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Mitos e verdades sobre a chegada do homem à Lua

O primeiro homem a pisar na Lua foi o astronauta norte-americano Neil Armstrong em 1969, durante a missão Apolo 11.

Buzz Aldrin caminhando pela superfície da Lua. (Crédito: NASA)
Buzz Aldrin caminhando pela superfície da Lua. (Crédito: NASA)
Crédito da Imagem: shutterstock
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A corrida espacial motivou as grandes potências mundiais da época, EUA e a União Soviética, a levarem o primeiro homem à superfície da Lua. Durante muito tempo, a URSS manteve-se à frente na conquista do espaço, tanto que eles chegaram a levar o primeiro homem até lá. Em 12 de abril de 1969, a URSS conseguiu colocar o astronauta soviético Iuri Gagarin em órbita da Terra, a bordo da espaçonave Vostok 1.

Os norte-americanos não ficaram para trás e então, no dia 20 de julho de 1969, conseguiram realizar a primeira alunissagem (pouso na Lua) da história da humanidade. O pouso na superfície lunar fora transmitido para as televisões do mundo todo, as imagens mostravam o astronauta Neil Armstrong dando os seus primeiros passos em solo lunar: pequenos passos para um homem, mas um grande passo para a humanidade.

Neil Armstrong deu o primeiro passo do homem na Lua.
Neil Armstrong deu o primeiro passo do homem na Lua.

Mesmo hoje em dia, há quem duvide que o homem de fato chegou a pousar na superfície da Lua. A internet está repleta de vídeos, fotos e teorias da conspiração que, entre outras coisas, dizem que a missão Apollo-11 tratou-se, na verdade, de uma grande farsa. Entretanto, o homem já pisou na Lua seis vezes

Ao todo, doze astronautas já estiveram por lá, em seis diferentes missões: Apollo 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17. O programa espacial Apollo, que teve início em 1969 foi breve e terminou em 1972. O motivo para o seu fim era principalmente o alto custo envolvido na exploração lunar.

Neste artigo, discutiremos os principais mitos e verdades acerca da viagem do homem à Lua, para que você entenda melhor sobre o assunto.

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Veja também: Por que o homem ainda não voltou à Lua?

Tópicos deste artigo

Verdade: Números da missão Apollo 11

Confira alguns números impressionantes relacionados à missão Apollo 11:

  • Ao todo, a missão durou 8 dias, 3 horas e 18 minutos. Durante esse tempo, os astronautas percorreram mais de 1,5 milhões de quilômetros de distância no decorrer de seu trajeto de ida e volta.

  • O lançamento foi realizado no Cabo Kennedy, na Flórida. Estima-se que nas proximidades da praia havia cerca de 1 milhão de pessoas. A subida do foguete Saturno V, responsável por levar o módulo Columbia para fora da Terra, levou cerca de 12 minutos para entrar em órbita. O evento foi televisionado e assistido por mais de 650 milhões de espectadores por todo o mundo.

    O lançamento do foguete Saturno V, com os módulos Eagle e Columbia.
    O lançamento do foguete Saturno V, com os módulos Eagle e Columbia. (Crédito: NASA)

  • Cerca de 400.000 pessoas trabalharam no projeto Apollo 11, por isso, caso tudo isso for uma mentira, teríamos um total de 400.000 empregados envolvidos no segredo!

  • Os trajes utilizados pelos astronautas da Apollo 11 tinham cerca de 90 kg.

  • O pouso do módulo lunar da missão Apollo 11 não foi nada tranquilo, Armstrong visualizou imperfeições no terreno previsto para o pouso e teve que acionar o piloto semiautomático, com isso, conseguiram pousar 20 segundos antes do combustível de pouso acabar.

  • A missão Apollo 11 custou cerca de 23 bilhões de dólares, o equivalente a 131,75 bilhões de dólares nos dias de hoje, ou, 425 bilhões de reais.

Para saber mais sobre a missão Apollo 11, leia: Apollo 11 | Tudo sobre a missão que levou o homem à Lua

Mito: Como não há vento na Lua, a bandeira não deveria se mover

A Lua não apresenta atmosfera, uma vez que a sua gravidade é muito baixa, por esse motivo, muitos acreditam que a bandeira fincada no chão por Neil Armstrong e Buzz Aldrin não deveria mover-se como nas filmagens.

No entanto, poucos entendem que a bandeira moveu-se daquela maneira em razão de sua própria inércia e não por conta de ventos ou qualquer coisa do tipo. A inércia é uma propriedade da matéria que mede a sua tendência de permanecer em repouso ou em movimento retilíneo, com velocidade constante, quando sujeita a uma força resultante nula.

O complexo movimento realizado pela bandeira é resultado de sua inércia.
O complexo movimento realizado pela bandeira é resultado de sua inércia. (Crédito: NASA)

Verdade: Os astronautas deixaram um espelho na Lua

Armstrong e Aldrin instalaram na superfície lunar um dispositivo óptico capaz de refletir ondas eletromagnéticas de volta à sua fonte emissora. Esse dispositivo, chamado de LRRR (lunar laser ranging experiment), é usado até os dias de hoje para medir com grande precisão a velocidade e a distância entre a Terra e a Lua. Além disso, na Lua, há um equipamento capaz de detectar a atividade decorrente de terremotos e impactos de meteoritos.

Mito: As estrelas deveriam aparecer nas fotos feitas pelos astronautas

Muitas pessoas acreditam que o homem nunca esteve na Lua já que não é possível enxergar as estrelas quando olhamos para as fotos tiradas durante o pouso na superfície lunar. Entretanto, isso é perfeitamente explicável.

Os astronautas encontravam-se na superfície da Lua que era iluminada diretamente pela luz solar, isso fazia com que as câmeras rudimentares da época diminuíssem sua abertura de fotografia e, com isso, não era possível fotografar os minúsculos pontos brilhantes que eram as estrelas. Possivelmente, com a tecnologia das câmeras fotográficas digitais, tiraríamos incríveis fotos de longa exposição que revelassem detalhes do céu noturno que não podem ser vistos daqui da Terra.

Nas fotos não é possível ver as estrelas em razão da abertura das câmeras.
Nas fotos não é possível ver as estrelas em razão da abertura das câmeras.

Verdade: Os astronautas trouxeram pedaços da Lua para a Terra

Enquanto estavam na superfície da Lua, os astronautas da missão Apollo 14 coletaram cerca de 23 kg de solo e rochas da superfície da Lua. Após o pouso e sua famosa frase, Armstrong descreveu o solo lunar como sendo formado por um pó bastante fino, escorregadio, depositado acima das rochas.

Veja também: Conheça o fundamental sobre a história da Astronomia

Mito: Os astronautas não sobreviveriam uma viagem à Lua devido à intensa radiação solar

Um mito bastante comum é o de que os astronautas não conseguiriam sair ilesos do cinturão de Van Allen, por causa dos grandes níveis de radiação presentes por lá. O cinturão de Van Allen é uma grande região que se encontra acima da atmosfera terrestre, entre 640 km e 58.000 km de altitude.

Nessa região, há um grande fluxo de partículas carregadas e extremamente energéticas como núcleos de átomo de Hélio que são emitidos pelo próprio Sol e raios cósmicos, responsáveis por produzir altos níveis de radiação. Entretanto, os norte-americanos já sabiam da existência do cinturão desde 1950, graças aos dados astronômicos coletados pelas sondas espaciais Explorer, Pioneer e Luna.

Além disso, sabemos que a espaçonave Apollo 11 atravessou o cinturão de Van Allen em menos de duas horas. O horário do lançamento também não foi escolhido ao acaso: a nave passou através do cinturão no momento em que a atividade da radiação encontrava-se em níveis mais baixos que o comum.

Veja também: A sonda Parker e a viagem ao Sol

Durante seu período de travessia pelo cinturão de Van Allen, estima-se que a espaçonave Apollo 11 tenha sido exposta a 18 rads, uma unidade de medida de absorção de radiação: valor bastante abaixo daquilo que se considera nocivo ao ser humano, 200 rads. Mesmo sabendo que a exposição dos astronautas seria baixa, os engenheiros espaciais que participaram da missão lunar certificaram-se de isolar o exterior de nave, por essa razão, os astronautas absorveram nada mais que 0,18 rads ao longo dos 12 dias de missão.

O modulo Columbia era fortemente blindado contra radiações.
O modulo Columbia era fortemente blindado contra radiações. (Crédito: Ludovic FarineShutterstock)

Verdade: Os astronautas foram colocados em quarentena ao voltarem da Lua

Por precaução, os primeiros astronautas a pousar na Lua foram colocados em quarentena após o seu retorno à Terra. A espaçonave Apollo 11 pousou no mar, cerca de 1400 km a sudoeste do Havaí. Após terem sido resgatados, Armstrong e Aldrin foram colocados em quarentena durante 21 dias, como uma forma de garantir que eles não teriam trazido qualquer tipo de doenças consigo.

Veja também: Qual é a relação de Einstein com a bomba atômica?

Mito: Há uma pedra escrita com a letra C na Lua

Esse mito diz que em uma das fotos tirada durante o pouso na Lua é possível ver uma letra C escrita em uma pequena pedra. No entanto, as fotos originais não mostram isso. De acordo com a NASA, a versão da foto em que é possível ver a letra foi possivelmente manipulada por alguém.

Verdade: Os astronautas deixaram algumas “lembrancinhas” na Lua

Na Lua, há cerca de 96 pacotes de excrementos humanos, deixados pelos 12 astronautas que já passam por lá, durante as 6 missões tripuladas. Há também 12 câmeras fotográficas Hasselblad, que foram deixadas para trás durante a missão Apollo 14. Na época, o astronauta Edgar Michel trouxe somente uma única câmera consigo, ele alegou não ter pego os filmes das outras câmeras, porque estava sem tempo. Além desses objetos, durante a missão Apollo 16, Charles Ducke deixou um retrato de sua família em solo lunar, no entanto, graças à intensa radiação solar na Lua, a foto provavelmente desbotou-se por completo.

Alguns experimentos, como um sismógrafo e um espelho refletor foram deixados na Lua na missão Apolo 11
Alguns experimentos, como um sismógrafo e um espelho refletor foram deixados na Lua na missão Apollo 11. (Crédito: Nasa)

Mito: O computador de bordo da Apollo 11 era “fraco”

Em comparação com os computadores utilizados hoje em dia, sim. No entanto, para a época do lançamento da espaçonave, tratava-se de um dos mais potentes computadores já produzidos. Juntos a NASA e MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) desenvolveram um computador que funcionava com circuitos integrados de transistores e resistores, em uma época em que os computadores ocupavam salas inteiras. O AGC (Apollo Guidance Computer) tinha uma frequência assustadora de operação: 2.048 MHz, e uma memória equivalente a 76 kilobytes.

Por Me. Rafael Helerbrock

Escritor do artigo
Escrito por: Rafael Helerbrock Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

HELERBROCK, Rafael. "Mitos e verdades sobre a chegada do homem à Lua"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/mitos-verdades-sobre-chegada-homem-na-lua.htm. Acesso em 26 de abril de 2024.

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