- 2 - Como o tema Brasil Império é cobrado no Enem?
- 3 - O que foi o Brasil Império?
- 4 - Questões sobre o Brasil Império no Enem
Resumo sobre o Brasil Império no Enem
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O Brasil Império no Enem é cobrado principalmente em relação ao Segundo Reinado, uma vez que esse vem sendo um dos temas mais cobrados nas questões de História.
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O Brasil Império foi um período da história brasileira que se estendeu de 1822 a 1889.
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Esse período foi marcado pelo fato de o Brasil ser uma monarquia.
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O Brasil Império teve três fases: Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado.
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É importante possuir conhecimento factual para a prova do Enem, mas também bom entendimento de processos históricos e boa capacidade interpretativa.
Como o tema Brasil Império é cobrado no Enem?
O Brasil Império no Enem é cobrado principalmente em relação ao Segundo Reinado, uma vez que esse vem sendo um dos temas mais cobrados nas questões de História. Alguns assuntos devem receber atenção redobrada, como:
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escravidão, resistência à escravidão e abolicionismo;
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Guerra do Paraguai;
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economia cafeeira;
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republicanismo e Proclamação da República.
Importante lembrarmos que as questões do Enem podem cobrar um conhecimento factual, mas a capacidade de interpretação do contexto que a questão aborda, trazendo consigo um conhecimento prévio, e a interpretação dos textos que apoiam a questão são fundamentais para ter um bom desempenho nas perguntas de História.
O que foi o Brasil Império?
O Brasil Império é um dos períodos da história brasileira, correspondendo à fase de nossa história em que o sistema de governo adotado foi o monárquico. O período imperial foi iniciado assim que o Brasil conquistou a sua independência, em 1822. Esse período se estendeu até o ano de 1889, quando um golpe resultou na Proclamação da República.
Isso fez com que o Brasil deixasse de ser um país monárquico, tornando-se um país republicano. O período monárquico, ou Brasil Império, é, portanto, o primeiro período da história brasileira como uma nação moderna independente. Esse período foi dividido em três fases, que são:
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Primeiro Reinado (1822-1831);
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Período Regencial (1831-1840);
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Segundo Reinado (1840-1889).
A seguir, mais detalhes sobre cada uma dessas fases.
→ Primeiro Reinado (1822-1831)
No Primeiro Reinado, o Brasil foi governado por D. Pedro I, filho de D. João VI, o rei de Portugal quando o Brasil conquistou sua independência. D. Pedro I foi alçado a líder do processo de independência do Brasil pela elites, interessadas em se separar de Portugal de maneira que não houvesse grandes rupturas no status quo.
O Primeiro Reinado foi marcado por ser o período em que o Brasil estava estabelecendo suas bases como nação moderna. Foi um período de instabilidade por várias questões, sendo que a principal delas foi a briga política que existia entre a Assembleia e o imperador. D. Pedro I não aceitava a proposta dos políticos de limitar o poder do imperador.
A disputa política entre os opositores e apoiadores de D. Pedro I foi intensa e resultou na abdicação do imperador ao trono em 1831. Outros acontecimentos importantes do Primeiro Reinado foram a Guerra da Cisplatina e a Confederação do Equador. Com a abdicação do imperador, foi iniciado o Período Regencial.
→ Período Regencial (1831-1840)
O Período Regencial foi iniciado com a abdicação do imperador porque o seu filho, Pedro de Alcântara, ainda não tinha a idade mínima para que pudesse ser entronizado. O herdeiro deveria ter 18 anos para que pudesse se tornar imperador, e em 1831 ele tinha apenas cinco anos de idade. O Brasil seria governado, temporariamente, por regentes até que o herdeiro pudesse assumir.
O Período Regencial foi bastante instável, sempre marcado pela disputa intensa entre os grupos de nossa política. Além disso, houve uma série de revoltas provinciais que ameaçaram a integridade do território brasileiro. Entre as revoltas do período temos:
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Cabanagem (1835-1840);
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Balaiada (1838-1841);
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Sabinada (1837-1838);
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Revolta dos Malês (1835);
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Guerra dos Farrapos (1835-1845).
O Período Regencial se encerrou de maneira precoce por conta de um golpe parlamentar que antecipou a maioridade de D. Pedro II, de forma que ele foi entronizado imperador do Brasil com apenas 14 anos de idade, em 1840. A entronização de D. Pedro II foi o evento que marcou o início do Segundo Reinado.
→ Segundo Reinado (1840-1889)
No Segundo Reinado, o Brasil foi governado por D. Pedro II, filho de D. Pedro I. Foi marcado por uma grande estabilidade política se comparado com os períodos anteriores, e essa estabilidade permitiu que D. Pedro II se mantivesse no poder por 49 anos.
Além disso, o Segundo Reinado foi marcado por inúmeros acontecimentos importantes para a história brasileira. Do ponto de vista econômico, destaca-se que a economia brasileira passou a girar em torno do cultivo do café. Essa mercadoria se tornou a principal de nossa economia, sendo cultivada para atender aos interesses estrangeiros por esse produto. O café foi cultivado principalmente no Vale do Paraíba, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, e no oeste paulista.
O estado de São Paulo prosperou rapidamente com os lucros do café, tornando-se o centro econômico do Brasil. Além disso, o ciclo do café contribuiu para a urbanização do estado de São Paulo, bem como para um processo incipiente de industrialização. Essa industrialização do estado foi financiada com os lucros do café.
Outra questão muito importante que permeou a história do período imperial foi a da escravidão. Durante a Independência, não era interesse dos líderes desse processo (as elites econômicas) acabar com a escravidão no Brasil. A escravidão foi mantida durante quase todo o período monárquico.
O Brasil foi pressionado pela Inglaterra para que o tráfico negreiro fosse abolido no país, o que resultou em uma lei conhecida como Lei Feijó, de 1831. Essa lei, por sua vez, não foi efetivamente aplicada, resultando na continuidade do tráfico negreiro. Na década de 1840, a Inglaterra fechou o cerco por meio do Bill Aberdeen, forçando o Brasil a acabar com o tráfico negreiro por meio da Lei Eusébio de Queirós, em 1850.
A questão da escravidão foi conduzida no Brasil de maneira lenta, pois as elites não desejavam abolir a escravidão de maneira imediata. Assim, foi estabelecida uma transição morosa, sendo escravidão abolida de maneira gradual. Por meio desse processo, leis como a do Ventre Livre e dos Sexagenários foram estabelecidas.
A década de 1880 foi o momento quando uma grande mobilização social aconteceu pelo fim da escravidão no Brasil. Grupos de todas as camadas sociais se engajaram pela causa abolicionista, incluindo os próprios escravos, que resistiram à escravidão de diversas maneiras. A pressão social pelo fim da escravidão fez com que a abolição acontecesse em 1888.
Por fim, a monarquia no Brasil perdeu força a partir da década de 1870, mas principalmente a partir da década de 1880. Havia uma forte insatisfação com a monarquia no exército brasileiro desde a Guerra do Paraguai. Além disso, havia um forte desejo, em uma parcela da sociedade brasileira, de participar do processo político – o que era negado pela monarquia.
A monarquia tornou-se um regime político impopular e foi alvo de uma conspiração que envolveu uma ala do exército e políticos defensores do sistema republicano. Na manhã de 15 de novembro, o Marechal Deodoro da Fonseca derrubou o Gabinete Ministerial, e no fim desse dia a república foi proclamada por José do Patrocínio.
Para saber mais detalhes sobre o Brasil Império, clique aqui.
Questões sobre o Brasil Império no Enem
Questão 1
(Enem 2022)
Os caixeiros do comércio a retalho do Rio de Janeiro estiveram entre as primeiras categorias de trabalhadores a se organizar em associações e a exigir a intervenção dos poderes públicos na mediação de suas lutas por direitos. Na década de 1880, os caixeiros participaram da arena política e ganharam as ruas com vários outros, como os republicanos e os abolicionistas.
POPINIGIS, F. “Todas as liberdades são irmãs”: os caixeiros e as lutas dos trabalhadores por direitos entre o Império e a República. Estudos Históricos, n. 59, set.-dez. 2016 (adaptado).
A atuação dos trabalhadores mencionados no texto representou, na capital do Império, um momento de:
A) manutenção das regras patronais.
B) desprendimento das ideias liberais.
C) fortalecimento dos contratos laborais.
D) consolidação das estruturas sindicais.
E) contestação dos princípios monárquicos.
Resolução:
Alternativa E.
O envolvimento dos caixeiros em movimentos como o republicano e o abolicionista sugere que eles se engajaram em causas políticas que contestavam os princípios monárquicos e, consequentemente, contribuíram para derrubar essa forma de governo.
Questão 2
(Enem 2021)
Escravo fugido
No dia 8 de Outubro do anno proximo passado fugio da fazenda do Bom Retiro, propriedade do dr. Francisco Antonio de Araújo, o escravo José, pardo claro, de 22 annos de idade, estatura regular, cheio de corpo, com a falta de um dente na frente do lado superior, cabellos avermelhados, orelha roxa, falla macia, e andar vagaroso. Intitula-se forro, e quando fugio a primeira vez esteve contratado como camarada em uma fazenda em Capivary.
Quem o aprehender e entregar ao seu senhor no Amparo, ou o recolher a cadea em qualquer parte será bem gratificado, e protesta-se com todo o rigor da lei contra quem o ac outar.
Escravo fugido. Jornal Correio Paulistano, 13 de abril de 1879. Disponivel em: http://bndigital.bn.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2019 (adaptado).
No anúncio publicado na segunda metade do século XIX, qual a estratégia de resistência escrava apresentada?
A) Criação de relações de trabalho.
B) Fundação de territórios quilombolas.
C) Suavização da aplicação de normas.
D) Regularização das funções remuneradas.
E) Constituição de economia de subsistência.
Resolução:
Alternativa A.
A questão apresenta um anúncio que fala de um escravo fugido no final da década de 1870. O texto do anúncio menciona que o escravo fugido anunciava ser forro (alforriado/liberto) e que já havia trabalhado em outra fazenda depois de fugir. Nesse sentido, o escravo resistia à escravidão anunciando-se como liberto e trabalhando como trabalhador assalariado. Portanto, ele criou uma nova relação de trabalho para resistir à escravidão.
Questão 3
(Enem 2021)
Texto I
EIGENHEER, E. M. Lixo: a limpeza urbana através dos tempos. Porto Alegre: Gráfica Palloti, 2009.
Texto II
A repugnante tarefa de carregar lixo e os dejetos da casa para as praças e praias era geralmente destinada ao único escravo da família ou ao de menor status ou valor. Todas as noites, depois das dez horas, os escravos conhecidos popularmente como “tigres” levavam tubos ou barris de excremento e lixo sobre a cabeça pelas ruas do Rio.
KARACH, M. C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro, 1808-1850. Rio de Janeiro: Cia. das letras, 2000.
A ação representada na imagem e descrita no texto evidencia uma prática do cotidiano nas cidades no Brasil nos séculos XVIII e XIX caracterizada pela
A) valorização do trabalho braçal.
B) reiteração das hierarquias sociais.
C) sacralização das atividades laborais.
D) superação das exclusões econômicas.
E) ressignificação das heranças religiosas.
Resolução:
Alternativa B.
O texto II sugere que os escravos de “menor status ou valor” eram designados para realizar a ingrata tarefa de carregar barris de excremento e lixo. Isso demonstra que até entre os escravos eram estabelecidas relações de hierarquia social.
Fontes
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2018.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.