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A segunda onda de covid-19 no Brasil iniciou-se, de acordo com alguns especialistas, ainda no ano de 2020, levando a um aumento assustador do número de casos no início de 2021. A nova onda não chegou apenas aumentando os números da doença, mas também elevando o número de mortos e colapsando o sistema de saúde em vários locais do Brasil. Em muitas regiões do país, pacientes morreram sem conseguir vagas em UTIs, tanto de hospitais da rede pública quanto da rede particular.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a covid-19 e por que ela é considerada uma pandemia?
- 2 - O que significa segunda onda da pandemia?
- 3 - Segunda onda de covid-19 no Brasil
- 4 - O que deve ser feito para que outras ondas não aconteçam?
O que é a covid-19 e por que ela é considerada uma pandemia?
A covid-19 é uma doença grave causada por um vírus da família dos coronavírus, chamado de SARS-CoV-2. A doença afeta o sistema respiratório, desencadeando sintomas como febre, tosse seca e cansaço. Outros sintomas da doença são perda ou redução do olfato e paladar, dificuldade respiratória e diarreia.
Os primeiros casos da doença foram registrados na China, no ano de 2019, e rapidamente a covid-19 se espalhou por várias regiões do planeta. Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de covid-19, indicando, desse modo, que a doença havia se espalhado por diferentes continentes e apresentava transmissão sustentada de uma pessoa para outra. Quando falamos em pandemia, portanto, não estamos nos referindo à gravidade da doença, e sim à distribuição geográfica.
O que significa segunda onda da pandemia?
Quando a pandemia de covid-19 teve início, a expectativa para que a taxa de contaminados diminuísse era grande. Entretanto, após a redução de casos, observou-se um novo aumento de contaminados. Surgia, portanto, uma segunda onda da pandemia de covid-19.
“Segunda onda” é uma expressão utilizada em referência ao surgimento de novos surtos após uma queda inicial no número de contaminados pelo vírus. Essa segunda onda já era prevista e, desde o princípio, recomendou-se que, mesmo com a queda no número de casos, as medidas de prevenção da doença não fossem relaxadas. O que se observou em todo o mundo, no entanto, foi uma redução das medidas de combate contra a doença, associada a uma falsa sensação de segurança e à falta de informações adequadas sobre o tema.
Segunda onda de covid-19 no Brasil
A segunda onda de covid-19 foi observada primeiramente em outras partes do mundo, como na Europa; porém, muitos ainda estavam céticos se no Brasil haveria realmente um novo aumento de casos. Isso porque, enquanto na Europa houve uma queda e um posterior aumento de casos; no Brasil, ainda estávamos vivenciando a primeira onda, devido ao fato de não termos conseguido estabilizar o número de infectados pelos vírus.
Pesquisadores afirmam que a segunda onda se iniciou no Brasil por volta de novembro de 2020. A tendência de aumento foi constatada a partir do cálculo do número de reprodução básico (Rt), o qual indica quantas pessoas serão contaminadas por uma pessoa infectada ao longo do tempo que essa pessoa permanece contagiosa. Esse índice ajuda a verificar com que velocidade a doença é transmitida. Quando o Rt está acima de 1, há indicação de uma expansão da pandemia e, quando está abaixo, significa que a transmissão da doença está perdendo intensidade, ou seja, a pandemia está contida.
Segundo a Nota Técnica — 22/11/2020 Situação da Pandemia de Covid-19 no Brasil, desenvolvida por pesquisadores brasileiros e publicada no site CoronaVidas, o Brasil apresentou um pico nos meses de julho a setembro de 2020 e, posteriormente, observou-se uma queda no número de casos novos por semanas. Entretanto, os números voltaram a crescer.
A nota técnica informa a situação do país naquela ocasião, afirmando que “a situação no Brasil se deteriorou fortemente nas últimas duas semanas, e o início de uma segunda onda de crescimento de casos já é evidente em quase todos os estados, de forma particularmente preocupante nas regiões mais populosas do país”.
A segunda onda da doença no Brasil chegou trazendo um grande rastro de mortes, fazendo com que o Brasil entrasse em um dos momentos mais graves da pandemia. O número de mortes de brasileiros foi bem maior do que o observado na primeira onda da doença. Em Manaus, por exemplo, no início de 2021, os hospitais ficaram lotados e faltou oxigênio para os pacientes, fazendo com que a cidade atingisse grandes recordes. Mas não foi apenas Manaus que sofreu com a segunda onda, havendo em todo o Brasil relatos de pessoas que perderam a vida antes mesmo de conseguirem uma vaga na UTI, o que evidencia um colapso no nosso sistema de saúde.
Apesar de novas variantes do vírus estarem influenciando o aumento da contaminação, um dos principais motivos para o aumento de casos, segundo especialistas, é o não cumprimento das medidas de proteção da doença, como o distanciamento social.
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O que deve ser feito para que outras ondas não aconteçam?
Quando vimos a ocorrência do aumento de casos em outras partes do mundo, sabíamos que a segunda onda atingiria o Brasil. A questão passou de “Será que acontecerá uma nova onda?” para “Quando a segunda onda começará?”. Mesmo diante dessa certeza, muitas pessoas interromperam as medidas de segurança, fazendo com que a segunda onda chegasse de maneira ainda mais devastadora em nosso país.
Vale salientar ainda que, enquanto o Brasil enfrenta a segunda onda, outros países, como a França, enfrentam uma terceira onda, mostrando que outras ondas poderão ocorrer e que devemos estar preparados para quando isso acontecer. Assim, devemos adotar medidas para frear a transmissão e, desse modo, não enfrentarmos consequências tão desastrosas como temos observado.
Para isso, é fundamental que não nos descuidemos das medidas preventivas da doença. Evitar aglomerações, utilizar máscaras e lavar sempre as mãos, por exemplo, são medidas que nunca devem ser esquecidas. Além disso, é fundamental o investimento em vacinas para toda a população, a fim de interromper o ciclo de transmissão e também evitar o surgimento de novas variantes, as quais também estão relacionadas com o surgimento de novas ondas.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia