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Granizo é o nome dado a um tipo de precipitação atmosférica da água em seu estado sólido. As pedras de gelo são formadas no interior das nuvens altas de tempestade chamadas cumulonimbus. O granizo tem diâmetro superior a 0,5 centímetro e formato variável. Trata-se de uma pedra geralmente translúcida e branca, constituída por uma série de camadas de gelo. As chuvas de granizo podem trazer inúmeros prejuízos materiais, como a destruição de lavouras, e até mesmo ocasionar ferimentos em pessoas e animais em locais desprotegidos.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre granizo
- 2 - O que é granizo?
- 3 - Como se forma o granizo?
- 4 - Características do granizo
- 5 - Como se formam as chuvas de granizo?
- 6 - Precauções com o granizo
- 7 - Maiores granizos já registrados
Resumo sobre granizo
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Granizo é um tipo de precipitação atmosférica da água em estado sólido.
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Forma-se no interior das nuvens cumulonimbus.
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Apresenta forma variada e tamanho superior a 0,5 cm. Sua cor é branca ou acinzentada e geralmente translúcida. É constituído por diferentes camadas de gelo.
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Uma chuva de granizo se forma em condições muito instáveis de tempo e onde há calor intenso e grande disponibilidade de umidade.
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Pode destruir lavouras e danificar carros e construções civis, bem como causar ferimentos em pessoas.
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Em uma chuva de granizo, recomenda-se buscar um abrigo seguro e resistente, distante de árvores e placas ou outdoors, e evitar transitar de carro por áreas onde há acúmulo de pedras de gelo no solo.
O que é granizo?
Granizo é o termo usado para designar um tipo de precipitação atmosférica formada por água no seu estado sólido, portanto, gelo, que chega ao solo com tamanho e formato variados e irregulares. É chamado também de saraiva ou saraivada. Essas pedras de gelo se formam no interior das nuvens de grande desenvolvimento vertical, que recebem o nome de cumulonimbus.
Como se forma o granizo?
O granizo é formado no interior de uma nuvem, e isso ocorre pela ação das correntes ascendentes que circulam no interior dessa estrutura. As gotículas de água, material de que as nuvens são constituídas, são carregadas para as porções mais elevadas da nuvem através de uma corrente de ar ascendente.
Nessas áreas, a temperatura é muito mais baixa do que na base, ficando abaixo de zero (em média -40 ºC). Isso faz com que a gotícula se solidifique e inicie seu movimento descendente, entrando em contato com outras gotas de água líquida nesse seu caminho. Ela é então carregada novamente para cima pelas correntes de ar, e a água com a qual ela colidiu forma uma nova camada de gelo ao redor da primeira.
O granizo vai se tornando maior e mais pesado com o tempo, o que varia conforme o número de vezes que ele chegou até a porção mais alta da nuvem impulsionado pelas correntes ascendentes e o seu deslocamento, de forma geral, no interior dessas estruturas. O movimento de subida e descida dentro das nuvens se repete até o ponto em que a pedra de gelo se torna pesada demais para ser novamente carregada para o alto pelas correntes de ar. Nesse momento, ocorre a precipitação, ou seja, o granizo cai na superfície terrestre.
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Características do granizo
O granizo não tem uma forma definida, podendo ora se assemelhar a uma bola, ora aparecer como um objeto disforme e pontiagudo. O seu tamanho também é muito variável, e é comumente mensurado por meio da comparação com outros objetos, como um grão de feijão, uma moeda, uma bola de pingue-pongue etc.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, por exemplo, estabelece que um granizo grande tem, no mínimo, 2,5 centímetros de diâmetro. Sabe-se ainda que eles podem variar entre 0,5 cm e 11 cm de diâmetro em média. No entanto, como veremos mais à frente, granizos de maiores dimensões já foram encontrados, inclusive no Brasil.
A velocidade com que eles caem no solo depende do peso, variando, em média, entre 15 km/h e 115 km/h. Alguns chegam a atingir 160 km/h, o bastante para provocar muitos estragos em uma área habitada.
