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A síndrome de Reye foi descoberta no ano de 1963 e se caracteriza por ser uma doença muito séria e rara, que pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas que acomete principalmente crianças com idade entre 4 e 12 anos. É uma doença não contagiosa, que afeta todos os órgãos do corpo humano, sendo o cérebro e o fígado os mais prejudicados.
A síndrome de Reye acompanha uma doença viral ou infecção respiratória, sendo que dois vírus podem causar essa doença, o Varicela-zóster, vírus responsável pela catapora; e o Influenza, vírus da gripe. “Não são todos os que têm contato com os vírus que a desenvolvem, depende da resposta imunológica de cada organismo”, explica o pediatra Fernando Fernandes, de São Paulo. É uma doença de difícil diagnóstico, sendo comumente confundida com encefalite, meningite, diabetes, overdose de droga, envenenamento, síndrome de morte infantil súbita ou doença mental.
Não se sabe ao certo como ocorre a evolução dessa doença a partir desses vírus, mas especialistas acreditam que medicamentos que contenham como princípio ativo o ácido acetilsalicílico (AAS), presente na aspirina, por exemplo, podem desencadear essa síndrome. "A relação da síndrome com o uso do ácido acetilsalicílico em crianças com vírus como o da varicela (catapora) e o influenza se conhece desde 1968”, explica o pediatra Evandro Rafael Baldacci, do Instituto da Criança, em São Paulo. Dessa forma, é de extrema importância não medicar crianças sem aconselhamento médico, principalmente com medicamentos que contenham acetilsalicílico em sua composição.
Dr. Adriano Reis do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, explica que "Os sinais e sintomas da Síndrome de Reye quase sempre começam abruptamente, normalmente de 5 a 7 dias depois de a enfermidade viral começar, e a criança se sente nauseada, vomita constantemente e ocorrem mudanças nas funções mentais, tais como letargia, indiferença ou confusão. Eventualmente a criança entra em delírio e começa a respirar rapidamente", afirma Reis. Normalmente, os sintomas da doença aparecem quando ela está se recuperando da infecção, sendo o seu progresso muito rápido, podendo levar a criança ao coma e consequentemente à morte.
Alguns dos sintomas da síndrome podem ou não ocorrer em alguns pacientes. São eles:
- Vômitos;
- Perda de ânimo;
- Sonolência;
- Irritabilidade;
- Mudança de personalidade;
- Desorientação (não reconhece familiares próximos);
- Agitação;
- Delírio;
- Dificuldade na fala;
- Visão dupla;
- Convulsões.
É imprescindível que o tratamento dessa síndrome seja feito assim que começarem os sintomas, pois as chances de recuperação são maiores quando ela é tratada nas fases iniciais; por isso, o fator tempo é de extrema importância.
Ainda não existe nenhum tratamento que garanta a cura da doença, por isso ele é feito visando reduzir o inchaço do cérebro (protegendo-o de danos irreversíveis), inverter danos metabólicos e prevenir complicações nos pulmões. O tratamento também serve para manter os níveis de substâncias químicas estáveis no sangue, até que os sintomas da síndrome desapareçam.
Algumas pessoas podem ter total recuperação da síndrome, enquanto que outras podem ficar com algumas sequelas neurológicas graves (como lesão permanente do cérebro) e até fatais.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia