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A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira, transmitida principalmente pela urina de animais infectados, como roedores. Durante enchentes, o contato com água contaminada aumenta o risco de infecção, tornando essencial o uso de equipamentos de proteção e higiene pessoal rigorosa para evitar a doença.
Leia também: Febre tifoide — doença causada por bactéria que está ligada à ingestão de água e alimentos contaminados
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre leptospirose
- 2 - O que é a leptospirose?
- 3 - Causa da leptospirose
- 4 - Transmissão da leptospirose
- 5 - Diagnóstico da leptospirose
- 6 - Sintomas da leptospirose
- 7 - Tratamento da leptospirose
- 8 - Prevenção da leptospirose
- 9 - A leptospirose tem cura?
Resumo sobre leptospirose
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A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira, afetando diversos mamíferos, incluindo humanos.
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A leptospirose é transmitida através do contato com urina de animais infectados presentes na água ou solo contaminados.
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O diagnóstico é geralmente feito através da avaliação dos sintomas e exames laboratoriais.
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Entre alguns dos sintomas leves da leptospirose estão: febre, dor de cabeça, náusea e vômito.
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O tratamento da leptospirose geralmente envolve o uso de antibióticos.
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Evitar o contato com água contaminada por urina de animais infectados é a melhor forma de se prevenir contra a leptospirose.
O que é a leptospirose?
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira, sendo considerada uma zoonose. Ela afeta uma variedade de mamíferos, incluindo roedores, animais domésticos e de importância econômica, como bois, cavalos, porcos, entre outros.
Causa da leptospirose
A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira, sendo a Leptospira interrogans a espécie mais relevante em termos de transmissão zoonótica. Essas bactérias são transmitidas principalmente pelo contato com a urina de animais infectados ou por meio de água, lama ou solo contaminados pela bactéria.
O rato de esgoto (Rattus novergicus) é um dos principais vetores da doença para os seres humanos, devido à sua abundância e proximidade com áreas habitadas por humanos.
Transmissão da leptospirose
A transmissão da leptospirose está fortemente ligada a fatores ambientais, como a ocorrência de enchentes, que aumentam o contato humano com as excretas dos animais, especialmente roedores. A bactéria pode penetrar no hospedeiro humano através da pele com lesões, pela pele íntegra quando em contato prolongado com água contaminada ou pelas mucosas.
Em situações como enchentes e inundações, a urina dos ratos presente se mistura à enxurrada e lama, aumentando o risco de contaminação. Qualquer pessoa em contato com água ou lama contaminadas, principalmente em áreas propensas à presença de roedores, está sujeita à infecção.
Diagnóstico da leptospirose
O diagnóstico de leptospirose é feito por um médico a partir de algumas abordagens como:
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História e exame clínico: o médico avaliará se existem sintomas típicos, como febre, dor muscular, dor de cabeça, icterícia, entre outros. Além disso, investigará se houve exposição recente a ambientes ou água potencialmente contaminada.
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Testes laboratoriais: realização de testes laboratoriais para a detecção da bactéria Leptospira em amostras do paciente. Na fase tardia, podem ser realizados outros testes, como o Elisa-IgM.
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Exames complementares: podem ser realizados exames complementares, como hemograma, radiografia, eletrocardiograma e gasometria arterial.
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Diagnóstico diferencial: o médico considerará a possibilidade de ocorrência de outras doenças com sintomas semelhantes, como dengue, influenza, malária, doença de Chagas, hepatites virais, entre outras.
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Acompanhamento: também deve ser feito o monitoramento do paciente para detectar a evolução e possíveis complicações da doença.
Sintomas da leptospirose
Os sintomas da leptospirose podem variar de leves a graves e estão relacionados a duas fases: precoce e tardia. Os sintomas incluem:
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Fase precoce:
- Febre: com início súbito e geralmente alta.
- Dor de cabeça: intensa e persistente.
- Dor muscular: principalmente nas panturrilhas.
- Falta de apetite.
- Náuseas e vômitos.
- Outros sintomas podem incluir diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia nos olhos, fotofobia (sensibilidade à luz), dor ocular, tosse e, menos comumente, erupção cutânea, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e vermelhidão nos olhos.
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Fase tardia:
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Síndrome de Weil: caracterizada pela tríade de icterícia (coloração alaranjada intensa da pele e mucosas), insuficiência renal e hemorragias, mais comumente pulmonares.
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Síndrome de hemorragia pulmonar: lesão pulmonar aguda com sangramento significativo.
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Comprometimento pulmonar: tosse seca, dificuldade respiratória (dispneia) e expectoração com sangue.
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Síndrome da angústia respiratória aguda (Sara): caracterizada por insuficiência respiratória grave.
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Manifestações hemorrágicas: podem ocorrer em vários órgãos e sistemas, incluindo pele, mucosas e sistema nervoso central.
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Acesse também: O que é leishmaniose?
Tratamento da leptospirose
O tratamento da leptospirose geralmente envolve o uso de antibióticos. Em casos mais graves, pode ser necessária terapia de suporte para tratar complicações como insuficiência renal ou hepática.
Prevenção da leptospirose
A leptospirose pode ser prevenida tomando-se algumas medidas como:
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Proteção ao lidar com animais: use luvas e outros equipamentos de proteção ao manusear animais ou quando estiver em ambientes onde eles podem estar presentes.
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Controle de roedores: mantenha os ambientes domésticos e de trabalho limpos e livres de lixo, para evitar atrair roedores. Tampe bem os alimentos e armazene-os em locais protegidos.
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Desinfecção de áreas contaminadas: se houver suspeita de contaminação por urina de roedores em uma área, desinfete-a adequadamente antes de utilizá-la novamente.
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Vacinação de animais: se você tem animais de estimação, como cães, verifique com seu veterinário sobre a vacinação contra leptospirose.
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Evite nadar em águas contaminadas: a leptospirose pode ser contraída por contato com água contaminada pela urina de animais infectados. Evite nadar ou entrar em contato com águas que possam estar contaminadas.
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Proteja-se em áreas de risco: se estiver em áreas onde a leptospirose é prevalente, use botas e roupas de proteção ao trabalhar ao ar livre ou em ambientes potencialmente contaminados.
Em casos de calamidades públicas, como enchentes, as medidas para prevenir a leptospirose são especialmente importantes devido ao aumento do risco de contaminação pela água infectada. Nesses casos:
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Use equipamento de proteção: se for necessário entrar em contato com a água da enchente, use botas de borracha impermeáveis e luvas para proteger a pele contra possíveis exposições à água contaminada.
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Higiene pessoal: após qualquer exposição à água da enchente, lave cuidadosamente as mãos e outras partes do corpo expostas com água e sabão, especialmente antes de comer, beber ou tocar o rosto.
A leptospirose tem cura?
Sim, a leptospirose tem cura. O tratamento precoce é importante para prevenir complicações graves da doença. Em casos mais graves, pode ser necessária a internação hospitalar para administração de fluidos intravenosos e outros cuidados de suporte. No entanto, com o tratamento adequado, a maioria das pessoas se recupera completamente da leptospirose.
Crédito de imagem
[1] joshimerbin / Shutterstock
Fontes
Governo Estadual do Paraná. Leptospirose. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Leptospirose.
Manual MSD. Leptospirose. Disponível em:https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/espiroquetas/leptospirose#Tratamento_v1007985_pt.
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