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Chikungunya

A chikungunya é uma doença que, assim como a dengue e a zika, é transmitida pela picada de um mosquito do gênero Aedes. Um de seus principais sintomas é a dor articular.

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 A chikungunya é uma doença viral transmitida por meio da picada de mosquitos do gênero Aedes. Foi diagnosticada pela primeira vez em 1952, em um surto que ocorreu no sul da Tanzânia. Ela é uma patologia endêmica dos continentes africano e asiático, sendo o nome dessa doença derivado de uma palavra africana que significa “aqueles que se dobram”, uma alusão à aparência da pessoa acometida pela doença.

Os primeiros registros de pacientes que contraíram a chikungunya no Brasil foram confirmados pelo Ministério da Saúde no segundo semestre de 2014. Antes dessa data, todos os casos confirmados foram de pacientes infectados durante viagens ao exterior.

Leia também: Aedes aegypti — quais doenças esse mosquito causa?

Tópicos deste artigo

O que é a chikungunya?

A chikungunya é uma doença viral que provoca, entre outros sintomas, febre e dores nas articulações. Ela pode afetar indivíduos de todos os sexos e idades, sendo todas as pessoas, portanto, igualmente suscetíveis. Entretanto, a gravidade da doença está muito relacionada com a presença de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Em gestantes, há relato de abortamento espontâneo.

Os mosquitos do gênero Aedes são os vetores da chikungunya, uma doença viral.
Os mosquitos do gênero Aedes são os vetores da chikungunya, uma doença viral.

Causa da chikungunya

A chikungunya é uma arbovirose (doença causada por arbovírus, os quais são transmitidos por artrópodes, como insetos) desencadeada por um vírus de RNA da família Togaviridae e gênero Alphavirus, conhecido como vírus Chikungunya (CHIKV). Após a primeira contaminação pelo CHIKV, o paciente adquire imunidade pelo resto de sua vida.

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Transmissão da chikungunya

A chikungunya é transmitida por meio da picada de fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes contaminadas. O Aedes aegypti e o Aedes albopictus são os principais vetores. Como os mosquitos se proliferam em água parada, a transmissão da doença é maior nos meses chuvosos. Normalmente, os sintomas da doença surgem entre 2 e 12 dias após a pessoa ser picada pelo mosquito contaminado. O período de viremia (presença do vírus no sangue circulante) pode durar por até 10 dias. Ele se inicia dois dias antes do início dos sintomas, podendo permanecer por cerca de oito dias.

Apesar de a transmissão da mãe para o bebê ser rara, ela pode ocorrer. A transmissão vertical, de acordo com o Ministério da Saúde, ocorre quase exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas, ou seja, quando a mulher entra em trabalho de parto e apresenta o vírus no sangue. O vírus não é transmitido durante o aleitamento materno. A transmissão por via transfusional pode também acontecer; no entanto, quando os protocolos para a transfusão de sangue são respeitados, esses riscos diminuem.

Leia também: Doenças relacionadas com a água

Sintomas da chikungunya

Dentre os principais sintomas da chikungunya, podemos destacar:

As dores nas articulações são, geralmente, bilaterais, ocorrendo, por exemplo, no pulso direito e esquerdo e no joelho esquerdo e direito. Elas podem ser tão fortes que podem impedir a movimentação do paciente. Em alguns casos, podem aparecer algumas manifestações neurológicas, oculares, cardiovasculares, dermatológicas e renais, que podem ser resultado da própria infecção, de respostas imunológicas ou em razão do medicamento. Em comparação à dengue, a letalidade da chinkugunya é menor.

Fases da chikungunya

A chikungunya pode evoluir em três fases.

  • Aguda: a primeira fase da doença, a qual se inicia após o período de incubação e dura cerca de duas semanas (14 dias).

  • Subaguda: após a fase aguda, o paciente pode apresentar persistência das dores articulares, o que caracteriza a fase subaguda, que dura até três meses. Durante essa fase, a febre, geralmente, desaparece.

  • Crônica: é atingida quando o paciente permanece com sintomas após os três meses que caracterizam a fase subaguda. Na fase crônica, é comum a persistência de dores articulares, musculoesqueléticas e neuropáticas. O sintoma mais comum dessa fase da doença é o acometimento articular persistente ou recidivante (acontece de forma recorrente), que atinge as mesmas articulações acometidas durante a fase aguda.

Diagnóstico da chikungunya

Para realizar o diagnóstico da chikungunya, o médico avaliará os sintomas do paciente, como a presença de febre e dores nas articulações. A confirmação é feita após a realização de alguns exames, tais como o isolamento do vírus, a sorologia e a reação em cadeia da polimerase.

Leia também: Zika — doença que apresenta sintomas mais brandos que os da dengue

Tratamento da chikungunya

Assim como nos casos de dengue, o tratamento inclui repouso e o controle da febre e das dores no corpo por meio de medicamentos, como paracetamol, para a febre, e ibuprofeno, para as dores. Também é fundamental que a pessoa se mantenha bem hidratada durante todo o tratamento. É importante não usar aspirina, pois podem ocorrer hemorragias e o desenvolvimento de uma síndrome conhecida como síndrome de Reye.

Alguns pacientes apresentam dores nas articulações por um período de tempo maior, que pode se estender por até mais de um ano. Nesses casos, deve-se fazer o tratamento com anti-inflamatórios e fisioterapia.

Prevenção da chikungunya

Evitar água parada é uma forma de combater a proliferação do vírus e, dessa forma, garantir a prevenção da doença.
Evitar água parada é uma forma de combater a proliferação do vírus e, dessa forma, garantir a prevenção da doença.

Ainda não existe uma vacina para a chikungunya. Sendo assim, o que pode ser feito para prevenir a doença é evitar áreas onde sabidamente o mosquito é encontrado e controlar a proliferação desses vetores. Além de evitar essa patologia, ajudamos a diminuir os casos de dengue e zika no Brasil. Como medidas para evitar a proliferação do mosquito, destacam-se:

  • evitar água parada em locais como vasilhames, calhas e pneus;

  • colocar areia nos pratos dos vasos de planta;

  • observar se as plantas, como bromélias, estão acumulando água;

  • deixar a caixa d’água fechada;

  • deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo;

  • manter ralos sempre limpos;

  • limpar sempre com escova ou bucha os recipientes onde é colocada a água para os animais;

  • não acumular lixo em quintais e nem descartá-los em lotes baldios. 

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Chikungunya"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/febre-chikungunya.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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