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Leptospirose

Leptospirose é uma doença transmitida principalmente pela urina de animais infectados, como roedores, e pode ser contraída pelo contato com água ou com solo contaminados.

Pessoa transitando em uma enchente, situação que pode estar ligada à leptospirose.
A leptospirose é transmitida através do contato com urina de animais infectados presentes na água ou no solo contaminados.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira, transmitida principalmente pela urina de animais infectados, como roedores. Durante enchentes, o contato com água contaminada aumenta o risco de infecção, tornando essencial o uso de equipamentos de proteção e higiene pessoal rigorosa para evitar a doença.

Leia também: Febre tifoide — doença causada por bactéria que está ligada à ingestão de água e alimentos contaminados

Tópicos deste artigo

Resumo sobre leptospirose

  • A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira, afetando diversos mamíferos, incluindo humanos.

  • A leptospirose é transmitida através do contato com urina de animais infectados presentes na água ou solo contaminados.

  • O diagnóstico é geralmente feito através da avaliação dos sintomas e exames laboratoriais.

  • Entre alguns dos sintomas leves da leptospirose estão: febre, dor de cabeça, náusea e vômito.

  • O tratamento da leptospirose geralmente envolve o uso de antibióticos.

  • Evitar o contato com água contaminada por urina de animais infectados é a melhor forma de se prevenir contra a leptospirose.

O que é a leptospirose?

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira, sendo considerada uma zoonose. Ela afeta uma variedade de mamíferos, incluindo roedores, animais domésticos e de importância econômica, como bois, cavalos, porcos, entre outros.

Causa da leptospirose

Rato de esgoto (Rattus novergicus), um dos principais vetores da leptospirose para os seres humanos.
A leptospirose é transmitida principalmente por roedores.

A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira, sendo a Leptospira interrogans a espécie mais relevante em termos de transmissão zoonótica. Essas bactérias são transmitidas principalmente pelo contato com a urina de animais infectados ou por meio de água, lama ou solo contaminados pela bactéria.

O rato de esgoto (Rattus novergicus) é um dos principais vetores da doença para os seres humanos, devido à sua abundância e proximidade com áreas habitadas por humanos.

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Transmissão da leptospirose

A transmissão da leptospirose está fortemente ligada a fatores ambientais, como a ocorrência de enchentes, que aumentam o contato humano com as excretas dos animais, especialmente roedores. A bactéria pode penetrar no hospedeiro humano através da pele com lesões, pela pele íntegra quando em contato prolongado com água contaminada ou pelas mucosas.

Em situações como enchentes e inundações, a urina dos ratos presente se mistura à enxurrada e lama, aumentando o risco de contaminação. Qualquer pessoa em contato com água ou lama contaminadas, principalmente em áreas propensas à presença de roedores, está sujeita à infecção.

Diagnóstico da leptospirose

O diagnóstico de leptospirose é feito por um médico a partir de algumas abordagens como:

  • História e exame clínico: o médico avaliará se existem sintomas típicos, como febre, dor muscular, dor de cabeça, icterícia, entre outros. Além disso, investigará se houve exposição recente a ambientes ou água potencialmente contaminada.

  • Testes laboratoriais: realização de testes laboratoriais para a detecção da bactéria Leptospira em amostras do paciente. Na fase tardia, podem ser realizados outros testes, como o Elisa-IgM.

  • Exames complementares: podem ser realizados exames complementares, como hemograma, radiografia, eletrocardiograma e gasometria arterial.

  • Diagnóstico diferencial: o médico considerará a possibilidade de ocorrência de outras doenças com sintomas semelhantes, como dengue, influenza, malária, doença de Chagas, hepatites virais, entre outras.

  • Acompanhamento: também deve ser feito o monitoramento do paciente para detectar a evolução e possíveis complicações da doença.

Sintomas da leptospirose

Os sintomas da leptospirose podem variar de leves a graves e estão relacionados a duas fases: precoce e tardia. Os sintomas incluem:

  • Fase precoce:

    • Febre: com início súbito e geralmente alta.
    • Dor de cabeça: intensa e persistente.
    • Dor muscular: principalmente nas panturrilhas.
    • Falta de apetite.
    • Náuseas e vômitos.
    • Outros sintomas podem incluir diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia nos olhos, fotofobia (sensibilidade à luz), dor ocular, tosse e, menos comumente, erupção cutânea, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e vermelhidão nos olhos.
  • Fase tardia:

    • Síndrome de Weil: caracterizada pela tríade de icterícia (coloração alaranjada intensa da pele e mucosas), insuficiência renal e hemorragias, mais comumente pulmonares.

    • Síndrome de hemorragia pulmonar: lesão pulmonar aguda com sangramento significativo.

    • Comprometimento pulmonar: tosse seca, dificuldade respiratória (dispneia) e expectoração com sangue.

    • Síndrome da angústia respiratória aguda (Sara): caracterizada por insuficiência respiratória grave.

    • Manifestações hemorrágicas: podem ocorrer em vários órgãos e sistemas, incluindo pele, mucosas e sistema nervoso central.

Acesse também: O que é leishmaniose?

Tratamento da leptospirose

O tratamento da leptospirose geralmente envolve o uso de antibióticos. Em casos mais graves, pode ser necessária terapia de suporte para tratar complicações como insuficiência renal ou hepática.

Prevenção da leptospirose

A leptospirose pode ser prevenida tomando-se algumas medidas como:

  • Proteção ao lidar com animais: use luvas e outros equipamentos de proteção ao manusear animais ou quando estiver em ambientes onde eles podem estar presentes.

  • Controle de roedores: mantenha os ambientes domésticos e de trabalho limpos e livres de lixo, para evitar atrair roedores. Tampe bem os alimentos e armazene-os em locais protegidos.

  • Desinfecção de áreas contaminadas: se houver suspeita de contaminação por urina de roedores em uma área, desinfete-a adequadamente antes de utilizá-la novamente.

  • Vacinação de animais: se você tem animais de estimação, como cães, verifique com seu veterinário sobre a vacinação contra leptospirose.

  • Evite nadar em águas contaminadas: a leptospirose pode ser contraída por contato com água contaminada pela urina de animais infectados. Evite nadar ou entrar em contato com águas que possam estar contaminadas.

  • Proteja-se em áreas de risco: se estiver em áreas onde a leptospirose é prevalente, use botas e roupas de proteção ao trabalhar ao ar livre ou em ambientes potencialmente contaminados.

Em casos de calamidades públicas, como enchentes, as medidas para prevenir a leptospirose são especialmente importantes devido ao aumento do risco de contaminação pela água infectada. Nesses casos:

  • Use equipamento de proteção: se for necessário entrar em contato com a água da enchente, use botas de borracha impermeáveis e luvas para proteger a pele contra possíveis exposições à água contaminada.

  • Higiene pessoal: após qualquer exposição à água da enchente, lave cuidadosamente as mãos e outras partes do corpo expostas com água e sabão, especialmente antes de comer, beber ou tocar o rosto.

A leptospirose tem cura?

Sim, a leptospirose tem cura. O tratamento precoce é importante para prevenir complicações graves da doença. Em casos mais graves, pode ser necessária a internação hospitalar para administração de fluidos intravenosos e outros cuidados de suporte. No entanto, com o tratamento adequado, a maioria das pessoas se recupera completamente da leptospirose.

Crédito de imagem

[1] joshimerbin / Shutterstock

Fontes

Governo Estadual do Paraná. Leptospirose. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Leptospirose.

Manual MSD. Leptospirose. Disponível em:https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/espiroquetas/leptospirose#Tratamento_v1007985_pt.

MARTINS, Mário Henrique da Mata; SPINK, Mary Jane Paris. A leptospirose humana como doença duplamente negligenciada no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 3, p. 919-928, 2020.

MARTINS, Fernando SV Castiñeiras et al. Leptospirose. 2003. Disponível em: https://cives.ufrj.br/informacao/leptospirose/lep-iv.html.

PELISSARI, Daniele Maria et al. Revisão sistemática dos fatores associados à leptospirose no Brasil, 2000-2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 20, n. 4, p. 565-574, 2011.

Escritor do artigo
Escrito por: Nicole Fernanda Sozza Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Desde 2021 atua na elaboração e revisão de conteúdos didáticos de Ciências e Biologia. Atualmente se dedica ao estudo de edição e preparação de textos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOZZA, Nicole Fernanda. "Leptospirose"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/leptospirose.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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