Os granizos são constituídos por camadas, e apresentam uma coloração que varia entre o acinzentado e o branco. Na maioria dos casos, são também translúcidos. Como mencionado, as camadas correspondem às diversas vezes que o granizo foi suspenso na nuvem até uma região com temperatura baixa o suficiente para solidificar a gotícula de água.
Como se formam as chuvas de granizo?
A queda de granizo está diretamente associada às grandes nuvens responsáveis pelas chuvas intensas e tempestades com raios e trovões, as cumulonimbus. As chuvas que formam o granizo ocorrem mais nas áreas mais quentes e úmidas do planeta, portanto, nas regiões de baixa e média latitude.
O desenvolvimento das nuvens de tempestade se dá em áreas de tempo instável, como mediante a aproximação de uma massa de ar frio sobre uma região onde se encontra estacionada uma massa de ar quente, formando então uma frente fria, e também em determinados períodos do dia, como no final da tarde.
Nessas condições em que há calor intenso e uma grande disponibilidade de umidade, massas de ar quente e úmido se elevam na atmosfera e dão origem às cumulonimbus — estruturas com base formada de 1 km a 2 km partindo do solo e altura que chega a 16 km. Sua porção superior (topo) se assemelha a uma bigorna. Dentro dessas nuvens, circulam correntes de ar que carregam as gotículas de água e gelo para todas as direções, dando origem, portanto, ao granizo.
Com relação ao período do ano, elas são mais comuns no intervalo entre a primavera e o verão. No Brasil, as chuvas de granizo se formam com frequência entre os meses de setembro e dezembro.
Precauções com o granizo
Uma chuva de granizo é caracterizada pela queda de pedras de gelo do céu, o que pode gerar uma série de danos nas áreas atingidas, como prejuízos ou destruição das lavouras agrícolas, amassamento da lataria de veículos e superfícies metálicas, perfurações em telhados, quebra de vidros, acúmulo de gelo nas ruas, destruição da fiação elétrica das áreas urbanas e, em casos menos frequentes, ferimentos em pessoas que estão em áreas desprotegidas. É indispensável, portanto, que tomemos medidas de precaução durante as chuvas de granizo.
A Defesa Civil orienta:
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Buscar abrigo sob uma cobertura segura e resistente.
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Não se abrigar embaixo de árvores (sujeito à queda de galhos e também raios, visto que o granizo está associado a tempestades) ou superfícies metálicas ou de material mais frágil.
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Não estacionar veículos próximo de outdoors ou torres de transmissão de energia elétrica.
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Evitar ruas ou avenidas onde há acúmulo de pedras de gelo no solo.
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Caso se perceba o risco de desabamento de telhados e outras estruturas, avisar pessoas nas áreas de risco e comunicar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
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Maiores granizos já registrados
Os granizos costumam ser pequenas pedras de gelo do tamanho de uma bolinha de pingue-pongue. Pelo menos esses são os mais comuns. No ano de 2018, na cidade de Villa Carlos Paz, próximo de Córdova, na Argentina, uma chuva de granizo produziu pedras de 18,7 cm a 23,6 cm de diâmetro, o que foi estimado com base em evidências fotográficas. Trata-se dos maiores granizos já encontrados no mundo. Dois anos mais tarde, outra chuva de granizo no país registrou objetos de aproximadamente 15 centímetros de diâmetro.
Na região centro-norte dos Estados Unidos, onde se localizam os estados de Nebraska, Colorado, Wyoming e Dakota do Sul, é comum a ocorrência de chuvas de granizo com pedras de gelo grandes, de mais de 10 cm. O segundo maior granizo do mundo foi encontrado próximo da cidade de Vivian, na Dakota do Sul, após uma forte chuva que acometeu a região em 2010. Ele media 20,3 cm de diâmetro, próximo do tamanho de uma bola de vôlei, e tinha um peso aproximado de 900 gramas.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia